Neste sábado (20) tem eleição na Ponte Preta
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Neste sábado (20) tem eleição na Ponte Preta

A menos de 24 horas para as eleições que definirão o rumo da Ponte Preta, um dos clubes mais tradicionais do interior paulista e do Brasil, as duas chapas concorrentes utilizam estratégias diferentes para conseguir votos.

A DNA Pontepretano já apresenta o advogado Eduardo Lacerda Fernandes como presidente, em caso de vitória. Foi ele, inclusive, que respondeu as questões apresentadas pelo IG. O Movimento Renascer Pontepretano (MRP) prefere ainda não se posicionar sobre quem comandará o clube caso seja vencedor, e as perguntas foram respondidas pela assessoria de comunicação da chapa.

Vale lembrar que nas eleições da Ponte Preta, os sócios não votam em um candidato a presidente, mas em membros titulares e suplentes do Conselho - o presidente é apontado dentre os conselheiros da chapa vencedora. Confira as respostas de cada uma das chapas às perguntas apresentadas. A apresentação ocorre em ordem alfabética.

DNA Pontepretano
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DNA Pontepretano


1- Em caso de vitória da DNA Pontepretano nas eleições, quais serão as prioridades da chapa para a gestão 2022-2025?
Eduardo Lacerda Fernandes - Nosso grupo reúne profissionais com experiência comprovada em sua área de atuação, todos com raízes alvinegras, com DNA pontepretano, dispostos a dar início a um movimento que traga profissionalismo e novos processos para a gestão da Ponte Preta.
Não há uma fórmula mágica para isso. O que garantimos é o Respeito pelo Passado do clube, por suas tradições, pessoas e conceitos que nos trouxeram até aqui como uma das marcas mais importantes do futebol brasileiro; a Atenção com o Presente, considerando que o momento atual não é bom e exige cuidado para a correção de nossa rota; e, principalmente, o Compromisso com o Futuro que queremos para fazer a Ponte Preta grande mais uma vez.
Nossas prioridades serão a recuperação das finanças do clube e a modernização de sua infraestrutura, com foco principal na construção do novo Centro de Treinamento. Num primeiro momento, há a necessidade de uma revisão completa do orçamento do clube e de todos os processos vigentes para identificação dos pontos em que nosso custo operacional possa ser reduzido. A Ponte Preta não pode continuar com essa rotina de fechar cada ano com prejuízo médio na casa dos R$ 10 milhões. Por isso, a austeridade na gestão do clube não será uma alternativa, mas sim uma obrigação logo no início de nossa gestão. O clube não vai gastar mais do que arrecada até porque, para se enquadrar nos benefícios oferecidos pelo PROFUT, temos que respeitar um teto de gastos. Ainda a curto prazo, com uma política clara de governança corporativa, regras de compliance e pessoas de reputação ilibada na gestão do clube, respaldadas pela força da marca da Ponte Preta, temos a convicção de que atrairemos novos parceiros para fortalecer as receitas do clube. O investimento na construção de um novo Centro de Treinamento, com o fortalecimento das categorias de base, é outra iniciativa que adotaremos já em 2022 e que começará a render frutos positivos para o clube a médio e longo prazo.

2- Em caso de vitória, a gestão terá início a menos de um mês para o início do Campeonato Paulista. Como viabilizar um time competitivo para o Estadual, diante dos conhecidos problemas financeiros do clube?
ELF - Antes de se definir os profissionais, é preciso que tenhamos claro qual é o modelo de jogo que queremos para a Ponte Preta, de acordo com nossas tradições e filosofia de trabalho. Definido esse modelo, que vai permear todas as ações do clube, das categorias de base até o profissional, vamos começar o processo de montagem do departamento de futebol. De fato, o tempo é curto, mas já temos conversas em andamento com parceiros atualizados no futebol para que, após a definição do processo eleitoral, possamos avançar com o trabalho e tenhamos todo o elenco formado no início de janeiro.

