O ex-agente de Neymar, Wagner Ribeiro, revelou em julgamento na Espanha - que discute ilegalidades na contratação do brasileiro pelo Barcelona -, que Messi foi o grande responsável por impedir um acerto entre o então ex-Santos com o Real Madrid.
De acordo com o jornal espanhol Mundo Deportivo, o empresário apontou ao juiz que defendia que Neymar fosse para o time merengue e que deixou de ser o representante do jogador quando foi formalizada sua contratação pelo time catalão.
"O Real Madrid queria Neymar e fez muitas propostas. Mas, sempre que fazia uma oferta, o Barcelona a cobria. O Madrid desistiu após uma conversa entre Neymar e Messi, que foi essencial para ele escolher o Camp Nou", afirmou.
Ribeiro, que levou Neymar para treinar durante 19 dias com o Real Madrid, alegou ainda esteve presente na assinatura do contrato em que Neymar transferiu 40% dos seus direitos de federação para a DIS, porém, defendeu que se trata de um contrato ilegal.
“Não pode haver contrato com empresa de investimento. E a cláusula de 40% exige uma transferência, então é um contrato ilegal", apontou durante o julgamento.
Wagner afirmou também não se lembrar se Neymar e a família tentaram recomprar 40% dos direitos federais ao DIS e explicou que "a empresa N&N foi criada para cuidar dos negócios de Neymar, de todos os contratos profissionais e jurídicos da carreira", garantindo que o jogador "nunca participou das negociações", assim como sua mãe, que também está sendo julgada.
ENTENDA O CASO
O julgamento é baseado na denúncia apresentada há sete anos pela empresa brasileira que pertence ao grupo Sonda. A DIS alega que adquiriram 40% dos direitos do jogador (quando ele jogou pelo Santos aos 17 anos) por dois milhões de euros.
Porém, aponta que foi vítima de uma fraude arquitetada pelo jogador, seus parentes e o Barça em 2013, quando assinaram dois contratos simulados sem levar em conta que os direitos do craque pertenciam ao Peixe e a empresa.
Liderada por Delcir Sonda, a DIS aponta que os envolvidos fizeram um manobra para não pagar o que lhe é de direito, culminando com delitos de corrupção entre particulares e fraude por contrato simulado.
Neymar e os envolvidos negaram ter cometido um delito, mas em 2017, o Tribunal Superior da Espanha rejeitou recursos do jogador, de seus pais, da N&N e dos dois clubes, abrindo caminho para que o caso fosse julgado.
O julgamento terá duração de um mês e a sentença deve ser conhecida antes do início da Copa do Mundo no Catar.