Para muitos causou estranheza a postura do Real Madrid nessa janela de transferência, assistindo passivelmente e nem de longe sendo um dos protagonistas.
Habituados às grandes transferências, os exigentes adeptos brancos tiveram de se contentar com as chegadas de Martin Odegaard, Andriy Lunin e Álvaro Odriozola , três jogadores que regressam e que serão os únicos reforços com quem Zidane terá para esta temporada. Porém, a postura tem explicação.
A primeira delas é a crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. Em virtude das perdas, o Real Madrid adotou a "Operação Saída" como prioridade absoluta neste verão, com o intuito de aliviar os cofres. Deixaram o clube Gareth Bale e James Rodríguez (de graça), além de Sergio Reguilón para o Tottenham (30 milhões de euros), Achraf Hakimi para o Inter (40 milhões de euros) e Óscar Rodríguez para o Sevilla (13,5 milhões de euros), atingindo 100 milhões de euros em vendas.
Porém, a política de austeridade, o dinheiro arrecadado e a redução da massa salarial têm uma explicação principal: Mbappé , atacante do PSG e parceiro de Neymar.
Desde que a sua contratação escapou das mãos do Madri quando já havia chegado a um acordo com o Mônaco em julho de 2017, o atacante francês se tornou a grande obsessão de Florentino Pérez. O presidente do Real Madrid teve de se munir de paciência para cortejar a sua presa, já que o PSG quer fazer do avançado francês a pedra angular do seu projeto.
Porém, após três verões sem tentar o jogador, Mbappé termina o seu contrato com a entidade parisiense em junho de 2022 e, segundo vários meios de comunicação da França, o atacante já teria comunicado que não irá renovar.
Mesmo assim, o Real Madrid sabe que terá que colocar a mão no bolso, em uma operação que deve chegar a 200 milhões de euros. Diante dos valores envolvidos, coube ao time espanhol usar 2020 e preparar o terreno para a chegada do sonho de consumo.