O primeiro semestre do ano oferece competições acirradas em várias modalidades por vagas na Olimpíada do Rio de Janeiro
Quem gosta de esporte já está ansioso pelo início dos Jogos Olímpicos do Rio, que está marcado para o dia 5 de agosto. Mas, antes disso, o calendário oferece tantos aperitivos que, juntos, formam um verdadeiro banquete, inclusive com a realização de um bom número de Campeonatos Mundiais.
Confira abaixo uma lista condensada de eventos que merecem ser conferidos:
Janeiro
4 a 9 - Pré-Olímpico feminino europeu de vôlei (Ancara, Turquia)
5 a 10 - Pré-Olímpico masculino europeu de vôlei (Berlim, Alemanha)
O ano começa quentíssimo no vôlei. Nesta segunda-feira, começa o Pré-Olímpico femininino europeu, em Ancara. A Sérvia, classificada via Copa do Mundo, não participa. Rússia, Itália, Turquia e Holanda estão entre as mais fortes candidatas à única vaga para os Jogos do Rio. As seleções que ficarem em segundo e terceiro lugar terão a derradeira chance de classificação no Pré-Olímpico Mundial do Japão, no final de maio.
O Pré-Olímpico masculino terá o mesmo formato. A Itália, já classificada pela Copa do Mundo, fica de fora. Alemanha, Rússia, Bulgária, Polônia, Sérvia e França se engalfinham pela única vaga direta. Segundo e terceiro colocados lutarão pela classificação no Pré-Olímpico Mundial do Japão, a partir do dia 14 de maio.
15 a 17
Evento-teste de basquete feminino, no Rio
É apenas um quadrangular, que reunirá Brasil, Austrália, Argentina e Venezuela. O basquete feminino brasileiro, que está se especializando em amassar o aro, não se encontra em condições de conquistar uma medalha olímpica. A expectativa recai sobre a queda de braço entre as equipes da Liga de Basquete Feminino e a CBB. O chamado colegiado de equipes pretendia dividir a condução da seleção brasileira com Luiz Augusto Zanon, que pediu demissão. Se não fosse atendido, ameaçava não liberar jogadoras para a seleção brasileira. Antônio Carlos Barbosa foi contratado pela CBB, que não consultou os clubes. O veterano treinador divulgou sua convocação. Apenas o Sampaio Basquete, do Maranhão, já declarou que vai liberar suas atletas. Nadia e Damiris, alegando lesões, pediram dispensa. A apresentação está prevista para a próxima quarta-feira.
Fevereiro
9 a 14 - Mundial de vela - classe 49er (Flórida, EUA)
20 a 26 - Mundial de vela - classe RS:X (Eliat, Israel)
20 a 27 - Mundial de vela - classe 470 (San Isidro, Argentina)
A vela é o esporte que sofre a maior interferência das condições locais. Dessa forma, os resultados desses mundiais não oferecerão perspectivas de grande valia para se montar uma projeção a respeito dos Jogos Olímpicos. De qualquer forma, algumas dessas classes devem ser acompanhadas com atenção, porque nelas o Brasil apresenta potencial de alcançar bom desempenho na Olimpíada. É o caso da RS:X, o windsurfe. Ricardo Winicki Santos, o Bimba, é sempre candidato a uma medalha. Em Atenas-2004, ficou em quarto lugar. Hoje ocupa a quinta colocação no ranking mundial. Ele foi campeão mundial da classe em 2007, no Mundial de Cascais, em Portugal. Patricia Freitas, sexta colocada no ranking da RS:X feminina, também tem suas chances de medalha no Rio. Fernanda Oliveira, décima colocada no ranking, vai disputar o Mundial da 470 com Ana Barbachan. A velejadora gaúcha vonseguiu a medalha de bronze nos Jogos de Pequim.
Março
2 a 6 - Mundial de ciclismo em pista (Londres, Inglaterra)
O Brasil não tem a mais remota chance de conseguir medalha no ciclismo, mas o Mundial de pista é uma das competições mais interessantes e vibrantes do primeiro semestre do ano. O bravo ciclista sergipano Gideoni Monteiro, que encerrou um jejum de medalhas do ciclismo de pista brasileiro nos Jogos Pan-Americanos, ao obter o bronze na Omnium, obteve a 17ª colocação na Copa do Mundo da Nova Zelândia, em dezembro.
17 a 20 - Mundial indoor de atletismo (Portland, Estados Unidos)
O esporte mais emblemático e icônico da Olimpíada tem uma atraente avant-première em Portland. Fabiana Murer, talvez a única esperança real de medalha do Brasil na modalidade nos Jogos Olímpicos, tenta registrar presença no pódio pela terceira vez no evento. Ela foi campeã mundial indoor em Doha-2010 e alcançou o bronze em Valencia-2008. Mauro Vinicius da Silva, o Duda, bicampeão mundial indoor no salto em distância, ainda persegue o índice, de 8,18m, depois de amargar uma má temporada em 2015, às voltas com lesão e cirurgia.
