Ausências confirmadas, esperanças, zika, obras. Faltam seis meses para Rio 2016

A exatos 182 dias para as Olimpíadas do Rio, mostramos como estão as construções, quem deve subir ao pódio pelo Brasil e muito mais

Faltam seis meses para o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro! O maior
evento de esportes do mundo desembarcará no Brasil pela primeira vez na história e tem sua abertura marcada para o dia 5 de agosto. Por esse motivo, abordamos os principais temas que você precisa saber para continuar bem informado com relação às Olimpíadas.

Ausências confirmadas

Foto: Getty Images
Kobe Bryant ajudou a seleção dos Estados Unidos na conquista de duas medalhas de ouro. Em Pequim-2008 e Londres-2012

Infelizmente nem tudo será festa para o esporte. Alguns nomes conhecidos e que certamente os torcedores estavam ansiosos para ver confirmaram que não estarão presentes, casos de Kobe Bryant e Lionel Messi. Fora isso, Tony Parker e atletas do atletismo russo não devem vir ao Rio de Janeiro em agosto.

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Na seleção norte-americana de basquete, favorita ao primeiro lugar do pódio, a baixa é do ala-armador do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant. Bicampeão olímpico, ele anunciou aposentadoria no final de 2015 e preferiu não participar dos Jogos. Além de querer fazer seu último jogo pela sua primeira e única equipe, o jogador de 37 anos disse não querer "tomar" a vaga de outro atleta que mereça estar nos Jogos.

Foto: Scott Halleran/Getty Images
Capitão da seleção argentina, Messi não estará nos jogos por conta do calendário apertado

Outro que não virá ao Brasil, pelo menos não para jogar, é Lionel Messi. O camisa dez argentino teve sua ausência confirmada pelo técnico da seleção, Tata Martino, e não tentará conquistar sua segunda medalha de ouro - a primeira foi em 2008, em Pequim - olímpica. A justificativa foi pelo extenso calendário ainda esse ano, com três datas das eliminatórias para a Copa e também a Copa América.

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Principal nome da seleção francesa de basquete, Tony Parker é mais um que pode não participar das Olimpíadas. Armador do San Antonio Spurs, Parker será pai do segundo filho e o nascimento deve acontecer no final de julho, época em que a França, terceira colocada no último Mundial de basquete, disputará o Pré-Olímpico. Tetracampeão da NBA, o jogador de 33 anos é a grande esperança da equipe que foi prata nos jogos de Sidney, em 2000.

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Punidos pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), a equipe de atletismo da Rússia também não deve estar no Rio de Janeiro em agosto. O País foi penalisado após a Agência Mundial Antidoping apresentar um relatório que aponta violações em provas de dopagem. Desde então, a Federação Russa de Atletismo está suspensa de qualquer campeonato organizado pela entidade.

Foto: Getty Images
Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica no salto com vara, luta para não ficar fora dos Jogos do Rio

Nome mais conhecido do país, Yelena Isinbayeva é quem mais tem reclamado da situação. Com 33 anos, a maior saltadora com vara da história quer o terceiro ouro olímpico e, além disso, se aposentar em grande estilo. A decisão final da IAAF sairá no dia 27 de março.

Principais esperanças do Brasil

Foto: Getty Images
Brasileiras do vôlei são atuais bicampeões olímpicas

Por outro lado, o torcedor brasileiro tem bons motivos para torcer, pois são grandes as chances de medalha do "team" Brasil nas Olimpíadas. Além das sempre favoritas seleções de vôlei masculina e feminina, da seleção masculina de futebol, das duplas do vôlei de praia e atletas renomados como Cesar Cielo e Fabiana Murer, o País poderá ver sua bandeira balançar com esportistas como: Bruno Soares, Marcelo Melo, Arthur Zanetti, Sarah Menezes, Poliana Okimoto e Isaquias Queiroz.

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Prata nas duas últimas edições dos Jogos, a seleção masculina de vôlei busca o terceiro ouro olímpico da história. Com um time renovado em relação àquele que conquistou tudo na primeira década do século 21, a equipe verde e amarela segue como favorita. Do lado feminino, as 'meninas de ouro' defendem o bicampeonato olímpico e certamente têm tudo para brilhar novamente, desta vez com a torcida a seu favor.

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Com uma medalha de ouro no vôlei de praia masculino e uma no feminino, o Brasil tem grandes chances de ver uma dupla subindo no pódio no Rio de Janeiro. Larissa/Talita e Ágatha/Bárbara serão as representantes femininas, enquanto Alison/Bruno Schmidt e Evandro/Pedro Solberg no masculino.

Foto: Fernando Torres/Paysandu
Seleção olímpica tentará seu primeiro ouro em Olimpíadas

No futebol masculino, a seleção brasileira tentará aquilo que nenhuma outra conseguiu: conquistar a medalha de ouro. São três medalhas de prata e duas de bronze. No Rio de Janeiro, Neymar, Gabriel Jesus, Gabigol, Valdívia e companhia tentarão o feito inédito.

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Na natação, o campeão olímpico de 2008, Cesar Cielo, é um dos principais nomes do Brasil. Mesmo sem índice, o nadador de 29 anos, especialista nos 50m livres, deve estar na capital fluminense em agosto. Em outra modalidade, Fabiana Murer, assim como sua principal concorrente, quer se aposentar em grande estilo do salto com vara. Mesmo sem nunca subir ao pódio em Olimpíadas, Fabiana é favorita a uma medalha já que vem de uma prata no Mundial de 2015 e também nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

Foto: Vipcomm
Marcelo Melo e Bruno Soares podem dar ao Brasil as primeiras medalhas no tênis em Olimpíadas

Já no tênis, o Brasil tem grandes chances de obter sucesso nas duplas. Marcelo Melo, líder do ranking da ATP e Bruno Soares, atual campeão do Aberto da Austrália e décimo do ranking, são as esperanças brasileiras. O País nunca viu um atleta subir ao pódio na modalidade em Jogos Olímpicos.

