
O desfecho do Campeonato Brasileiro, neste domingo (7), foi melancólico para um Estado nordestino. Ceará e Fortaleza foram derrotados pelo Palmeiras por 3 a 1, no Castelão, e Botafogo por 4 a 2, no Nilton Santos, e foram rebaixados para segunda divisão. Os rivais passaram por trajetórias opostas durante a competição, mas o resultado final foi mesmo, com lamento das duas torcidas.
Com a dupla fora da Série A, a próxima edição não terá um representante cearense pela primeira vez em nove anos. Desde 2018, o alvinegro esteve na elite do futebol nacional em seis oportunidades, enquanto o Leão do Pici participou dela sete vezes consecutivas. Ambos chegaram à última rodada fora da zona de degola e tiveram tarde trágica para terminar o torneio entre os quatro últimos da tabela.
Postura diferente com treinadores
Uma das grandes distinções entre as equipes no Brasileirão esteve à beira do campo. Léo Conde, que foi o comandante no acesso do ano passado, permaneceu no clube para encarar o desafio de um enfrentamento mais competitivo. E a diretoria do clube acreditou nele até o final. Não à toa, foi um dos seis treinadores que passou os 38 jogos no mesmo time.
Do outro lado, o tricolor optou por interromper uma parceria de mais de quatro anos com Pablo Vojvoda, diante do momento delicado na temporada. E trocou de comissão técnica duas vezes no torneio. Chegou Renato Paiva para o lugar do argentino, que esteve à frente da equipe em 10 partidas. Por fim, arriscou ao contratar Martín Palermo, que está no cargo atualmente.
"Por mim, o Palermo fica. Temos que saber se ele quer ficar para disputar uma Série B. Sei que ele gostou muito do clube e da cidade. Quando a gente fala de Palermo, acho importante falar do Diego Cagna, do Damian, do Gaston, do Renato e do Esteban Herrera. São pessoas extraordinárias, compõem uma comissão técnica muito qualificada. Então não é só o Palermo", disse Marcelo Paz, CEO do Fortaleza.
Altos e baixos em momentos opostos
A confiança depositada em Conde, mesmo com o risco de queda, não foi por acaso. O Ceará fez uma primeira metade de campeonato bastante seguro, nunca sendo visto como um potencial rebaixado. No entanto, tudo mudou da parte final. A distância para o Z-4 foi se aproximando cada vez mais e foi somente se tornar um potencial risco na reta decisiva. Esse foi confirmado com o um ponto conquistados nos últimos 15 em disputa.
"O clube tem estrutura de trabalho. Não consigo compreender o porquê de tamanha crueldade de passar um campeonato inteiro de uma forma e, na última rodada, acontecer isso. Perdão. Perdão a cada torcedor, perdão aos meus filhos, a minha esposa, a cada funcionário do Ceará, mas o que eu posso garantir é que o clube continua forte e voltará forte" disse Haroldo Martins, CEO de futebol do Ceará.
Se o Fortaleza sofreu durante boa parte da sua trajetória com a incosntância no comando, ela sumiu com a chegada de Palermo. O argentino pegou uma equipe esfacelada, muito longe de ter qualquer chance de permanência e transformou numa das mais fortes do último terço do torneio. Ele emplacou uma sequência de nove jogos de invencibilidade — 5 vitórias e 4 empates —, até ser superado na 38ª rodada.