Gabriel Bortoleto e Franco Colapinto
Reprodução/@stakef1team e @alpinef1team
Gabriel Bortoleto e Franco Colapinto

Foi um final de semana para Gabriel Bortoleto esquecer no GP dos Estados Unidos de F1, disputado neste domingo (19). Mas um princípio de disputa no final da prova com o jovem piloto argentino Franco Colapinto, pela última posição, mudou o foco da transmissão nas duas últimas voltas, transformando o Circuito das Américas em um pedaço da América do Sul. O brasileiro não conseguiu passar o argentino, mas os dois foram para cima de Pierre Gasly, companheiro de Colapinto na Alpine, e conseguiram belas ultrapassagens, jogando o francês para último. 

Em um final de semana em que pequenos erros valeram uma grande decepção para o jovem piloto brasileiro, o final emocionante deu uma cara de Copa América ou Copa do Mundo, e mostrou a vontade de vencer — e um pouco do talento — destes dois jovens pilotos sul-americanos. 

Oportunidade perdida

Bortoleto largou na 16ª posição, com pneus macios, o que resultou em uma estratégia desastrada de três partes (stints), que jogaram o brasileiro para a última posição entre os pilotos de pista. Um safety car virtual logo nas primeiras voltas “caiu no colo” do brasileiro e abriu uma janela de oportunidade que a Sauber não aproveitou, parando poucas voltas depois, com a corrida em ritmo normal. Com os carros ainda próximos, essa primeira parada no box colocou Bortoleto a 12 segundos do último colocado, Alex Albon, que tinha parado no box depois de um toque com o próprio Bortoleto na largada.

Estratégia desastrada

A jovem promessa do Brasil acelerou muito e conseguiu tirar a diferença em 20 voltas, chegando a pular para a 12ª colocação quando os rivais fizeram suas trocas de pneus. Enquanto isso, o seu companheiro Nico Hulkenberg se mantinha tranquilo na zona de pontuação. Mas a alegria durou pouco. Com pneus médios já desgastados, o piloto brasileiro perdeu as posições rapidamente e foi para a segunda parada, caindo novamente para último.

Brasil x Argentina

Faltando quatro voltas, Gabriel Bortoleto encostou em Franco Colapinto, chegando a ficar a menos de meio segundo do rival argentino. O princípio dessa aguardada batalha fez lembrar os tempos áureos de Nelson Piquet e Carlos Reutemann disputando ponto a ponto o título mundial de Fórmula 1, em 1981. Mas, advertido como tantos outros pilotos por ultrapassar os limites de pista, o brasileiro já não podia andar no limite para conseguir a ultrapassagem, nas exigentes curvas do circuito.

“Circuito da América do Sul”

Mas o clássico sul-americano tomou um caminho inesperado quando os dois chegaram em Gasly.  Tanto que a produção da transmissão, aproveitando a proximidade do carro do líder Max Verstappen, que colocaria uma volta no final do pelotão, abandonou as disputas entre Lando Norris, Charles Leclerc, Lewis Hamilton e Oscar Piastri para mostrar o comprometimento do argentino e do brasileiro. A equipe Alpine, em uma atitude controversa, ordenou a Colapinto que “mantivesse a posição”, ou seja, não atacasse o companheiro de equipe, no que foi prontamente contestada pelo argentino.

Gana argentina na pista

Com o orgulho ferido, Colapinto colocou a gana argentina na pista e transformou o Circuito das Américas em um estádio de futebol. Colocou roda com roda e conseguiu uma linda ultrapassagem, no limite, sobre o francês na penúltima volta. Bortoleto, como se também quisesse defender o legado de Brasil e Argentina nas pistas, de Juan Manuel Fangio a Ayrton Senna, mostrou a mesma atitude e fez outra ultrapassagem arriscada para cima de Gasly na última volta, deixando o “mico” na mão do outro piloto da Alpine. 

De olho em um futuro promissor na Fórmula 1, o resultado desse Brasil x Argentina já era o que menos importava.


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