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Isaquias Queiroz, tricampeão mundial de canoagem de velocidade, sendo duas vezes na categoria C-1 500 e uma na C-2 1000, e bicampeão pan-americano em Toronto, na C-1 200 e na C-1 1000, é um dos favoritos da modalidade nos Jogos do Rio. Se confirmar a boa fase dos últimos anos, o canoísta de 22 anos pode ser o primeiro brasileiro a subir no pódio olímpico na canoagem.

Foto: Foto: Sergio Dutti/Exemplus/COB
Isaquias Queiroz com medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos

Em outro esporte aquático, a brasileira Poliana Okimoto pode fazer história. Campeã mundial de maratona aquática em 2013, a atleta de 32 anos é uma das esperanças de medalha do País e chegará no Rio no auge de sua carreira. Em 2012, também favorita, Poliana deixou prova por conta de uma hipotermia.

Foto: Sergio Dutti/Exemplus/COB
Zanetti comemora um de seus dez ouros conquistados na disputa das argolas. Esse, no Pan de Toronto

Campeões olímpicos em Londres-2012, Arthur Zanetti, nas argolas e Sarah Menezes, no judô, são favoritos em suas categorias. Zanetti, em 14 competições desde 2009, conquistou dez ouros e três pratas e chegará no Rio como favorito ao bicampeonato. A judoca de 25 anos não fica atrás. Depois do ouro em Londres, ela conquistou outras dez medalhas. Dessas, foram quatro ouros - a última delas no campeonato pan-americano de Edmonton, no Canadá, em 2015.

Obras a todo vapor


A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou neste começo de ano a conclusão de mais duas obras importantes da competição. Tratam-se da Arena Carioca 1 e do Centro de Hóquei Sobre a Grama. Além disso, outras locais tiveram significativo avanço, como as do Velódromo e da Arena da Juventude, que chegaram a 80% conclusão. Com a obra completa da Arena Carioca 1, o Parque Olímpico chegou a 97% de conclusão.

No total, já são seis instalações concluídas para os jogos: a Arena do Futuro, que receberá o handebol e goalball (esporte paralímpico), o IBC (Centro Internacional de Transmissão), a pista de mountain bike, a pista de BMX, o circuito de canoagem slalom e o Campo de Golfe.

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O velódromo é a instalação em situação considerada mais crítica, com 80% das obras concluídas. O local teve o evento-teste, anteriormente marcado para março, adiado para abril, por conta do atraso na instalação da pista de pinho siberiano. O ritmo dos operários é ditado por determinação judicial, já que a Prefeitura também está em pé de guerra com a empreiteira, no caso a Tecnosolo, notificada judicialmente duas vezes pelos atrasos.

Crise financeira atinge os Jogos

Foto: Divulgação
Estádio de Remo da Lagoa não terá mais a arquibancada flutuante (à direita)


Após mais de quatro meses de ajustes econômicos para sair do vermelho e evitar futuros prejuízos ao evento, o Comitê Organizador anunciou alguns cortes estruturais que, segundo Mario Andrada, diretor executivo de Cominicação do órgão, vai equilibrar o orçamento.

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Entre as medidas estão o corte de 20 mil vagas para voluntários (passou de 70 mil para 50 mil), a redução da frota de carros para a organização (de cinco mil para quatro mil) e a desistência de construir uma arquibancada móvel flutuante no Estádio de Remo, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Foto: Heusi Action/Andre Motta
Vila Olímpica no Rio de Janeiro

Também para baratear a operação, foi adiada em dois meses a entrada do Comitê como administrador da Vila de Atletas, de janeiro para março. Com isso, neste período o custo operacional do espaço continua a cargo da construtora. Estruturas físicas também serão integradas para que vários setores ocupem o mesmo espaço, e não salas separadas - a exceção é a área de doping, que terá a privacidade mantida.

A APO (Autoridade Pública Olímpica) divulgou nesta sexta-feira (29) o resultado de uma revisão de custos dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. O montante total necessário para organizar o evento foi inflacionado R$ 400 milhões em relação à última estimativa, que havia sido divulgada em agosto de 2015, e chegou a R$ 39,1 bilhões.

Segundo a última atualização divulgada pela APO (Autoridade Público Olímpica), o custo estimado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016 aumentou em mais R$ 400 milhões, sendo agora avaliado em R$ 39,1 bilhões.

O temido zika vírus

Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas (14/05/2015)
Zika vírus é uma das preocupações para os Jogos


Desde o ano passado, o aumento considerável do mosquito Aedes aegypti em território brasileiro vem causando muita preocupação na população. E agora, também, para atletas e turistas que estarão no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos. O inseto é transmissor dos vírus da dengue, zika (responsável pela microcefalia em bebês) e chikungunya.

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O Comitê Rio 2016 promete colaborar com os esforços das autoridades  locais para conter o problema. O órgão ainda minimiza riscos para quem viajar ao Brasil na época do evento, dizendo que a Olimpíada não deve ser afetada.

O principal argumento é o fato de os Jogos ocorrerem no inverno por aqui, nos meses de agosto e setembro, mais frios, quando a incidência do mosquito tende a ser menor. "O Comitê segue absolutamente as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Eles fizeram um comunicado dizendo que, apesar da emergência, não desaconselham os turistas a virem para o Brasil", afirma João Granjeiro, o médico-chefe.

*Com informações da BBC