3- Como a chapa avalia as reclamações dos conselheiros mais velhos sobre dificuldade de acesso ao local da votação, no Salão Nobre, caso uma urna não seja disponibilizada no térreo do Majestoso? As duas chapas poderiam formalizar esse pedido conjunto ao Conselho Deliberativo para atender à demanda dos conselheiros?
ELF - Esse é um problema grave, que fere ao direito universal de acessibilidade. Por isso, a chapa DNA PONTEPRETANO protocolou ofício endereçado ao presidente do Conselho Deliberativo do cube no último dia 12 de novembro para assegurar que todo conselheiro, inclusive aqueles que possuem algum tipo de restrição de mobilidade, tenham assegurado o direto de participar do pleito. Embora não tenhamos recebido nenhuma resposta oficial do presidente do Conselho, já recebemos a informação de que haverá a possibilidade de voto no térreo, sem a necessidade do uso de escadas, para os conselheiros com qualquer tipo de restrição de mobilidade.

4- Como a chapa avalia a relação com as torcidas organizadas? Numa gestão moderna, é possível considerar a presença de membros das torcidas organizadas em cargos estatutários ou contratados como funcionários do clube?
ELF - As torcidas organizadas sempre desempenharam um papel importante na vida do clube, com apoio irrestrito ao time a partir das arquibancadas. Em relação à contratação de profissionais para o clube, o que podemos assegurar é que todos serão contratados somente após um rigoroso processo de avaliação e caso tenham o perfil adequado para ocupar a posição disponível. Nenhum profissional, seja torcedor organizado ou não, será contratado apenas por indicação ou proximidade com algum membro da diretoria. A máquina administrativa do clube será enxuta, até porque hoje nossas receitas são cada vez menores, e teremos profissionais certos para as posições certas.

5- Como a DNA Pontepretano pretende tratar a questão da dívida do clube, reconhecida em balanço, com o ex-presidente Sérgio Carnielli?
ELF - Assim que assumirmos a gestão do clube, pretendemos fazer uma avaliação completa da saúde financeira do clube e renegociar as dívidas existentes com todos os credores, inclusive com o presidente de honra Sérgio Carnielli. Esse planejamento será feito de forma clara e transparente, mas sem comprometer os investimentos em nosso carro-chefe, que é o futebol. Mas, uma coisa é certa para nós: não podemos mais fazer de conta que tais dívidas não existem e apenas empurrar o problema pra frente.

6- A chapa apresentou um projeto de construção de uma nova Arena. Como viabilizar os recursos para tal investimento? Qual é a garantia que o torcedor tem de que não ficará apenas no papel?
ELF - O projeto da Arena Ponte Preta vem sendo amadurecido nos últimos anos e está pronto para ser executado, assim que aprovado pela assembleia de sócios do clube. Para sua implantação, está previsto um investimento na ordem de R$ 200 milhões, que serão captados integramente pela WTorre, empresa com mais de 35 anos de atuação no mercado da construção civil e responsável pela construção e administração do Allianz Parque, em São Paulo. Portanto, destacamos que a Ponte Preta não terá que fazer nenhum aporte na construção de sua Arena. A Arena será sempre de propriedade da Ponte Preta, desde sua construção, e a WTorre terá o direito de uso do solo por um período de até 35 anos.

7- Como a chapa avalia o papel do atual presidente, Sebastião Arcanjo, e do superintendente David Martins? Em caso de vitória da DNA Pontepretano, eles terão algum tipo de cargo - estatutário ou não - na administração do clube ou no Conselho Deliberativo?
ELF - Respeitamos as pessoas, mas discordamos completamente da forma como a Ponte Preta vem sendo gerida, dentro e fora de campo, por Sebastião Arcanjo e David Martins. Portanto, em caso de vitória da chapa DNA PONTEPRETANO, a chance de que algum deles participe da gestão do clube é zero.

 Movimento Renascer Pontepretano (MRP)
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Movimento Renascer Pontepretano (MRP)

1- Em caso de vitória do MRP nas eleições, quais serão as prioridades da chapa para a gestão 2022-2025?
MRP - Gostaríamos de deixar claro ao torcedor pontepretano que faremos um choque de gestão. O modelo atual, e que foi posto em prática nas últimas duas décadas, não tem mais lugar no futebol atual brasileiro e muito menos mundial. Um modelo de gestão ineficiente, paternalista e uma infraestrutura completamente defasada, especialmente nas categorias de base.
Os 4 objetivos principais da nossa primeira fase do planejamento estratégico #VISÃO2030 contemplam: a implantação das melhores práticas de gestão e governança, a construção do novo CT no Jardim Eulina, um amplo processo de transformação digital e tecnológica e uma concentração de esforços para o retorno para à Série A já em 2022.
O novo Centro de Treinamento é O PILAR CENTRAL DO MRP e será tratado como prioridade absoluta do início da gestão. Já temos etapas avançadas da sua estruturação financeira e jurídica e este processo será acelerado desde o primeiro dia da nova administração. É o CT que dará sustentação para a Ponte no longo prazo. O projeto já está totalmente desenvolvido e planejado para terreno do Jardim Eulina, na nossa Cidade Pontepretana, e pretendemos inaugurá-lo em no máximo 2 anos.