Abril
15 a 20 - Troféu Maria Lenk de natação (Rio)
Será o fim da agonia de Cesar Cielo, para o bem ou para o mal. Depois de realizar má temporada em 2015, o velocista barbarense terá a segunda e derradeira chance de obter índice para os Jogos Olímpicos do Rio. Na primeira chamada, o Open de Palhoça, em Santa Catarina, no mês passado, o campeão olímpico de 2008 abandonou a competição depois de fracassar no intento de alcançar vaga na final dos 100m livre - fez apenas o 11º tempo. Cielo pretendia cavar lugar na equipe brasileira de revezamento 4x100m livre, que teoricamente tem chances de medalha olímpica, e no chamado "cinquentinha".
16 a 24 - Evento-teste de ginástica artística (Rio)
O Brasil ficou bem perto de obter classificação de sua equipe feminina de ginástica no Mundial de Glasgow, em outubro. Precisava ficar entre os oito melhores, classificou-se em nono, a quatro décimos da Holanda. A segunda e última chamada será o evento-teste, no Parque Olímpico do Rio. Oito seleções batalham por quatro vagas.
25 a 27 - Mundial de esgrima (Rio)
Outro esporte em que o Brasil está praticamente condenado a ser coadjuvante. O valente Renzo Agresta tenta abrir caminho com seu sabre. Em 2015, conseguiu ficar entre os 16 melhores do Mundial de Moscou.
Maio
19 a 27 - Mundial feminino de boxe (Astana, Casaquistão)
Havia grande expectativa quanto às possibilidades de classificação olímpica de Clélia Costa, bronze no Mundial de 2014. No entanto, a peso mosca (até 51kg) brasileira foi flagrada no antidoping, que acusou a presença de furosemida, um diurético, em sua urina. A boxeadora paulista recebeu uma pena de suspensão de 180 dias, que vai expirar antes do Mundial. O grande problema é que Clélia está proibida de treinar com a seleção brasileira até o fim de sua pena, e sua participação na competição de Astana ainda é uma incógnita.
20 a 22 - Etapa da Copa do Mundo de ginástica (São Paulo)
Uma rara oportunidade de o público paulista poder acompanhar um evento esportivo de grande envergadura. O ginásio do Ibirapuera vai receber, entre outros, Arthur Zanetti, campeão olímpico nas argolas, Diego Hypolito, que ainda tem chances de medalha olímpica (registrou a terceira melhor nota no solo no Mundial de Glasgow), além da pequena promessa Flávia Saraiva.
22 a 25 - Mundial de pentatlo moderno (Moscou)
A pentatleta Yane Marques, responsável pela última grande emoção da torcida brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres, ao conquistar o bronze no último dia do grande evento, volta à carga novamente. A obstinada pernambucana, bronze no Mundial de 2015, em Berlim, poderá avaliar se fez progressos na corrida, seu ponto fraco.
27 a 29 - Masters de judô (Guadalajara, México)
Terceira mais importante competição de judô, atrás apenas da Olimpíada e do Mundial. No tatame, os judocas batalharão pelos últimos pontos em jogo para o ranking que determina classificação para os Jogos Olímpicos. Trata-se de uma competição de elite, que reúne apenas os 16 melhores em cada categoria de peso.
Junho
26 a 3/7 - Seletiva norte-americana de natação (Omaha, Nebraska)
O interminável Michael Phelps tenta garantir vaga na equipe olímpica norte-americana nas provas que cobiça. Em 2015, no US Nationals, o prodígio de Baltimore já demonstrou que está em excelente forma, ao obscurecer marcas dos campeões de algumas provas no Mundial de Kazan, que transcorreu paralelamente. Katie Ledecky, maior nome no Mundial, busca classificação em várias provas. Na Rússia, foi campeã mundial nos 200m, 400m, 800m e 1500m livre, além do revezamento 4x200m.
30 a 3/7 - Seletiva jamaicana de atletismo (Kingston)
Se a seletiva da natação norte-americana desperta interesse mundial, a briga interna jamaicana não fica atrás. Além do óbvio interesse pelo inacreditável Usain Bolt, será interessante acompanhar Julius Yego, campeão mundial no dardo, e O'Dayne Richards, bronze no arremesso de peso.
Julho
5 a 11 - Pré-Olímpicos masculinos de basquete - Três sedes (a definir)
Três Pré-Olímpicos vão apontar quais serão os donos das últimas três vagas olímpicas. Cada um dos torneios vai reunir seis equipes. Os anfitriões participarão como convidados. As sedes ainda não foram divulgadas pela Federação Internacional de Basquete. As 15 seleções que ficaram perto de obter vaga nos Pré-Olímpicos Continentais e batalharão pela última chance de classificação são Angola, Senegal, Tunísia, Canadá, México, Porto Rico, Filipinas, Irã, Japão, França, Grécia, Itália, República Checa, Sérvia e Nova Zelândia, além das três anfitriãs.