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A delatora do maior escândalo de doping da história, Yuliya Stepanova, teve sua casa invadida e a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) confirmou que hackers entraram em suas contas e dados pessoais mantidos pela entidade. A russa, que vivia em um local mantido em sigilo nos Estados Unidos, foi obrigada a se mudar e colocada sob proteção policial.

Stepanova foi quem revelou a existência de um doping de estado pelos russos e que levou à suspensão de mais de cem atletas de seu país. Em entrevista exclusiva ao Estado de S. Paulo, ela revelou na semana passada que havia sido alvo de ameaças e que, no Rio de Janeiro, atletas dopados competiriam.

Stepanova delatou um dos maiores escândalos de doping mundial
Reprodução/Twitter
Stepanova delatou um dos maiores escândalos de doping mundial


Agora, a Wada informa que seu sistema de administração de dados pessoais foi alvo de uma invasão e que permitiu que um grupo criminoso tivesse acesso aos dados da delatora. Nenhum outro atleta do banco de dados com mais de 10 mil perfis foi alvo de roubo.

"A Wada imediatamente lacrou sua conta para impedir o maior acesso aos dados e notificou Stepanova", indicou a agência, em um comunicado. Alguns dos usuários do sistema de dados receberam emails falsos de pessoas se passando por funcionários da Wada.

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Os emails continham links que pediam aos atletas para que clicassem. Imediatamente, a Wada tomou a iniciativa de avisar a todos que ela não era a autora das mensagens. A partir dos incidentes, a agência reforçou seu controle de dados e acionou a polícia.

Na sexta-feira, Stepanova ainda foi alvo de uma invasão em sua casa. Ela deixou a Rússia no ano passado, depois de sofrer ameaças. Sua primeira passagem foi pela Alemanha. Mas acabou se mudando para os EUA. Seu endereço foi mantido em total sigilo.

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Ainda assim, ela confirma que um "incidente" foi registrado na sexta-feira pela noite, obrigando a atleta, seu marido e criança a fugirem imediatamente para um novo local. Ao Estado de S. Paulo, o marido de Yuliya, Vitaly, chegou a declarar que se sentia "seguro" no local onde estavam nos EUA. "Aqui, ninguém nos conhece", disse.

Colocada sob proteção policial, Yuliya promete novas revelações nos próximos dias. Em Moscou, ela foi classificada como "Judas". Desde o início do caso de doping, dois ex-diretores dos laboratórios russos morreram de forma misteriosa. Um deles estava prestes a publicar um livro com revelações.

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