Em meio à polêmica criação da Superliga Europeia,
as semifinais da Champions League,
marcadas para às duas próximas semanas, vivem clima de incerteza. Com três clubes participantes da nova organização do futebol do Velho Continente (Manchester City, Real Madrid e Chelsea), membros da Uefa querem a exclusão
desses times da atual edição do torneio continental.
Presidente da Federação Dinamarquesa de Futebol e membro do Comitê Executivo da Uefa, Jesper Moller
disse ser contra a continuidades dos três semifinalistas. O Paris Saint-Germain, que é o outro classificado, não faz parte da Superliga.
- Espero que a Uefa proíba o Real Madrid, o Manchester City e o Chelsea de jogar nas semifinais da Champions League esta temporada. Os clubes têm de ir embora e espero que isso aconteça na sexta-feira. Depois vamos ver como encerrar essa edição do torneio - disse o dirigente à "Reuters".
ENTENDA A SUPERLIGA
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Até o momento, os participantes da nova Liga são Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, pelo Big Six inglês. Na Espanha, Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid fazem parte da cúpula. Pela Itália, Inter de Milão, Juventus e Milan concluem o grupo. Outros três clubes são aguardados para dar início ao torneio.
O molde do torneio giraria em torno de 20 clubes, dentre os quais 15 são os fundadores. As partidas ocorreriam nos meios de semana e as equipes seguiriam participando de seus campeonatos nacionais, conforme o calendário tradicional. Em um modelo parecido com o da NBA, os grupos seriam divididos em dois, cada um com 10 integrantes, dentre os quais três avançariam diretamente às quartas de final.
Os clubes que terminarem a primeira fase em quarto e quinto de seus grupos, disputarão entre si, em dois jogos, quem assume as vagas restantes. Assim como na Liga dos Campeões, os confrontos pela fase inicial e playoffs seriam de ida e volta. A final, todavia, será disputada em jogo único e local neutro.
Segundo o comunicado emitido pela organização da Superliga, a ideia central é elevar o patamar do futebol europeu.
- Proporcionará um crescimento econômico significantemente maior e apoio ao futebol europeu por meio de um compromisso de longo prazo com pagamentos de solidariedade ilimitados que crescerão de acordo com as receitas da Superliga - afirmou o comunicado da Superliga
- Estes pagamentos de solidariedade serão substancialmente mais elevados do que os gerados pela atual competição europeia e deverão ser superiores a € 10 bilhões durante o período de compromisso inicial dos clubes - concluiu.
Ainda sobre pagamentos, a Superliga prometeu uma base financeira por volta de € 3,5 bilhões para os clubes fundadores compensarem os prejuízos pela pandemia da Covid-19 e melhorarem suas infraestruturas. Caso o valor se confirme, seria superior aos pagos pela Uefa em todas suas competições (Liga dos Campeões, Liga Europa e Supercopa Europeia).
Já Andrea Agnelli, vice-presidente da organização, e presidente da Juventus, afirmou que a Superliga aumentaria a solidariedade entre os clubes, e tornaria o esporte mais atraente para os fãs.
- Nossos 12 clubes fundadores representam bilhões de fãs em todo o mundo e 99 troféus europeus. Nós nos reunimos nesse momento crítico permitindo que a competição europeia se transformasse, colocando o jogo que amamos numa base sustentável para o futuro a longo prazo, aumentando substancialmente a solidariedade e dando aos torcedores e jogadores amadores um fluxo regular de jogos de destaque que irão alimentar a sua paixão pelo jogo e, ao mesmo tempo, fornecer a eles um modelo atraente - disse o italiano.