O bicampeão mundial Gabriel Medina, que recentemente falou sobre sua mudança de vida , deu show e conquistou o título da etapa de Narrabeen, na Austrália, do Circuito Mundial de surfe. Ele derrotou o californiano Conner Coffin na decisão, com 18,77, o maior placar do ano, ultrapassando os 18,16 de John John Florence em Pipeline, contra 14,10 do adversário. O paulista lidera o ranking, com 25.600 pontos.
Depois de bater na trave duas vezes na abertura da temporada, o brasileiro enfim soltou o grito de campeão. Ele havia perdido a primeira final no Havaí para John John Florence e a segunda para Italo Ferreira em Newcastle, mas agora disparou na liderança do ranking.
Quem também brilhou foi a gaúcha Tatiana Weston-Webb, ao barrar a tetracampeã mundial Carissa Moore nas semifinais. Na final, a californiana Caroline Marks achou as melhores ondas para vencer, mas a brasileira subiu para terceiro no ranking das três etapas disputadas.
A performance de Medina no dia decisivo foi espetacular. Na decisão do título, já destruiu sua primeira onda, com uma sequência que valeu nota 9,27. Depois, pegou uma direita, acelerou até chegar na rampa para voar muito alto, fazer a rotação completa no ar com muita extensão e aterrissar de forma impecável.
Quando completou a manobra, Gabriel pediu a nota 10 com os dedos das mãos e a torcida também, mas veio o 9,50. Já era a segunda maior do ano e, com ela, o maior placar das três primeiras etapas: 18,77 pontos. Coffin até surfou bem uma onda nos minutos finais que valeu 8,77, mas não ameaçou a 15ª vitória de Medina em sua 27ª final de Circuito Mundial.
- É uma sensação incrível conseguir fazer uma performance como essa. Foi uma final com boas ondas e bastante oportunidades para surfar e eu acertei todos os meus aéreos. É muito bom ganhar um evento e eu estava com saudade dessa emoção. Eu tenho chegado em várias finais (essa foi a quarta consecutiva), mas estava cometendo alguns erros que corrigi tudo nessa. É ótimo sentir essa sensação de que você está melhorando - disse Medina, logo que saiu do mar e foi cercado pela torcida que lotou a praia na terça-feira.
Medina também comentou sobre o aéreo que valeu 9,50.
- Aquela rampa foi demais. Quando eu entrei na onda, fiz a primeira manobra e depois só acelerei e fui para o aéreo. Quando aterrissei, eu sabia que ia receber outra nota 9 e pouco e aí pensei: acabou. Eu quero agradecer todo mundo aqui desse lugar incrível, as praias são fantásticas, a comida é ótima, as pessoas muito simpáticas e ter esse apoio da torcida é demais. Tenho me divertido muito e a Austrália nunca foi tão boa para mim assim - avaliou o surfista.
A decisão feminina também terminou com uma final Brasil x Estados Unidos, valendo a vice-liderança isolada no ranking, e Caroline Marks festejou sua terceira vitória no CT por 12,57 a 11,34 pontos. As outras duas foram em 2019, na Gold Coast e em Portugal.
- Sempre que você está na final, você quer ganhar né. Esse era o sonho e não deu certo, mas o segundo lugar foi bom também. Eu quero agradecer a todos pelo apoio. Essa semana foi incrível, deu para mostrar um pouco do meu surfe e vamos com tudo para Margaret River - disse Tatiana Weston-Webb, que vai disputar medalha para o Brasil nas Olimpíadas de Tokyo, junto com Silvana Lima, Gabriel Medina e Italo Ferreira.
- O Gabriel, o Italo e a Silvana, sempre estão me inspirando. A gente tem um time incrível para as Olimpíadas e não vejo a hora de estar lá no Japão representando a bandeira brasileira.
Tatiana volta a ocupar a terceira posição no ranking, como iniciou a temporada 2021 no Havaí. Ela tinha caído para o quinto lugar na primeira etapa da “perna australiana” em Newcastle e agora tem até chances matemáticas de brigar pela liderança em Margaret River Pro. Mas já precisa vencer essa etapa e a Carissa Moore não passar nenhuma bateria, o que é bastante improvável. Tatiana volta a figurar na lista provisória das top-5 do ranking que vão decidir o título mundial no Rip Curl WSL Finals, em setembro na Califórnia.
O Circuito Mundial terá sequência na região de West Australia, em Margaret River, de 2 a 12 de maio. Em seguida, entre 16 e 26 de maio, acontece a etapa de Rottnest Island.
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Confira o ranking masculino do Circuito Mundial
1- Gabriel Medina (BRA) – 25.600 pontos
2- Ítalo Ferreira (BRA) – 19.405
3- John John Florence (HAV) – 14.650
4- Kanoa Igarashi (JPN) – 12.810
4- Conner Coffin (EUA) – 12.810
6- Morgan Cibilic (AUS) – 12.160
7- Jordy Smith (AFS) – 11.385
8- Filipe Toledo (BRA) – 10.735
8- Griffin Colapinto (EUA) –10.735
8- Frederico Morais (POR) – 10.735
11- Yago Dora (BRA) – 9.395
13- Caio Ibelli (BRA) – 7.970
15- Deivid Silva (BRA) – 7.405
18- Jadson André (BRA) – 6.905
20- Adriano de Souza (BRA) – 6.340
22- Peterson Crisanto (BRA) – 5.980
22- Miguel Pupo (BRA) – 5.980
32- Alex Ribeiro (BRA) – 2.925
Confira o ranking feminino do Circuito Mundial
1- Carissa Moore (HAV) – 23.885 pontos
2- Caroline Marks (EUA) – 18.695
3- Tatiana Weston-Webb (BRA) – 16.495
4- Tyler Wright (AUS) – 15.220
5- Stephanie Gilmore (AUS) – 14.235
6- Sally Fitzgibbons (AUS) – 13.440
6- Courtney Conlogue (EUA) – 13.440
8- Johanne Defay (FRA) – 12.100
9- Keely Andrew (AUS) – 11.875
10- Isabella Nichols (AUS) – 11.455