O pensamento machista de que “esporte não é coisa de mulher” foi a máxima que vigorou durante muitos e muitos séculos no mundo. Na Grécia Antiga, por exemplo, acreditava-se que as mulheres ficariam masculinizadas com exercícios. Além de a prática ser exclusiva aos homens, elas eram proibidas até mesmo de assistir aos jogos, sob a pena de morte, já que geralmente os atletas estavam nus durantes as disputas.
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Apesar de ainda vivermos em um mundo que favorece os homens, a realidade mudou - para melhor. E se ainda não chegamos ao ideal, a culpa não é delas, já que bons exemplos de luta e superação não faltam. Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a Fanato Esporte Turismo elaborou uma lista de 10 mulheres que muito lutaram pela igualdade e fizeram jus ao significado deste dia: a luta feminina.
Stamati Revithi
Durante a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era Moderna, em 1896, as mulheres continuavam sendo proibidas de participar. Como forma de protesto, a grega Stamati Revithi realizou o percurso da maratona do lado de fora do estádio. Ela completou o percurso em 4 horas e meia, conquistando índice menor que muitos homens que disputavam a prova, mas apesar disso, não teve o reconhecimento do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Charlotte Cooper
Nos Jogos Olímpicos de 1900, disputado em Paris, a tenista britânica Charlotte Cooper entrou para história como primeira mulher a subir no lugar mais alto do pódio olímpico. Foi a primeira vez que mulheres participaram de uma olimpíada, porém, nem tudo foram flores. Restrita a apenas dois esportes – o tênis e o golfe – elas não ganhavam as coroas de oliveira, sendo consideradas participantes 'extraoficiais'.
Alice Melliat
Em 1917 a francesa Alice Melliat fundou a Federação Esportiva Feminina Internacional -FEFI, que passou a supervisionar recordes e estabelecer regras para o esporte feminino. A FEFI organizou os Jogos Olímpicos Femininos em 1922, 1926, 1930 e 1934. O sucesso de público e a grande repercussão culminaram com o reconhecimento de mulheres como atletas olímpicas pelo COI em 1936, durante as Olimpíadas de Berlim.
Maria Lenk
Com apenas 17 anos, brasileira Maria Lenk foi a primeira sul-americana a participar de uma Olímpiada, em 1932. Mesmo não chegando ao pódio, o feito é considerado um marco para a história do esporte nacional. Ela é, até hoje, vista como a principal nadadora brasileira da história e única mulher do páis a entrar para o Hall da Fama da natação.
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Aída dos Santos
A carioca foi a primeira mulher brasileira a disputar uma final olímpica. Ficou em quarto lugar no salto em altura na competição de Tóquio, em 1964, sendo a única mulher da delegação do Brasil na ocasião. Aída dos Santos voltou ainda a participar dos Jogos da Cidade do México, quatro anos depois.
Jacqueline e Sandra
A medalha dourada, tão cobiçada pelas brasileiras, veio nas Olimpíadas de 1996, em Atlanta, e não poderia ter sido de forma mais especial. Na edição que marcou a estreia do vôlei de praia na competição a final teve dobradinha brasileira. Jacqueline e Sandra ficaram com ouro após derrotar as compatriotas Adriana e Mônica.
Hortência
Foi uma das maiores jogadoras brasileiras de basquete de todos os tempos. Com 3.160 pontos em 127 jogos, a paulista tem uma média de 24,9 pontos por partida. Hortência participou diretamente da conquista do mundial de basquete de 1994 e da medalha de prata nas Olimpíadas de 1996. Em 2005, entrou para o Hall da Fama do basquete feminino, sendo a primeira brasileira a receber tal honra.
Daiane dos Santos
A gaúcha Daiane dos Santos foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial. Além disso, possui ainda dois movimentos nomeados em sua homenagem, como o consagrado duplo twist carpado.
Marta
Com duas medalhas de prata em Olimpíadas, a alagoana foi eleita melhor jogadora de futebol do mundo pela Fifa em cinco oportunidades, artilheira da Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2007. Marta mostrou ao mundo que não somente os homens que fazem do Brasil o país do futebol. É chamada por muitos de rainha e, com certeza, é uma das maiores da história.
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Rafaela Silva
Após ser duramente criticada, inclusive com xingamentos racistas, após a eliminação precoce nos Jogos de Londres em 2012, Rafael Silva foi responsável pela primeira medalha de ouro olímpica do Brasil nos Jogos Rio 2016. Com uma infância carente, a carioca é um dos grandes exemplos recentes de luta das mulheres para conquistar seus objetivos.