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Eduardo Paes deu a entender que fora mal interpretado na entrevista à rede norte-americana CNN e afirmou que sua "atuação como comentarista de segurança pública já se encerrou"

Após afirmar à rede de televisão norte-americana CNN que o trabalho de segurança pública do Rio vivia "um momento terrível" o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), preferiu amenizar o tom das críticas ao governo do Estado, do qual é aliado histórico.

Prefeito do Rio de Janeiro afirmou que sua
CELSO PUPO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Prefeito do Rio de Janeiro afirmou que sua "atuação como comentarista de segurança pública já se encerrou"

Nesta terça-feira, um mês antes do início dos Jogos Olímpicos na capital carioca, Paes deu a entender que fora mal interpretado na entrevista e afirmou que sua "atuação como comentarista de segurança pública já se encerrou". A declaração foi dada minutos após o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), afirmar que os R$ 2,9 bilhões prometidos pelo governo federal em ajuda ao Rio de Janeiro já foram transferidos.

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O prefeito negou nesta terça que esteja em rota de colisão com o governo do Estado. Diante de cerca de 200 jornalistas do País e do exterior, Paes foi indagado sobre a crise na segurança pública e sobre as declarações dadas à rede de TV norte-americana. Medindo bem as palavras, procurou reduzir o teor de suas críticas.

"Ela (entrevista) foi dada no sábado, quando reclamei um pouco da atitude do governo do Estado. Nós nos acostumamos no Rio com a melhoria da segurança pública nos últimos anos. O 'terrible', em inglês, significa também um 'momento muito ruim'. Nós estávamos vivendo um momento muito ruim, conhecido", disse o prefeito.

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"Não há qualquer tipo de conflito. Eu venho elogiando o governo do Estado ao longo desses últimos anos por um motivo simples: porque só vem melhorando. Eu elogiei o momento todo o (ex-)governador Sérgio Cabral, o governador (Luiz Fernando) Pezão, elogio o governador (em exercício, Francisco) Dornelles, elogio o secretário (José Mariano Beltrame, da Justiça). Eu fiz uma constatação", afirmou Paes, durante inauguração do Museu Cidade Olímpica, ao lado do Engenhão.

O prefeito também declarou que não irá mais comentar segurança pública. Na tarde desta terça, o governo federal passa a assumir oficialmente a segurança de todas as instalações olímpicas.

Sobre isso, Alexandre Moraes assegurou que "todas as obrigações que o ministério da Justiça teve foram cumpridas". O ministro afirmou que todo o efetivo da Força Nacional de Segurança, com reforços da polícia federal e da polícia rodoviária federal, estará trabalhando nas instalações olímpicas em até 20 dias, o que "vai permitir que as polícias (militar e civil) se concentrem na segurança das ruas".

"Os 2,9 bilhões que o presidente Michel Temer, por medida provisória, liberou como crédito suplementar absolutamente necessário para a realização da Olimpíada, para a questão da segurança, já foi liberado e transferido para o Estado do Rio de Janeiro, para que possa não só pagar o salário dos policiais esta semana", afirmou Moraes. "Toda a questão, todo o planejamento, toda a questão de segurança está sendo cumprida e vai ser realizada."

Alexandre de Moraes participou de coletiva no marco de 1 mês para os Jogos Olímpicos Rio 2016
CELSO PUPO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Alexandre de Moraes participou de coletiva no marco de 1 mês para os Jogos Olímpicos Rio 2016

O ministro também afirmou que não há "probabilidade" de ataque terrorista no Brasil durante os Jogos, mas não descartou totalmente essa possibilidade. "Hoje, não só o Brasil, mas todas as agências internacionais de segurança, dizem que nós não temos a probabilidade de algum evento terrorista. A possibilidade existe no mundo todo, obviamente, mas não há a probabilidade", disse Moraes. "Mas trabalhamos como se houvesse. Essa prevenção não vendo sendo feita apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil", completou.