2- Em caso de vitória, a gestão terá início a menos de um mês para o início do Campeonato Paulista. Como viabilizar um time competitivo para o Estadual, diante dos conhecidos problemas financeiros do clube?
MRP - No futebol, nos primeiros 90 dias de administração, faremos um diagnóstico profundo e completo da situação esportiva e contratual de todos os nossos atletas das categorias de base. No profissional, trabalharemos desde o primeiro dia para nosso objetivo maior do ano que é o Campeonato Brasileiro, que vai ser muito difícil.
Não adianta iludirmos a torcida com promessas que não poderão ser cumpridas. Não sabemos a situação que encontraremos o clube, sobretudo financeiramente, mas tenham certeza de que colocaremos pessoas altamente capacidades para tocar o departamento de futebol, que sofrerá um amplo processo de profissionalização.
A situação financeira e esportiva atual do clube é um reflexo acumulado de décadas de má administração. A Ponte não se preparou para ser autossustentável e andar com suas próprias pernas e a conta chegou. E chegou de forma dura.
Para o curtíssimo prazo, portanto, não há outro remédio que não seja a eficiência e o foco será nos custos. Um choque de gestão e de corte de despesas, enxugando a máquina administrativa do clube. Vamos reaprender a fazer mais com menos. Montar elencos fortes com controle de custos. Planejar com precisão para evitar desperdícios e minimizar ao máximo as mudanças de rumo e planejamento ao longo dos campeonatos. Contratar certo e com assertividade, evitará despesas com rescisões, salários com jogadores não aproveitados e principalmente passivos trabalhistas, os grandes vilões da Ponte nos últimos anos.

3- Como a chapa avalia as reclamações dos conselheiros mais velhos sobre dificuldade de acesso ao local da votação, no Salão Nobre, caso uma urna não seja disponibilizada no térreo do Majestoso? As duas chapas poderiam formalizar esse pedido conjunto ao Conselho Deliberativo para atender à demanda dos conselheiros?
MRP - Nós temos certeza de que o Conselho Deliberativo da Associação Atlética Ponte Preta vai se preocupar com a acessibilidade de todas as diferentes classes de torcedores e conselheiros pontepretanos. É um problema sobre o qual já conversamos informalmente e sabemos que vão atender todos os conselheiros com suas diferentes necessidades especiais. Foi assim durante toda a sua longa história de atuação em prol da instituição e, agora, durante esse pleito, não haveria de ser diferente.
É bom lembrar que também temos membros da nossa chapa MRP que são idosos, com décadas de participação ativa e bons serviços prestados ao clube, e que não podem ficar de fora de mais uma decisão importante do nosso futuro.

4- Como a chapa avalia a relação com as torcidas organizadas? Numa gestão moderna, é possível considerar a presença de membros das torcidas organizadas em cargos estatutários ou contratados como funcionários do clube?
MRP - Quanto a cargos estatutários, existem requisitos necessários para que um torcedor, qualquer que seja, se torne conselheiro contribuinte e porventura possa a ser um conselheiro eleito. Se esses atributos forem preenchidos, ele passa a ser um associado comum com seus direitos e deveres. Independentemente se faça parte de alguma agremiação de torcida organizada ou não.
Da mesma forma, para ser funcionário do clube, qualquer pessoa deverá preencher requisitos profissionais e idôneos de cada cargo ou função. Se preencher esses requisitos e for uma pessoa idônea, terá o mesmo direito de qualquer funcionário para concorrer e/ou ser admitido junto à Ponte Preta.
A transformação de um clube em uma estrutura completamente profissionalizada passa por gerir pessoas e atribuir funções a colaboradores que sejam plenamente capacitados para determinados cargos e demandas por suas qualidades técnicas, méritos e ética profissional.

