O atacante Sébastien Haller voltou a atuar oficialmente pelo Borussia Dortmund no domingo (22), após realizar um tratamento contra um câncer nos testículos. Em entrevista ao jornal francês ‘L’Équipe’, o marfinense abriu o jogo sobre a dura experiência que passou.
Para Haller, um dos piores momentos desde quando descobriu o câncer, em julho do ano passado, foi contar para a sua família, onde todos estavam aproveitando as férias.
"Liguei para meus irmãos e irmã para dizer que passassem a noite com minha mãe, porque minha tia, que também era sua melhor amiga, morreu de câncer em fevereiro de 2020. Continua sendo uma trauma na família e sabia que a notícia seria recebida com muita dificuldade”, conta o jogador.
Nos últimos meses, o atacante de 28 anos teve que passar por duas operações e quatro sessões de quimioterapia de cinco dias cada, e suportar tudo isso não foi fácil.
"A quimioterapia destruiu meu corpo por dentro, Então você recomeça aos poucos. E depois da quimio, apesar de você se sentir muito bem, você realmente parece uma pessoa doente, você tem olhos fundos, sem cabelo, lábios pretos... E nos primeiros dias, por causa do cateter na garganta, eu tive a voz de um cara que estava resfriado. Tive que me recuperar para reencontrar a voz porque falava muito baixo, sem forças. Foi estranho".
Haller ainda afirma que a experiência o fez valorizar a vida e brincou sobre os ‘olhares de pena’ que recebeu das pessoas nos últimos meses
“Você se abre. Não somos mais os mesmos, não temos mais a mesma história, a mesma forma de lidar com os problemas. São tantas coisas para viver que você saboreia um pouco mais quando passa por tudo isso".
"Você quer mostrar que está tudo bem, mas fica aquele olhar meio que com pena, sei lá, que mostra que você está doente. Na verdade, estou bem, não se preocupe!”, completou Haller aos risos.