O racismo contra Vini Júnior , do Real Madrid , chegou ao ápice neste último domingo (21), na partida contra o Valencia , pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol.
O brasileiro, que subiu o tom nas críticas a LaLiga após o apito final, chegou a identificar um racista e o jogo foi paralisado. Porém, isso não impediu que os ataques continuassem ao longo dos 90 minutos, com coro de todo o estádio de Mestalla.
O episódio teve repercussão mundial. O presidente da LaLiga, Javier Tebas, atacou Vini nas redes sociais e travou uma conversa pública, em defesa do campeonato - o que não foi bem visto internamente por alguns dirigentes, treinadores e jogadores. O técnico Xavi , do Barcelona , condenou o racismo com Vini no Mestalla e fez críticas ao mandatário.
"As partidas deveriam ser interrompidas. Sempre pensei assim. O insulto foi aceito. É o único esporte que é aceito. Estou trabalhando e me chamam de filho da... Não vejo padeiro ou jornalista aturando isso. É um recado para o presidente da liga (Javier Tebas) e da federação (Luis Rubiales). Não tenho que aturar insulto. É preciso dizer basta", disse.
O treinador do Barcelona, que conquistou o título antecipado nesta temporada, reiterou a necessidade de haver punições rigorosas aos racistas, sem negar que isso é um problema na educação espanhola. Xavi também ressaltou a importância dos jogadores terem um "ambiente favorável" para jogar bola e que os casos com Vinícius não são isolados.
"Não acho que adianta dizer que a Espanha ou a liga é racista, mas existem atos racistas. Temos que condená-los. Estamos em um ambiente onde eles nos insultam e nos dizem tudo. É difícil não ficar bravo. Isso acontece com o Vinícius e com outros jogadores. Tem que ter um ambiente favorável. Isso é triste", completou.