Neymar
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Neymar

O atracante Neymar parece um dos jogadores mais afetados com a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo. Além de chorar muito em campo após a perda, o craque escreveu um texto elogiando Tite e também revelou as duras conversas de Whatsapp que teve com alguns dos jogadores que estavam no Catar .

Nada disso, porém, parece ter comovido o jornalista espanhol Joaquim Piera, correspondente no Brasil do diário "Sport" e também autor do livro "Neymar - La Joya Prodigiosa".

Em artigo escrito para a publicação espanhola, ele detonou Neymar e o comparou a Messi e Mbappé, em um texto intitulado "lágrimas de crocodilo".

"Ele (Neymar) tem motivos para estar afundado, mas a primeira coisa que teria que se perguntar é quantos treinos deixou de fazer (e não por lesão) ou em que condições de preparação tem estado nos últimos anos em relação ao astro argentino (Messi) e o francês (Mbappé). Quanto e como se dedicou a sua profissão. Talvez ser 100% jogador apenas desde a pré-temporada não tenha sido suficiente para enfrentar o Mundial de sua vida e agora está colhendo o que plantou em quatro anos de excessos, que fizeram até o PSG querer se livrar dele verão passado", afirmou o jornalista.

Piera não parou por aí e afirmou que essa Copa é a maior marca negativa da carreira de Neymar. "O nocaute nesta Copa do Mundo é o maior fracasso de toda a carreira de Neymar. Ele apostou tudo no 'Hexa'. E, ainda por cima, pode haver uma final entre Messi e Kylian Mbappé (agora transformado em seu ferrenho inimigo), que pode coroar uma das superestrelas do PSG", aponta.

Não faltaram críticas a Tite e também a falta de atitude de Neymar em relação ao esquema tático adotado.

"A abordagem tática do técnico gaúcho levou a Seleção ao suicídio, abrindo mão do controle da zona lateral para arriscar tudo no domínio das duas áreas. Por que Neymar, como o 'Rei Sol' de seu time, não avisou que (Tite) ia cair do precipício? A resposta mais lógica à sua inércia é porque a equipa jogava por ele e, por fim, tinha uma onipotência que nunca teve quando desembarcou na Europa, nem no Barça nem no PSG. O fato de ter repreendido corretamente os companheiros que partiram para o ataque nos minutos finais da prorrogação contra a Croácia (que lhes custou o empate) não o isenta de ser conivente com a proposta deficiente do técnico", escreveu.

O jornalista ainda afirmou que Neymar se sentia dono do time e lembrou do apoio ao contestado governo Bolsonaro.

"O 'craque' se sentia o dono do 'verde-amarela' porque não havia quem o impedisse, nem Tite nem a CBF, algo que a imprensa brasileira vinha denunciando há anos. Há menos de dois meses, em plena campanha eleitoral, Neymar chegou a dizer que dedicaria seu primeiro gol no Catar ao candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, que perdeu as eleições nas mãos de Lula. Ninguém o repreendeu internamente. Com ou sem Mundial, o craque do PSG segue vivendo em sua bolha, longe da realidade. Seu melodrama tem efeitos limitados", afirmou ele.

Por fim, lembrou das poucas conquistas que o jogador teve com a camisa da seleção. "Os únicos títulos que conquistou com a Seleção foram a Copa das Confederações de 2013 e o ouro nas Olimpíadas de 2016. Muito pouco para quem disputou três Mundiais e nem chegou à final", concluiu.

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