Steve Penny foi acusado de ter demorado demais para agir e, acuado, se desligou da federação de ginástica norte-americana
O caso de escândalo sexual que assolou a ginástica artística dos Estados Unidos recentemente fez mais uma vítima. O presidente da federação da modalidade, Steve Penny, pediu demissão ao ser acusado de não colaborar com as investigações, além de intervir tarde demais e tomar atitude mais drásticas para resolver a situação.
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"A minha decisão de deixar a direção da federação é tomada de encontro ao que são atualmente os interesses da federação", disse Steve Penny, que se viu acuado diante de toda polêmica de escândalo sexual no esporte.
O caso teve início por conta de queixas de 368 antigas ginastas, muitas das quais com menos de 13 anos na época em que foram assediadas, que dizem terem sido vítimas de agressão sexual por médicos e treinadores, ao longo dos últimos vinte anos, no decorrer de seus estágios.
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A investigação concluída pelo jornal "Indianapolis Star", da cidade onde a federação tem sede, chegou ao nome do médico Larry Nassar com principal suspeito. A publicação, por outro lado, acusa a direção federativa de não ter afastado os médicos e treinadores mesmo depois destes terem sido condenados, por isso o pedido de demissão de Penny.
O Comitê Olímpico dos Estados Unidos, que insistentemente vinha pedindo a resignação de Penny, gostou da decisão.
Entenda o caso
Três ex-ginastas da seleção dos EUA disseram terem sido abusadas sexualmente pelo médico Larry Nassar. Os abusos com Jamie Dantzscher, Jeanette Antolin e Jessica Howard, teriam acontecido enquanto eram adolescentes, durante a década de 1990.
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Em dezembro do ano passado, o FBI encontrou com Nassar mais de 35 mil fotos e vídeos de pornografia infantil. Os advogados do acusado negaram qualquer tipo de irregularidade por parte do profissional. Nos EUA, ele Nassar ainda é investigado por outros casos de abuso sexual cujas vítimas são estudantes da Universidade do Michigan e uma criança de uma família próxima ao médico.
"Ele colocava seus dedos dentro de mim e movia por dentro das minhas pernas", disse Dantzscher, medalhista de bronze por equipe pelos EUA nos Jogos Olímpicos de Sidney 2000. “Ele dizia que isso colocaria meus quadris no lugar e ajudaria a minha dor nas costas”.