Com apenas 14 anos, o atacante Guilherme Ruck vem chamando a atenção de gigantes do futebol europeu.
O jovem brasileiro defende atualmente o Real Valladolid
(time do ex-jogador Ronaldo Fenômeno), da Espanha, e tem clubes como o Real Madrid
e o PSG
de olho em sua situação.
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Questionado se já teve a oportunidade de conhecer Fenômeno, Guilherme conta que já foi chamado para o camarote do jogador na Espanha, mas que não encontrou o ídolo ainda.
"Ainda não tive o prazer de poder conversar, nem tirar uma foto com ele. Sei que ele sabe do meu projeto e que tenho a confiança dele. Fui convidado algumas vezes para ver jogo no seu camarote, mas infelizmente, ele não estava lá. Uma hora ou outra, vamos acabar nos encontrando. Sou muito fã dele e espero poder ter a oportunidade de conhecer pessoalmente um dos maiores jogadores da história", compartilha Ruck.
Mesmo com a pouca idade, a vida de Guilherme pode parecer glamurosa aos desavisados, pelo fato do jovem atleta atrair os olhares de figuras e clubes prestigiados do futebol mundial tão cedo. Mas a história de Ruck é um exemplo de superação e resiliência.
Natural de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, o jogador saiu do Brasil com sua família em 2017, em busca de melhores condições de vida. Ao chegar no continente europeu, seu primeiro destino foi a cidade de Guimarães, em Portugal.
Guilherme e sua família chegaram sem nada no país, não tinham documentação e sabiam apenas da existência de alguns brasileiros que jogavam no clube da cidade, o Vitória de Guimães. Dentre eles, estavam o lateral-direito, Dodô (atualmente, no Fiorentina) e o meio-campista, Davidson, (atualmente, no Wuhan Three Towns).
Ambos os jogadores foram essenciais e responsáveis por oferecer suporte, ao emprestarem dinheiro, deixarem a família morar na sua casa e levarem Guilherme para fazer um teste no Vitória.
O jovem jogador passou na peneira e começou a se destacar no futebol de base. Dois meses depois, em um amistoso contra o Braga, Ruck mostrou o seu talento ao sair do banco de reservas em uma partida que o time perdia por 2 a 0. O atacante foi o grande responsável por mudar o jogo, fazendo três gols e virando o placar.
O resultado da atuação foi imediato. Poucas semanas depois, Alessandro, pai de Guilherme, recebeu uma visita inesperada em seu emprego como auxiliar de cozinha. Alguns representantes do Braga queriam levar o garoto para conhecer as instalações do clube.
No entanto, Braga ficava a cerca de 40 minutos de carro de Vitória de Guimarães e a família não tinha condições para arcar com o transporte de ida e volta até a cidade. Por coincidência do destino, decidiram arriscar e o taxista que chamaram para os levarem, era casado com uma brasileira e acabou se sensibilizando pela história de Guilherme e seu pai. O homem decidiu levá-los de graça até Braga e ainda se ofereceu para trazê-los de volta.
O teste deu certo e em 2019, Ruck jogou sua primeira temporada no Braga, marcando 87 gols em apenas quatro meses. Isto, apenas participando de amistosos e torneios não oficiais, devido à falta de documentação da família.
Seu rapidamente chamou a atenção dos gigantes de Portugal e um ano depois de sua chegada no clube, Porto,
Benfica
e Sporting
enviaram propostas. O jovem brasileiro e sua família optaram por fechar com o Porto.
Chegando lá, Guilherme se deparou com um ambiente de rivalidade entre atletas portugueses e brasileiros, o que acabou atrapalhando o seu desenvolvimento.
Mesmo em meio às dificuldades que enfrentou no clube português, Ruck diz considerar que sua formação como jogador no futebol europeu acaba sendo superior do que em solo brasileiro.
"Eu acho que o jogador que tem o talento brasileiro e se forma com uma base no futebol europeu acaba aprendendo muito mais. No meu ponto de vista, não existe nada igual ao talento brasileiro, ao jeito como jogamos e nos comportamos dentro de campo. Mesmo assim, a estrutura e o pensamento do jogo como um esporte coletivo do futebol da Europa ainda está muito à frente. Poder vivenciar os dois mundos é juntar o útil ao agradável", afirma.
No último campeonato que disputou como atleta do Porto, Guilherme se destacou e atraiu o interesse do Atlético de Madrid, que enviou um convite para a família conhecer as instalações da equipe.
Foram rumo a Madrid conhecer o clube. Mas pela falta de documentação, Ruck foi enviado para o Rayo Majadahonda, em março de 2020. O clube é afiliado ao Atlético, e costuma receber os jovens da base sem documentação para continuarem sob o monitoramento do Atlético.
Enquanto isso, vários gigantes do futebol espanhol começaram a também enviar convites para a família. Um deles foi o Real Madrid. A convite da equipe, Guilherme chegou a conhecer as instalações dos merengues e recebeu uma proposta de vestir a camisa do clube.
Porém, Ruck e sua família recusaram a oferta por acreditarem, em conjunto com o empresário do jovem, que o melhor seria o desenvolvimento em um clube de médio porte. O atleta comentou a decisão de adiar o sonho.
"Eu sou fã do Real Madrid desde que sei o que é o futebol. Todo jogador sonha em chegar lá um dia. Às vezes escuto falarem que eu disse não ao Real Madrid. A verdade é que ninguém fala 'não' para um clube gigante como eles. Mas, meu pai e meu empresário disseram que ainda não é o melhor momento para estar lá por causa da idade. Só posso agradecer a Deus por todas as oportunidades que tive e por ter tido a chance de conhecer um clube como o Real Madrid. Se Deus quiser, meu futuro ainda se cruzará com o da equipe ainda", disse.
Em meio a sua temporada no Rayo Majadahonda, os pais de Ruck conseguiram resolver a questão da documentação com o nascimento de seu segundo filho, irmão de Guilherme, em solo espanhol. E em 2022, o Real Valladolid, que já monitorava a situação do brasileiro, fez uma proposta para a família e o jovem acabou assinando contrato.
Desde sua chegada na equipe, o atacante vem cada vez mais se firmando no futebol europeu. Em dos um torneios que disputou com o Valladolid, marcou 3 gols, 4 assistências e foi eleito o melhor jogador da competição.
Enquanto isso, o Real Madrid mantém contato e consultas contantes e o PSG chegou a fazer um convite para que o menino fosse até Paris conhecer o clube. Além da equipe francesa, o Bayern de Munique também monitora o atleta.
Agora, o jovem jogador espera que seu próximo passo seja ser convocado para a seleção brasileira sub-15, em 2024, e que seu futebol continue encantando e atraindo os holofotes do mundo todo.
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