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Novak Djokovic admitiu ter errado quando decidiu participar de uma entrevista com o jornal L'Équipe mesmo sabendo que estava com Covid-19.

O caso gerou polêmica no início deste ano, quando o tenista usou um teste RT-PCR positivo realizado em 16 de dezembro como argumento para indicar a Justiça da Austrália que ficara impossibilitado de receber a vacina contra a doença e assim conseguir o aval para participar do Australian Open.

O encontro com o jornalista  Franck Ramella, porém, ocorreu em Belgrado dois dias após o diagnóstico.

— Foi um erro. Respeito o jornalista Franck (Ramella). Ele está no tênis há mais tempo do que eu. Adiamos essa entrevista por algum tempo e descobri que estava positivo depois que ele já havia desembarcado em Belgrado. Eu usei minha máscara durante toda a entrevista, mantive distância física. Eu tirei minha máscara para a sessão de fotos, mas tanto Franck quanto o fotógrafo estavam a poucos metros de mim. Admito que foi egoísta o que fiz, foi um erro. Eu entendo que nem todas as pessoas vão me perdoar e eu entendo os críticos — disse Djokovic durante entrevista exibida nesta quinta-feira na emissora pública da Sérvia RTS.

O atleta falou ainda sobre como se sentiu ao ser barrado do torneio da Austrália e que pretende retornar para a disputa no futuro.

— Sempre me lembrarei de todas as coisas boas que aconteceram para mim em Melbourne. Eu tive muitos momentos lindos profissionais e pessoais lá. Apesar de tudo, tenho uma grande conexão com a Austrália. Os resultados que tive em Melbourne mostram como me sinto quando vou lá. Tudo o que aconteceu este ano foi totalmente inesperado. Será difícil esquecer, mas quero voltar para a Austrália no futuro e jogar na Rod Laver Arena novamente — ressaltou.

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O tenista ainda comentou a relação de colegas do esporte que o criticaram pela decisão de não se vacinar. Rafael Nadal foi um deles, ressaltando que o sérvio sabia do risco da própria decisão.

— Respeito meus colegas e entendo que alguns deles não quiseram se manifestar, e alguns me criticaram ou não gostaram da forma como entrei na Austrália. Eu só queria que eles ouvissem o meu lado da história. Mas a posição deles não era fácil, havia muita ênfase sobre essa saga e eles queriam falar sobre si mesmos e sobre o torneio. Nick Kyrgios me surpreendeu positivamente, agradeci a ele e a todos os outros que me defenderam, Alize Cornet, por exemplo. Recebi muitas mensagens em particular de alguns jogadores, mas eles não quiseram falar publicamente. Eu entendo, a situação era complicada — disse.

Questionado novamente sobre o motivo de não ter se vacinado contra a Covid-19, o atleta justificou que temia mudanças no organismo:

— Como atleta de elite, quero checar três vezes tudo o que entra no meu corpo. Se algo muda 0,5% no meu corpo, eu sinto. Sou apenas cauteloso antes de tomar qualquer decisão, estou tomando meu tempo e mantendo minha mente aberta. Vou viver com as consequências.

A entrevista desta quinta-feira ocorre apenas três dias após o tenista declarar à BBC que está disposto a não disputar outros torneios importantes na carreira, como Roland Garros e Wimbledon, para evitar a imunização. Na ocasião, também afirmou que não faz parte de nenhum movimento antivacina, mas defende o "direito de escolha" sobre receber ou não as doses.

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