Alan Begosso
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Alan Begosso

O incentivo ao esporte no Brasil vem aumentando nos últimos anos. Porém, nem sempre foi assim. O investimento escasso e a falta apoio às jovens promessas resulta em muitos talentos desperdiçados. Allan Begosso, um dos nomes brasileiros mais cotados a entrar no UFC, chegou a vender brigadeiro nas ruas da Europa em busca do seu sonho.

“Não sou um lutador só dentro do ringue. Tive que batalhar muito para conseguir chegar onde estou. Muitos que eu considerava não acreditaram no meu sonho, porém consegui provar que quando se tem fé e persistência, tudo é possível. Sair do Brasil sem dinheiro e com um sonho, é e continua sendo meu combustível para chegar no UFC”, declarou o lutador. 

Nascido e criado em São Paulo, Allan teve uma infância muito difícil. Nunca passou por problemas financeiros, porém o ambiente em sua casa era muito conturbado. Na luta, após mudar de casa, encontrou sua paz e sua verdadeira vocação. Seu técnico, Anderson Braddock, conseguiu uma bolsa para Allan lutar e depois disso nunca mais conseguiu se separar do tatame. 

“Eu nunca tinha conseguido ficar em paz comigo mesmo. Sempre mudando de casa e sendo mais novo, acabei me envolvendo com algumas influências ruins. Quando recebi o convite para lutar, nem pensei que ia chegar onde cheguei. O Anderson Braddock foi o motivo de eu ter tido uma chance. Graças ao meu foco e a nossa força de vontade, hoje estou podendo viver meu sonho”, afirmou Allan.

Desacreditado de conseguir sucesso lutando no Brasil, Allan, junto à sua esposa, Gabriella, se mudaram para Portugal em busca de conseguir dinheiro antes de irem para os Estados Unidos. Uma amiga do casal teria prometido moradia e emprego na Europa para os dois, que tinham levado apenas 800 euros para o país.

Quando chegaram, descobriram que tudo não passava de uma falsa promessa. Sem emprego e com pouco dinheiro para viver fora do Brasil, o casal não via muita solução. Assim, se viram obrigados a vender brigadeiros nas ruas de Portugal. O sucesso foi instantâneo. Em pouco tempo, Allan e Gabriella ficaram conhecidos como “os brasileiros dos doces”. “Muitas pessoas começaram a nos reconhecer. Independentemente de onde estivéssemos, conseguimos vender os brigadeiros e levantar um bom dinheiro. Arrecadamos cerca de três mil euros nesse tempo", disse o lutador.

Chegando nos Estado Unidos, Allan planejava conseguir o visto de atleta, que custava cerca de sete mil dólares. Para conseguir juntar essa quantidade, o lutador passou de lavador de carros até motorista de aplicativo. Em meio a isso, enfrentou uma depressão que o fez repensar se valia a pena todo aquele esforço pelo seu sonho. Após se destacar na academia em que treinava, Allan foi convidado para lutar na LFA, um dos maiores eventos de luta do mundo. Em sua primeira luta, conseguiu um nocaute em 40 segundos. Desde então, já conseguiu disputar o cinturão e chegou a concorrer a nocaute e luta do ano.

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