Maycon e Lyarah
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Maycon e Lyarah

Lyarah Vojnovic Barberan, casada com o volante Maycon (confira galeria de fotos abaixo) , do Shakhtar Donetsk , desabafou nas redes sociais sobre a situação dos jogadores de futebol que defendem clubes na Ucrânia. Os atletas brasileiros resolveram se juntar, por iniciativa própria, e ficar em um hotel em Kiev , à espera de ajuda do governo do Brasil para voltar para casa. Eles dizem que os clubes para o quais trabalham não estão lhes dando suporte neste momento.


A Embaixada do Brasil em Kiev trabalha para tentar tirar os 500 cidadãos do país. Entre os que vivem na Ucrânia há jogadores de futebol, profissionais de TI, diretores de grandes empresas e estudantes.

— Oi gente, não reparem a cara de choro, está inchada mesmo. Os noticiários dizem que já está tudo certo, tudo calmo, só que não está. Nós ainda estamos presos no hotel e ninguém dá uma posição do que a gente pode fazer, de como podemos sair daqui. E é desesperador ver nossos filhos... as pessoas que estão aqui. Não são só os brasileiros que estão se abrigando no hotel. Queria pedir muito a ajuda de quem puder espalhar este vídeo para para chegar em uma cadeia maior, para nos dar uma força. A Embaixada diz que aqui é o melhor lugar para ficar, mas não queremos ficar aqui — disse ela, que tem recebido mensagens agressivas sobre o fato dos atletas terem demorado para sair do país, uma vez que há meses há tensão política entre a Ucrânia e a Rússia. — Saí da minha casa correndo e não consegui pegar os meus cachorros. E a situação está desesperadora. Por favor, nos ajudem. É tão difícil para nós como para a nossas familias que estão no Brasil Peço a oração de vocês. E não está tudo bem.

Maycon, atleta da seleção brasileira e revelado pelo Corinthians, foi vendido para o Shakhtar em 2018 e mora na Ucrãnia desde então.

O GLOBO apurou que ao menos o Shakhtar Donetsk, clube com cerca de 13 brasileiros, pediu a seus atletas para não dar entrevistas sobre a tensão com a Rússia.

E que tanto o Shakhtar quanto os outros clubes ucranianos que contam com atletas estrangeiros em seus planteis não orientaram seus atletas nesses meses de ameaça de guerra. Segundo contaram, o discurso era de que se algo acontecesse "seria apenas nas cidades da fronteira" e que a situação estava controlada e teria solução pacífica.

Vitinho, que atua no Dínamo, de Kiev, e que também mora no país com a esposa e um bebê teria sido acordado de madrugada com os bombardeiros.

Por volta das 4h desta quinta-feira, horário local, ele recebeu o telefonema de atletas do Brasil com a ideia de que deveriam se juntar em um hotel para pedir ajuda ao governo brasileiro.

Há cerca de 30 jogadores brasileiros atuando no país — há relatos de que pelo menos um jogador estaria viajando de carro para a Polônia para poder pegar um vôo de volta ao Brasil.

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Até a semana passada, a maioria deles estava na Turquia, em pré-temporada antes do reinício do campeonato, que aconteceria nesta sexta-feira. Após a invasão, o torneio foi suspenso.

Na manhã desta quinta-feira, este grupo e suas famílias gravaram vídeo pedindo ajuda para tentar deixar o solo ucraniano.

— Devido à falta de combustível, fronteira fechada, espaço aéreo fechado, a gente não pode sair. A gente pede muito apoio ao governo do Brasil, que possa nos ajudar — afirma o zagueiro Marlon, do Shakhtar Donetsk, equipe que tem 12 atletas brasileiros.

No vídeo gravado e divulgado pelos atletas, a mulher de um deles, não identificada, diz não saberem se haverá comida.

O atacante Junior Moraes, da mesma equipe, naturalizado ucraniano e que atua pela seleção local, descreveu a situação como grave e que os atletas esperam uma solução para sair.

O Shakhtar se transferiu para Kiev em 2014, quando houve intervenção militar russa na região ucraniana da Crimeia.

Guilherme Smith, do Zorya Luhansk e que atua ao lado de Cristian e Juninho, diz que passa situação difícil e que não recebe qualquer notícia. O clube teria pedido a eles para ficarem tranquilos.

A Embaixada do Brasil na Ucrânia emitiu um comunicado pedindo aos brasileiros que puderem que saiam do país, especialmente os que vivem na região leste, "na margem esquerda do rio Dnipro". Os moradores desses locais que não puderem sair do país por conta própria devem procurar a embaixada por ajuda.

O Itamaraty ainda avalia de que forma vai auxiliar os brasileiros da retirada, por isso ainda não emitiu um comunicado oficial a respeito.

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