Foi com sofrimento até o fim, mas o Vitória conseguiu garantir a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. A missão foi cumprida após superar o São Paulo por 1 a 0, neste domingo (7), no Barradão, e contar com as derrotas de Fortaleza e Ceará. A arrancada final, vista inclusive como um verdadeiro milagre, consolida a grande demonstração de força do rubro-negro em momento crucial.
O Leão estava, há não muito tempo atrás, afundado na zona da degola. Nem o mais otimista torcedor do clube poderia imaginar que seria possível sair daquele buraco. Mas a partir de uma impactante mudança, a chave virou para os baianos. E com ela, o fantasma do rebaixamento foi exorcizado com "passos de formiguinha". Não à toa, só aconteceu na última rodada da competição.
Os principais aspectos do "milagre"
Se uma palavra pudesse definir o que foi a maior parte da trajetória do Vitória no Brasileirão, seria turbulência. Afinal, passou por quatro trocas de comando durante ela. O sentimento geral no Barradão era de terra arrasada até a 24ª rodada. Não pela distância para o primeiro time fora do Z-4, mas principalmente pelo péssimo desemenho apresentado — até então. No entanto, tudo mudou com a chegada de um profissional "especialista" à este tipo de situação.
Efeito Jair Ventura
O treinador recebeu o chamado para tentar salvar o rubro-negro da queda, algo que já havia conseguido fazer quatro vezes na carreira. Sob seu comando, a equipe mais que dobrou a quantidade de pontos em apenas 14 partidas. Ele conseguiu recuperar a confiança de jogadores quebrados mentalmente para ter um aproveitamento de G-5 (57%): foram 7 vitórias, 2 empates e 5 derrotas.
"Falar do se é complicado. Vale o que deu certo. Temos percentual de G-6, sim. Seria Libertadores pelo percentual. Mas não temos como controlar o que aconteceu antes. Bom que ano que vem vamos estar na Série A, vamos fazer mais grandes jogos. Que bom que no final deu certo", celebrou Jair.
Defesa sólida
Ciente do material humano que tinha em mãos, Jair Ventura nunca escondeu que o principal foco era evoluir a parte defensiva — eram 35 gols sofridos em 24 jogos antes da sua chegada. Os números no quesito, apesar de evoluírem, não foram excepcionais. Mas foram cruciais para permanência. Mesmo com 17 bolas nas suas redes, saiu de campo sem ser vazado em sete oportunidades.
Força dentro de casa
Apenas uma boa defesa não seria suficiente para garantir a permanência na primeira divisão, diante do cenário que o Vitória se encontrava. Até porque só vence quem faz gol. Mesmo sem atingir um bom nível de atuação ofensivamente, compensou com retrospecto dentro de casa. Com Jair à frente do time, contou com a força da sua torcida para conquistar 16 dos 21 pontos em disputa no seu estádio.
Vitórias de "6 pontos"
A briga contra o rebaixamento foi acirrado até os minutos finais da última rodada. Fato que escancara a importância de vencer os confrontos diretos no torneio. E sob atual comando, o Leão foi impecável quando enfrentou os adversários da luta pela permanência. Superou o Santos, Internacional e Ceará, todos por 1 a 0. A vitória contra o último, inclusive, teve impacto direto no desfecho final desta disputa, já que as equipes terminaram separadas por apenas dois pontos.