Brigando pelo quinto título do Campeonato Nacional de futevôlei, David ‘Ovelha’ é um expoente do esporte que é febre do momento e ganha cada vez mais adeptos no mundo inteiro. Natural de Aracaju, o sergipano de 33 anos iniciou sua carreira no futebol, mas se apaixonou pela modalidade disputada na areia e hoje é tricampeão mundial e professor.
Conhecido no futevôlei apenas pelo apelido ‘Ovelha’, David ganhou a alcunha ainda na escola, por causa de brincadeiras de seus colegas com relação ao seu cabelo cacheado e de couro cabeludo falhado.
‘Ovelha’ também era garoto ainda quando começou a jogar, aos 8 anos de idade, em sua cidade natal. Passou pelas categorias de base de alguns clubes do nordeste e conseguiu se profissionalizar no futebol aos 18 anos no Clube Sportivo Sergipe, onde assinou seu primeiro contrato profissional. Durante seu tempo como jogador de futebol, David Ovelha disputou algumas competições no nordeste. Também passou pelo Club Atlético Porto, de Caruaru, onde chegou a jogar com o Santos, goleiro do Flamengo.
Quando ainda tinha 19 anos, Ovelha conheceu o futevôlei por meio do futebol, em 2009, e se surpreendeu. “Achava que era um esporte amador, não sabia que tinha confederação e competições oficiais e organizadas pela confederação. Foi amor à primeira vista, o futevôlei foi um divisor de águas na minha vida”, relata.
O amor pelo futevôlei só cresceu com o passar dos anos e foi se apresentando como uma alternativa profissional viável e com mais oportunidades para ‘Ovelha’. Por isso, diante das poucas oportunidades que teve ao longo da carreira e por não ter conseguido ganhar dinheiro com o futebol, o sergipano decidiu se aposentar dos gramados aos 22 anos e se dedicar exclusivamente à modalidade jogada em quadra de areia.
A adaptação ao esporte, no entanto, foi difícil. Segundo ‘Ovelha’, apesar de futebol e futevôlei terem elementos parecidos, joga-se completamente diferente, tem a areia e fundamentos específicos aos quais é necessário se acostumar. Além disso, quando ele começou, 13 anos atrás, o cenário de futevôlei no Brasil ainda era pequeno, então o volume de competições não era tão perene. “Quando comecei, disputava-se um campeonato a cada 4 meses, em média. Hoje em dia joga, graças ao aumento da popularidade do futevôlei e do número de praticantes no país, temos competições quase todo final de semana, o que é muito bom”, conta.
Apesar da difícil adaptação, hoje em dia ‘Ovelha’ é referência no esporte e acumula muitos títulos de expressão. É tricampeão mundial, tetracampeão nacional, octacampeão da Copa Norte-Nordeste, hexacampeão Alagoano, 14 vezes campeão Sergipano, 16 vezes campeão Baiano, tricampeão Paulista e bicampeão Carioca e Capixaba.
Além do extenso rol de títulos, ‘Ovelha’ é um dos poucos jogadores de futevôlei brasileiros com ensino superior. Formou-se em Educação Física em 2018, pela Universidade Tiradentes Aracaju, após ter que trancar a matrícula algumas vezes por conta de sua agitada vida como jogador de futevôlei, que é sua fonte de renda.
Hoje em dia, além de jogar, ‘Ovelha’ trabalha no Estação Piracicaba, de São Paulo, onde é coordenador e professor do projeto. Ele também dá aulas de personal de futevôlei de segunda a quinta-feira, de manhã e à noite, tem uma média de 20 alunos. O sergipano também já ministrou aulas em países da Europa, Ásia e América do Sul.
Seu desejo é que mais pessoas conheçam e se interessem pelo futevôlei. “O futevôlei tem pouco conteúdo na internet de forma simples e acessível. Meu objetivo para o futuro é criar um curso online ensinando o básico. É um esporte muito divertido e creio que se elas tiverem esse primeiro contato elas tendem a gostar e começar a praticar”, relata.