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Após quatro meses operando no vermelho, Comitê Organizador dos Jogos tomou medidas para evitar uso de dinheiro público nas contas

Estádio de Remo da Lagoa não terá mais a arquibancada flutuante (à direita)
Divulgação
Estádio de Remo da Lagoa não terá mais a arquibancada flutuante (à direita)

A crise financeira também abalou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro. Após mais de quatro meses de ajustes econômicos para sair do vermelho e evitar futuros prejuízos ao evento, o Comitê Organizador Rio 2016 anunciou nesta terça-feira cortes estruturais que, segundo Mario Andrada, diretor executivo de Cominicação do órgão, vai equilibrar o orçamento.

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Entre as medidas, divulgada num encontro com jornalistas, em São Paulo, estão o corte de 20 mil vagas para voluntários (passa de 70 mil para 50 mil), a redução da frota de carros para a organização (de cinco mil para quatro mil) e a desistência de construir uma arquibancada móvel flutuante no Estádio de Remo, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

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A estrutura flutuante teria capacidade para quatro mil lugares e foi colocada no projeto como atrativo para os fãs do remo e da canoagem velocidade, mas o custo envolvido, de pouco mais de R$ 2,5 milhões, tornou a ideia inviável, já que a responsabilidade da construção ficou a cargo do Comitê Rio 2016. O órgão ofereceu transferi-la à Federação Internacional de Remo, que não topou a proposta.

Aliás, o assunto já era alvo de problemas antes mesmo de qualquer execução, já que o processo de liberação para a arquibancada por parte da Marinha do Brasil e do Iphan (Patrimônio Histórico Nacional) sempre foi rodeado de atritos e critérios nebulosos.

Como o Rio 2016 precisava urgentemente cortar gastos, uniu-se o últil ao agradável.

Também para baratear a operação, o Comitê Rio 2016 adiou em dois meses a entrada como administrador da Vila de Atletas, de janeiro para março. Com isso, neste período o custo operacional do espaço continua a cargo da construtora. Estruturas físicas também serão integradas para que vários setores ocupem o mesmo espaço, e não salas separadas - a exceção é a área de doping, que terá a privacidade mantida.

Os números não foram oficializados, mas o Comitê Rio 2016 trabalha com orçamento de cerca de R$ 7,4 bilhões para a organização do evento. Não há uso de dinheiro público, apenas verba captada com patrocinadores e COI (Comitê Olímpico Internacional).