Era praticamente fora da curva cogitar que Everton Ribeiro estaria na Copa do Mundo no começo do ano. O jogador vivia um momento de baixa no Flamengo com Paulo Sousa, atuando fora de posição e sem ser chamado por Tite. Mas tudo mudou com a saída do português e a chegada de Dorival Jr. ao Rubro-Negro. O camisa 7 voltou a ser protagonista no Flamengo, conquistou novos títulos de expressão e está com a Seleção Brasileira para o Mundial do Qatar.
Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Everton Ribeiro valorizou a importância do Flamengo para presença na lista final de Tite, o que assumiu ser um desejo antigo, que surgiu antes de se tornar um jogador profissional. Além disso, o 'Miteiro', como é carinhosamente chamado pelos torcedores do clube carioca, afirmou que nem mesmo a má fase no início do ano tirou sua esperança de disputar a Copa do Mundo.
"Eu sempre acreditei que tinha chances, até pela representatividade do Flamengo e pelos títulos que o nosso grupo conquistou. O Tite deixou claro que observava todos os jogadores e fiz parte da lista dos convocados em 2020. Agora vou ter a oportunidade de realizar um sonho de criança", contou Everton.
O começo de temporada do jogador foi tão abaixo da curva que o meia acabou ficando de fora em duas convocações no primeiro semestre, entre março e junho, período que bate justamente com o comando de Paulo Sousa no Flamengo. A volta por cima teve início com a ida do técnico Dorival Jr para o Rubro-Negro. Everton Ribeiro foi colocado novamente para atuar mais aberto pela direita e mais próximo da área, onde se sente mais à vontade. A resposta veio rápida, com o jogador recuperando seu bom futebol e sendo fundamental para o Flamengo. Ele fechou 2022 com sete gols e dez assistências pelo clube.
E não foi só a bola no pé que ajudou o camisa 7 a alcançar o tão sonhado objetivo de disputar uma Copa do Mundo. Segundo Everton Ribeiro, o lado mental também foi um fator importante ao longo da temporada.
"É claro que bate uma ansiedade (pela ausência na convocação), mas eu sou muito tranquilo e fiquei concentrado em render o máximo dentro do campo. Eu sabia que, assim como outros grandes jogadores, os atletas do Flamengo estavam sendo observados e imaginava que poderia ser um deles. Sendo assim, me concentrei apenas em ajudar o time a conquistar as vitórias e títulos", relatou.
Conquistas que tiveram o protagonismo do camisa 7 do início ao fim. Ele foi um dos melhores jogadores da final da Libertadores e deu o passe para o gol de Gabigol sobre o Athletico. A redenção foi completa: de praticamente descartado a um dos 26 representantes do Brasil para uma Copa do Mundo aos 33 anos.
"Passei por muita coisa desde a minha chegada ao Flamengo. Participei de uma reconstrução, vivemos alguns momentos difíceis, o que é normal para qualquer equipe, e passamos por momentos especiais. Eu, por exemplo, acho que esse é o ano mais importante da minha carreira, mais até que 2019. Já que, além de todas as conquistas com o Flamengo e essa oportunidade de disputar a Copa do Mundo, estou ao lado dos meus filhos e da minha família para curtirem tudo isso", admitiu.
Além da idade avançada, Everton também carrega outra marca importante no elenco canarinho: é um dos três jogadores que atuam no Brasil na Seleção "mais europeia" da história. O meia ressaltou a importância do Flamengo neste processo.
"Por ser um dos mais experientes desse grupo é claro que é um sentimento especial. E é claro que o Flamengo potencializa ainda mais esse momento. Tudo no clube tem uma proporção gigantesca não só pela grandeza, mas também pela postura da torcida, que é única", finalizou.
A partir do dia 24 de novembro, uma quinta-feira, Everton Ribeiro deixará o vermelho e preto de lado para vestir mais uma vez o verde e o amarelo. A Seleção Brasileira fará sua estreia contra a Sérvia, às 16h, no Estádio de Lusail, no Qatar.