
O piloto brasileiro Diogo Moreira conquistou no último sábado (15), em Valência, o título da Moto2, categoria da MotoGP para até 600 cilindradas, com direito a tietagem por parte do supercampeão Marc Márquez e comemoração em clima de copa do mundo.
O paulista de 21 anos entrou para história como o primeiro brasileiro campeão mundial de motovelocidade. Um sonho que começou com Alex Barros e levou anos para ser concretizado, mas é resultado da profissionalização da modalidade no país, que aconteceu na última década.
Que venha a MotoGP 2026
Com o título inédito para o Brasil, Diogo Moreira realiza um sonho de gerações de pilotos, fãs e outros profissionais da motovelocidade. A conquista veio acompanhada de um lugar na MotoGP já na temporada 2026, algo que só aconteceu com Alex Barros, que brilhou na maior categoria entre 2002 e 2007, conquistando 7 vitórias, o suficiente para se tornar uma lenda e uma referência para quem veio a seguir, se envolvendo como dono de equipe nos primeiros passos de Diogo Moreira nas pistas. O jovem talento foi confirmado pela Honda LCR, equipe satélite da marca japonesa, pouco antes de conquistar o título da Moto2.
GP do Brasil de MotoGP em 2026
Mas o próximo ano deve guardar mais surpresas para os brasileiros. Tudo indica que desta vez teremos o GP do Brasil de MotoGP, em Goiânia — onde foram realizadas etapas entre 1987 e 1989 — depois de algumas tentativas frustradas nos últimos anos. A última vez da MotoGP no Brasil foi em Interlagos 1992.
Portanto, Diogo Moreira está muito perto de realizar o sonho de correr o mundial em casa, algo que nem Alex Barros teve a oportunidade de fazer. A corrida está programada para o dia 22 de março.
Caminho para título da Moto2
Diogo Moreira se mudou com a família para a Espanha em 2017, ou seja, com apenas 13 anos de idade. O então adolescente passou para diversas categorias do campeonato espanhol até ganhar um espaço na Red Bull Rookies Cup, em 2021, referência na formação de jovens pilotos para a MotoGP, como motos de 250cc. Com uma pole position logo na primeira etapa e quatro pódios em cinco corridas, andando nos mesmos circuitos da MotoGP, Diogo mostrou que tinha potencial para brilhar e chamou atenção das equipes da Moto3.
Estreia no mundial
Logo no primeiro ano no mundial de motovelocidade, Diogo mostrou consistência para pontuar na maior parte das corridas, terminando o campeonato na 8ª posição. A mesma colocação em 2023 veio acompanhada de três pódios e a primeira vitória na categoria, no GP da Indonésia.
A capacidade de atingir resultados importantes foi o que levou o jovem piloto para o degrau seguinte, a Moto2, em 2024, pela equipe Italtrans. Depois de uma difícil adaptação na primeira metade do campeonato, Diogo passou a frequentar o top-10 nas corridas finais, culminando com um pódio em Barcelona.
O ano do título inédito
Mas foi mesmo em 2025 que Diogo Moreira mostrou que podia buscar algo mais importante. Foi um início de temporada consistente, andando sempre entre os primeiros, mas ficando 40 pontos atrás do líder do campeonato, o espanhol Manuel González. Mas foi a partir do GP da Itália que Diogo Moreira começou a dominar a Moto2. Tudo começou com a pole position e a vitória no GP da Holanda. Depois de dois abandonos, o brasileiro voltou a vencer na Áustria, o que se repetiria na Indonésia e no GP do Algarve, em Portugal. Os ótimos resultados e queda de rendimento de González na parte final do campeonato deixaram o piloto do Brasil com a mão na taça, o que se concretizou com um 10º lugar no circuito de Valência, coincidindo com o número da sorte do novo craque das pistas.
