Centros de tênis, na Barra, e hipismo, em Deodoro, estão parados devido a problemas entre Prefeitura do Rio e construtora
Faltam exatos 200 dias para o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com cerimônia de abertura marcada para 5 de agosto, mas a conclusão das obras ainda causa preoucupação entre atletas e organizadores. Há quatro pontos cruciais de preocupação em relação à estrutura esportiva: os centros de tênis, na Barra da Tijuca, e hipismo, em Deodoro, o velódromo e o Estádio de Remo da Lagoa.
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Sobre as duas primeiras instalações citadas, o problema é o imbróglio judicial envolvendo a Prefeitura do Rio e a Ibeg, que lidera o consórcio responsável pelo Centro de Tênis com outras duas construtoras e atua sozinha no Centro de Hipismo. As obras estão paradas, já que o governo estadual rompeu o contrato pelo não cumprimento de cláusulas contratuais. Uma semana antes da briga entre as partes, operários demitidos pela empreiteira fizeram um protesto em frente ao Parque Olímpico reivindicando o pagamento das rescisões. Enquanto as partes brigam, nada funciona.
O Centro de Tênis, com 90% das obras concluídas, tem custo estimado de R$ 211,4 milhões - o valor anterior era de R$ 175,4 milhões, mas a inflação e as alterações do projeto original provocaram um acréscimo no preço. Já o Centro de Hipismo, também em fase final de construção, custará R$ 157,1 milhões. Ambas as instalações já receberam eventos-testes, no fim de 2015.
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O velódromo é a instalação em situação mais crítica. Com apenas 76% das obras concluídas a menos de sete meses para o início dos Jogos e custo previsto de R$ 112,9 milhões, o local teve o evento-teste, anteriormente marcado para março, adiado para abril, por conta do atraso na instalação da pista de pinho siberiano. O ritmo dos operários é ditado por determinação judicial, já que a Prefeitura também está em pé de guerra com a empreiteira, no caso a Tecnosolo, notificada judicialmente duas vezes pelos atrasos.
Preocupa também o Estádio de Remo, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Os trabalhos estavam paralisados devido à falta de pagamento por parte da Secretaria de Estado de Obras, que alegava falta de repasse de recursos vindos do Banco do Brasil - o reinício das obras estava previsto para esta semana. Por causa de corte de gastos, a arquibancada flutuante que estava prevista no projeto inicial deve ser descartada. O valor da obra ainda não foi divulgado pela Autoridade Pública Olímpica (APO).
Avanços
Das novas instalações previstas para o Rio 2016, sete estão prontas. A última a ser entregue, na semana passada, foi a Arena Carioca 1 , no Parque Olímpico da Barra, que recebeu evento-teste de basquete. No mesmo complexo, também estão concluídas a Arena do Futuro e o prédio do IBC, centro de geração e transmissão de TV dos Jogos.
Em Deodoro, os circuitos de Canoagem Slalom, BMX e Mountain Bike também estão prontos. O campo de golfe, próximo ao Parque da Barra e que será público após os Jogos, é outra instalação pronta.
Segundo a última atualização divulgada da Matriz de Responsabilidade, de agosto passado, o custo estimado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016 será de R$ 38,67 bilhões.