Há pouco mais de uma semana, o australiano Dan Palmer , ex-jogador de Rugby , assumiu sua homossexualidade por meio de uma entrevista para o Sydney Morning Herald. O esportista revelou que teve sérios problemas de autoaceitação.
Aposentado de uma carreira que durou entre 2008 e 2015, e membro da seleção australiana, em 2012, ele relatou os problemas que enfrentou. "Eu fantasiei sobre desaparecer, mudar meu nome e começar uma nova vida. Não estou exagerando quando digo que minha própria morte foi preferível ao fato de que alguém descobriu que eu era gay ", contou Palmer.
O jogador ainda revelou que chorava todas as noites e para adormecer precisava de uma poderosa mistura de medicamentos, o que o levou à overdose aos 25 anos. "Minha paixão pelo esporte tem diminuído nos últimos anos e comecei a sentir muito remorso por ter passado os melhores anos da minha vida fingindo ser alguém que realmente não era", acrescentou ele sobre os motivos de sua aposentadoria.
Apesar disso, o australiano comentou que os problemas que tinha não eram principalmente com o tabu de ser gay no esporte. "Fui principalmente eu, em vez de pressão externa ou discriminação", admitiu. Apesar disso, Palmer teve que aturar comentários ruins, como o feito, a um ano atrás, por Israel Folau, um jogador da seleção australiana que foi afastado do time por dizer que "os homossexuais deveriam ir para o inferno".
Agora, uma semana depois de tomar a importante decisão de dizer a todos que é gay, Palmer aponta que não se arrependeu de maneira alguma. "Estou absolutamente feliz por ter feito isso. Não foi uma decisão fácil e foi algo que me preocupou muito. Eu realmente não gosto de ser o centro das atenções e sabia que a coisa toda poderia ser um pouco opressora. Mas essa apreensão foi finalmente superada pelo impacto positivo que tive", admitiu Palmer.
Desde seu anúncio, o mundo do rugby, do esporte e da sociedade em geral se voltou para Palmer. David Pocock, seu companheiro de equipe no Brumbies, chamou Dan de "um dos melhores homens" que ele conheceu. "Recebi centenas de e-mails e mensagens de pessoas de todo o mundo. Muitos foram incrivelmente abertos sobre suas experiências pessoais ou de seus entes queridos. É muito bom pensar que minha história tocou tantas pessoas. Espero que tenha ajudado de alguma forma", terminou.