Divulgação de composição das chapas para eleição na Ponte Preta
Divulgação | Ponte Preta
Divulgação de composição das chapas para eleição na Ponte Preta

Ainda que tente mostrar neutralidade nos raros pronunciamentos oficiais, o presidente da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, deixa cada vez mais claro seu apoio à chapa Movimento Renascer Pontepretano, o MRP, nas eleições à presidência do clube campineiro para o quadriênio 2022-2025, marcadas para o próximo dia 20 de novembro. No último sábado (31), a divulgação da composição das duas chapas inscritas para o pleito – além do MRP, a disputa conta com a chapa DNA PONTEPRETANO – evidencia a aproximação de Tiãozinho com o MRP.

Dois dos principais assessores de Tiãozinho na atual gestão da Macaca, o diretor Financeiro Décio Sirbone Junior e o diretor Administrativo Maurilei Pereira, aparecem na relação de 225 conselheiros (sendo 150 titulares e 75 suplentes) apresentada pelo MRP para a disputa das eleições. O nome do atual presidente da Ponte Preta não aparece como integrante da chapa porque ele é um conselheiro nato. De acordo com o estatuto oficial do clube, somente conselheiros contribuintes e natos suplentes podem compor as chapas.

Mesmo sem ter seu nome diretamente ligado ao MRP, chama atenção à diferença de tratamento dada por Tiãozinho diante do posicionamento político de seus diretores. Enquanto Décio Sirbone Junior e Maurilei Pereira seguem normalmente na diretoria pontepretana, recentemente o diretor das categorias de base, Fábio Abdalla, e o diretor Social, Agnaldo Ruela, foram desligados após participarem do evento de lançamento da chapa DNA PONTEPRETANO.

Outro ponto no mínimo controverso é que, a partir do último mês de agosto, vários conselheiros denunciaram a exclusão sumária do Conselho Deliberativo do clube, com a cassação de seus direitos políticos e da possibilidade de participarem das eleições de novembro. Os conselheiros, todos ligados à chapa DNA PONTEPRETANO, alegam que o Estatuto Social do clube não foi cumprido e eles sequer foram notificados sobre eventuais débitos para regularizarem sua situação antes da exclusão. De acordo com o artigo 68 do Estatuto Social, o diretor Administrativo, no caso Maurilei Pereira, ligado ao MRP, é o guardião do Estatuto do clube e responsável por manter todos os procedimentos operacionais, inclusive o envio de boletos e cobrança dos conselheiros, extremamente falho nos últimos meses, de acordo com denúncia dos conselheiros excluídos.

Apesar da intensa articulação pró-MRP liderada nos bastidores ao lado do atual superintendente do clube, David Martins, Tiãozinho evita aparecer oficialmente como apoiador da chapa em razão da forte rejeição que seu nome tem junto à torcida pontepretana. No MRP, Tiãozinho e David Martins estão juntos com o ex-vice-presidente Marco Antonio Eberlin, o ex-presidente José Armando Abdalla Junior e Gustavo Valio, diretor financeiro do clube entre 2015 e 2019. Oficialmente, a chapa também ainda não anunciou seu candidato à presidência. O Estatuto da Ponte Preta prevê eleições indiretas e, somente após a eleição é que a chapa vencedora tem prazo para indicar a composição da diretoria executiva.

Do outro lado, a chapa DNA PONTEPRETANO já confirmou o nome do advogado Eduardo Lacerda Fernandes, diretor de marketing do clube entre 2014 e 2017, como seu candidato à presidência. São apenas essas as chapas que se inscreveram e poderão participar do pleito de 20 de novembro. Há 785 conselheiros aptos a votar.

Após a divulgação da relação de conselheiros que compõem as duas chapas envolvidas no pleito, o Conselho Deliberativo da Ponte Preta terá prazo de até dez dias para avaliar a regularidade dos nomes indicados e conferir se as inscrições atendem as exigências do estatuto para então homologar ou não as chapas e habilitá-las à eleição.

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