Um suborno pode ter ajudado Tóquio a sediar os Jogos Olímpicos de 2020 , que foi adiado para 2021 devido à pandemia no novo coronavírus. Segundo a 'Reuters', um empresário japonês teria recebido 8,2 milhões de euros (cerca de R$ 46 milhões) do Comitê Organizador para influenciar membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) a aceitarem a candidatura do país.
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Ex-executivo da agência de publicidade Dentsu Inc, Haruyuki Takahashi foi contratado com esta missão e confirmou à agência de notícias que a sua intenção era pressionar membros específicos do COI. Caso de Lamine Diack, ex-presidente da IAAF e membro da entidade, que está sendo investigado pela justiça francesa.
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Diack, de 86 anos, foi uma das peças-chave na eleição de Tóquio devido à influência com os diferentes comitês olímpicos africanos. Ele negou qualquer irregularidade e acusações através de seu advogado. Takahashi admitiu teria recebido os 7,5 milhões de euros, mas não especificou onde o dinheiro foi gasto.
A 'Reuters' obteve acesso a um relatório de pagamentos, que indica que Takahashi enviou vários presentes a Diack, como câmeras, um relógio Seiko ao custo de 46,5 mil euros (cerca de R$ 264 mil), além de outros presentes entregues em festas de luxo organizadas pela candidatura japonesa.
Vale lembrar que no momento da eleição, em 2013, em Buenos Aires, o regulamento do COI não impedia a oferta de presentes sem limite de valor. Takahashi recebeu um cargo no Comitê Organizador dos Jogos após a eleição.
A Justiça francesa também está investingando o filho de Diack, Papa Massata Diack, sob suspeita de que ele tenha recebido a maior parte do dinheiro pago e repassado dinheiro ao pai para garantir votos em Tóquio. O filho de Diack também negou qualquer irregularidade.
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O Comitê Olímpico Internacional afirmou não ter conhecimento de pagamentos em festas particulares ou presentes dados aos membros da entidade.