O Brasil vai entrar na Olimpíada do Rio 2016 com uma delegação formada majoritariamente por novatos, atletas que fazem sua estreia no evento. Dos 465 convocados que representarão o País nos Jogos, 316 estarão pela primeira vez nesta competição. Além disso, o Brasil fará sua primeira aparição em algumas modalidades, como badminton, ginástica de trampolim e hóquei sobre grama.
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O perfil dos atletas no Rio 2016 é o mais variado possível, com representantes de quase todos os Estados e até de outros países. E é nesse caldeirão de sotaques que o Brasil tentará atingir sua melhor colocação na história dos Jogos, justamente no momento que entra em ação com o maior número de atletas.
A jogadora Izabella Chiappini, por exemplo, fará a sua estreia nos Jogos Olímpicos junto com o polo aquático feminino, pois o Brasil nunca conseguiu participar da competição antes - apenas no masculino. A garota tem apenas 20 anos de idade é um grande talento da nova geração e atuará justamente em casa.
“A preparação está sendo boa. Fomos para China, Itália, Holanda, Espanha e estamos treinando forte. Mas sabemos que será muito difícil, porque as outras seleções já vêm treinando há muito mais tempo. De qualquer forma, a gente espera ter uma boa atuação para tentar uma boa colocação”, disse Izabella.
A família da atleta é toda voltada para o polo aquático. Seus pais jogaram, seu irmão joga e a relação sempre foi dentro da piscina. “Desde pequena eu convivo com isso. Ficava na borda da piscina vendo eles treinarem”, contou a jogadora brasileira, que tem hoje o pai como auxiliar da seleção nacional.
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O grande talento de Izabella é na hora de decidir, já que é artilheira por onde passa, tendo sido eleita a segunda melhor jogadora do mundo. E ela sonha alto. “Espero que nossa participação no Rio 2016 ajude o polo aquático. Na minha carreira, espero jogar mais edições dos Jogos Olímpicos e quero ser considerada a melhor jogadora do mundo. Eu sempre treinei bastante, mesmo depois de acabar as atividades, e acho que também tem um pouco de talento envolvido”, afirmou.
Outros jovens no Rio 2016
O caso de Iza é semelhante ao de outras atletas. Aos 22 anos, a atacante Bia, da seleção feminina de futebol, vai disputar os Jogos Olímpicos pela primeira vez. "É um sonho sendo realizado”, disse a jogadora, que é tricampeã sul-coreana atuando pelo Hyundai Red Angels. Hospedada com o restante do time na Vila Olímpica, ela afirmou que o clima olímpico ajuda bastante. “É o melhor possível pra gente. A Olimpíada é nosso sonho, nosso foco e nosso objetivo".
O ginasta Sérgio Sasaki é outro que já se sente plenamente um atleta olímpico. "A expectativa era grande. Todo mundo queria vestir esse uniforme do Time Brasil e vir para a Vila Olímpica para sentir o espírito olímpico. Estar aqui dentro da Vila já ajuda a aumentar o foco na competição", comentou o atleta brasileiro.
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A experiência olímpica ajuda a transformar os atletas. Mesmo que as chances de medalha sejam remotas, para alguns deles passar por esse teste é importante para o futuro. Bruna Takahashi, do tênis de mesa, foi chamada para os Jogos do Rio 2016 e é a atleta mais nova da delegação nacional, com apenas 16 anos de idade.
Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, ela era apenas uma promessa e nem convocada foi. Mas os bons resultados na reta final colocaram a jovem Bruna na equipe e agora ela terá a chance de adquirir experiência para muitas outras Olimpíadas que pode ter pela frente.
Esse foi o caso de Ana Sátila, da canoagem slalom. Nos Jogos de Londres, em 2012, ela era a caçula da delegação, também com 16 anos, mas agora chega ao Rio 2016 com uma experiência de Olimpíada nas costas e até com chance de brigar por medalha. “Creio que cresci no esporte com essa experiência. Na época não consegui alcançar vaga nas semifinais, mas hoje estou mais madura e chego com mais responsabilidade. Em 2012 tudo era novo, hoje consigo driblar mais isso e focar nos meus objetivos”, explicou.
Time de veteranos
O Brasil também conta com atletas experientes. São 149 que já disputaram, pelo menos, uma Olimpíada antes e que vão ajudar o País a ir em busca das medalhas. O velejador Robert Scheidt, por exemplo, tentará de sua sexta medalha: ele tem duas de ouro, duas de prata e uma de bronze.
No total, dos 465 atletas do Time Brasil que estarão no Rio 2016, 36 já subiram ao pódio. Entre os vitoriosos estão nomes como Jaqueline, Sheilla, Thaisa e Serginho, do vôlei, Sarah Menezes, Mayra Aguiar, Rafael Silva e Tiago Camilo, do judô, e Arthur Zanetti, da ginástica artística, entre muitos outros, tanto de esportes individuais quando coletivos.
*Com Estadão Conteúdo