As mulheres competem desde o início? De onde surgiu o nome 'São Silvestre'? As respostas para essas questões você lê abaixo
As inscrições para a 92ª Corrida Internacional de São Silvestre, tradicional prova de
corrida de rua, que acontece sempre no dia 31 de dezembro, estão abertas e vão até às
12h00 do dia 30 de outubro. A prova é a mais antiga da modalidade no Brasil e reúne
tanto atletas profissionais como amadores.
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Mas será que sempre foi assim? Como começou a prova? Por que ela recebe o nome de São Silvestre ? O iG reuniu algumas curiosidades para você e conta a seguir.
O início
Após assistir a uma corrida noturna na França, em 1924, o jornalista Cásper Líbero
decidiu criar a prova no ano seguinte a ser realizada sempre no último dia do ano. A
prova foi batizada com esse nome por conta de um Papa canonizado neste dia. A primeira corrida teve 60 inscritos e 48 compareceram para disputar a prova, todos homens.
Domínio paulista
Até 1941, isto é, em 16 anos de competição, a prova foi vencida apenas por atletas
paulistas, até que o mineiro José Tibúrcio dos Santos chegou na primeira colocação e
quebrou a sequência.
A primeira transmissão
Vicente De Marco, em 1945, um pioneiro das irradiações esportivas volantes, foi quem
disse que era possível realizar transmissões ao vivo. Três anos mais tarde, a Rádio
Gazeta, após adquirir um equipamento moderno de frequência modulada, realizou a
transmissão via rádio, um marco para a comunicação esportiva brasileira.
Milhares na torcida
O tcheco Emil Zatopek havia conquistado três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de
1953 e decidiu participar da prova na capital paulista. Ele chamou a atenção de nada
mais nada menos do que 800 mil pessoas, que saíram às ruas para ver o atleta correr.
Indígenas na disputa
Os índios tiveram a chance de disputar uma prova da são silvestre em 1964, 39 anos após a criação. Cinco integrantes da Ilha do Bananal participaram da competição. A segunda disputa com a presença de indígenas aconteceu 18 anos mais tarde, em 1984 e, com apoio da Funai, Xavantes e Serenas correram pelas ruas de São Paulo.
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Classificação pífia
Antes dominantes, os atletas brasileiros fizeram uma participação muito abaixo do
normal em 1972. O melhor atleta, Irides Silva, chegou na 17º colocação. Até hoje é a
pior classificação de um brasileiro na São Silvestre.
Prova com mulheres
Mais uma barreira social foi quebrada 50 anos depois da criação da prova: a participação das mulheres. 17 atletas se inscreveram para a competição, 14 largaram, 12 concluíram o trajeto. A grande vencedora foi a alemã Christa Valensieck, seguida pela norte-americana Jackie Hansen.
O 'retorno' do Brasil
Em 1980, o Brasil chegava a 33 anos sem vencer uma prova sequer. Mas José João da Silva, atleta do São Paulo Futebol Clube, quebrou o predomínio forasteiro e deu ao torcedor brasileiro um motivo a mais de alegria no réveillon daquele ano.
Início da era queniana
Em 1995, com 26 anos, o queniano Paul Tergat venceu a prova pela primeira vez - era só o início. Em 1996, 98, 99 e 2000, o atleta de 1m82 foi o grande campeão. Ele ainda é o recordista da maratona, com 2h04min55s. O único a conseguir superar o queniano foi o paranaense Émerson Iser Bem, triunfante em 1997.
Tri brasileiro
Marílson Gomes dos Santos foi o vitorioso da prova em 2003. Ele brilhou ainda em 2005 e 2010, e se tornou o primeiro brasileiro tricampeão da São Silvestre - desde que a competição foi internacionalizada.
Essas são algumas das curiosidades que tornam a São Silvestre tão peculiar. Se você deseja participar da prova, as incrições são feitas pelo site oficial
e a taxa é de R$ 160,00. Boa sorte!