5- Como a MRP pretende tratar a questão da dívida do clube, reconhecida em balanço, com o ex-presidente Sergio Carnielli?
MRP - Caso a chapa MRP seja eleita no próximo dia 20 de novembro, implementaremos ainda nos primeiros 90 dias da nova administração uma auditoria completa nas contas do clube, a ser desenvolvida por empresa de reputação internacional, para um diagnóstico completo da situação financeira e do endividamento da Ponte.
Está previsto e devidamente calculado em nosso planejamento estratégico a renegociação, amortização e pagamento de todas as dívidas que o clube possui, independente de com quem seja.

6- A chapa apresentou um projeto para modernização do Majestoso. Como viabilizar os recursos para tal investimento? Qual é a garantia que o torcedor tem de que não ficará apenas no papel?
MRP - O alicerce principal da chapa MRP é a construção do Centro de Treinamento. Essa é a prioridade absoluta e está prevista na primeira etapa do nosso plano estratégico, em estágio avançado da sua estruturação financeira e jurídica, e este processo será acelerado desde o primeiro dia da nova administração.
O novo CT terá o que há de melhor e mais moderno no mundo em performance, ciência e tecnologia esportiva, integrando totalmente base e profissional. Serão 5 campos profissionais e outro minicampo, uma ampla estrutura indoor integrada com academia, centro de performance, medicina, fisioterapia, fisiologia e nutrição. Além de prever uma estrutura de acomodações com 80 apartamentos tanto para a base como para o profissional.
Sobre o futuro Majestoso, essa é uma questão inegociável do nosso grupo. O Majestoso é a casa de todo pontepretano e não há razão para abrirmos mão deste laço histórico com a nossa torcida, se há viabilidade técnica e econômica de uma remodelação e atualização do estádio, como desenvolvemos.
Mas precisamos ser responsáveis e honestos com nossa torcida. Infelizmente, a Ponte não reúne neste momento as condições estruturais para ancorar um projeto da grandeza que estamos planejando, que ofereça uma vantagem competitiva de fato para o clube no longo prazo. Por isso, ele está previsto para a segunda etapa do nosso planejamento estratégico. Mas quando menos esperarmos, chegará o momento de tirarmos este grande projeto do papel, com planejamento e responsabilidade.
Cada projeto, tanto o do Novo Centro de Treinamento no Jardim Eulina, quanto o do Novo Majestoso possuem seus detalhamentos de estruturação financeira em nossas redes sociais.
É importante ressaltar aqui que com governança, transparência e uma estrutura altamente profissionalizada para oferecer segurança jurídica e econômica é suficientemente capaz para a atração de capital não apenas de uma pessoa, mas de múltiplos investidores para múltiplos projetos, do futebol profissional, base e infraestrutura. É nisso que estamos trabalhando de forma altamente profissional. O futebol é capital intensivo e infelizmente nos últimos 20 anos a Ponte andou de lado e não criou os alicerces necessários para preparar seu crescimento e mudar de patamar.

7- Durante as obras no Majestoso, onde a Ponte Preta vai mandar seus jogos? A impossibilidade de jogar diante de sua torcida não será um grande prejuízo esportivo ao clube?
MRP - O alicerce principal da chapa MRP é a construção do Centro de Treinamento. Como dito acima, o projeto do Novo Majestoso está previsto apenas para a segunda etapa do nosso plano estratégico, a ser posta em prática apenas entre 2026 e 2029.
Por isso, se falarmos em um lugar hoje sobre onde a Ponte Preta mandaria seus jogos durante a reforma, no momento pode acabar sendo outro lugar o mais viável. Como planejamento de longo prazo, não é possível e nem necessário cravar essa resposta no atual momento.

8- Como a chapa avalia o papel do atual presidente, Sebastião Arcanjo, e do superintendente David Martins? Em caso de vitória do MRP, eles terão algum tipo de cargo - estatutário ou não - na administração do clube ou no Conselho Deliberativo?
MRP - O atual presidente Sebastião Arcanjo é conselheiro nato e assim permanece com esse cargo estatutário em caso de vitória da MRP ou não. O próprio já anunciou, de forma oficial, que está focado no futebol e no trabalho administrativo de manutenção da equipe na Série B do Campeonato Brasileiro e, após a eleição, irá retornar à sua atividade profissional na CPFL, portanto, não terá cargo executivo na Ponte Preta em caso de vitória da chapa MRP.
O Dr. David Martins é conselheiro contribuinte da Ponte Preta, modalidade prevista em estatuto social, e também não terá cargo no clube em caso de vitória da chapa MRP nas eleições do próximo dia 20 de novembro.




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