Os tênis da linha Nike Vaporfly , usados por alguns dos maratonistas mais rápidos do mundo, serão permitidos nas Olimpíadas de Tóquio 2020. A decisão acabou de ser publicada hoje (31), em um comunicado oficial da World Athletics.
O órgão evitou decidir se o design exclusivo dos modelos — solas almofadadas e tecnologia com fibra de carbono que impulsionam os corredores para a frente — oferece uma vantagem injusta para quem o usa.
Em contrapartida, a World Athletics optou por emitir modificações nas regras. Segundo ela, as regulamentações foram projetadas “para proporcionar maior clareza aos atletas e fabricantes de calçados em todo o mundo e proteger a integridade do esporte.”
Como funcionará
A partir de 30 de abril “qualquer sapato deve estar disponível para compra por qualquer atleta no mercado de varejo aberto (on-line ou na loja) por um período de quatro meses antes de poder ser usado em competições.”
”Se um sapato não estiver disponível abertamente para todos, ele será considerado um protótipo e seu uso em competição não será permitido. O mesmo vale para modelos que estão à venda, mas foram personalizados, seja por razões estéticas ou médicas.”
Ou seja, os modelos antigos e que já estão no mercado (como é o caso da linha Nike Vaporfly ) estão liberados. Mas não as novidades.
Aparentemente, os fabricantes serão solicitados a enviar novos protótipos existentes à World Athletics para aprovação antes de serem utilizados em grandes competições.
Nike Vaporfly ainda é alvo de críticas
As regras afirmam que “os tênis não devem ser construídos de modo a oferecer aos atletas qualquer assistência ou vantagem injusta. E qualquer tipo de modelo usado deve estar razoavelmente disponível para todos, no espírito da universalidade do atletismo.”
Muitos atletas, treinadores e até marcas concorrentes afirmam que a linha da Nike está quebrando as regras, uma vez que a quantidade de recordes feitos por atletas usando os modelos levantou suspeitas de “doping tecnológico”.
A ex-maratonista olímpica britânica Mara Yamauchi — patrocinada por uma fabricante de calçados concorrente — disse, em uma entrevista à BBC, que a World Athletics deveria endurecer seus critérios de avaliação. “Não temos mais uma concorrência justa. Cabe à World Athletics fornecer condições iguais para todos.”
Outros, no entanto, acreditam que a inovação de equipamentos sempre foi uma parte inevitável da evolução esportiva. E que outros fabricantes estão desenvolvendo sua própria tecnologia, em uma concorrência justa.