No dia seguinte ao jogo que classificou o Corinthians para a semifinal do Paulistão , o escolhido para falar com a imprensa foi Jô, autor do segundo gol da vitória sobre o Red Bull Bragantino, no Morumbi, na última quinta-feira. Em sua reestreia pelo clube, ele disse que o nível de atuação ficou acima do que era esperado, além disso, falou das críticas e comparou técnicos no Timão.
Em coletiva virtual na tarde desta sexta-feira, o ídolo alvinegro respondeu pacientemente aos jornalistas por cerca de 25 minutos, uma período bem menor do que os quase oito meses que ficou sem atuar desde que fez sua última partida oficial pelo Nagoya Grampus-JAP. Por essas e outras, Jô se disse surpreso pelo seu desempenho contra o RB, que inclusive lhe rendeu um gol.
- Realmente, foi um pouco acima do que eu esperava, foram sete meses sem atuar, desde 7 de dezembro, não é fácil, em meio desta pandemia, em que todo mundo ficou sem treinar, sem atuar. Tive um mês e sete dias para me preparar e jogar as quartas do Paulistão. Eu sabia que ritmo eu ia sentir, mas foi na base da entrega, raça, determinação e confiança de todos os jogadores e diretoria que pude desenvolver um futebol agradável, longe do que estou acostumado, mas feliz pela atuação e pela entrega - afirmou o camisa 77.
Ainda sem estar 100% fisicamente, justamente pela longa inatividade e pelo curto período de preparação para a estreia, o centroavante admite que está longe do ideal, mas não pesado como foi comentado durante a partida da última quinta-feira, pelas quartas de final do Paulistão. Mesmo assim, ele se diz acostumado com essas críticas de fora e se fortalece na confiança do grupo.
- Recebo muito bem, já estou calejado nesta questão de autocrítica, de pessoas de fora. Natural, depois de sete meses, fiquei três meses em casa, tive um mês e quase dez dias de preparação. Não digo pesado nem acima do peso, temos profissionais qualificados que nos avaliam, se eu estivesse fora do padrão do Corinthians não teria nem estreado. mas fora do ritmo sim, natural. Foi meu primeiro jogo. Estou longe do ideal, mas dei o melhor, com a confiança de todos fiz uma grande partida - argumentou o atacante.
Na última passagem de Jô pelo Corinthians, ele foi comandado por Fábio Carille, que tinha um estilo de jogo considerado mais "defensivo" e essa parceria deu certo naquele ano. Já em 2020, o centroavante se depara com um técnico cuja filosofia de trabalho é mais voltada para o futebol ofensivo, bem diferente do anterior. Questionado sobre isso, o camisa 77 fez um paralelo entre os dois, e ressaltou o que o DNA corintiano tem por característica.
- São treinadores de estilos diferentes. Com Fabio a gente tinha um padrão de jogo, se defender muito bem e tentar jogar no contra-ataque explorando a característica de cada jogador, era visível. Tiago gosta que time jogue mais, que tenha mais coragem para jogar, sair jogando, tentar dar menos chutão possível, mas não abdica de defender, faz parte do futebol. E o Corinthians tem essa filosofia de time que toma poucos gols - explicou antes de completar sobre Tiago Nunes não ter mudado seu estilo para buscar os resultados:
- O trabalho é o mesmo após a volta do futebol, só está sendo mais bem executado, gols saindo, resultado estão vindo. Conversando aqui, o trabalho é o mesmo, de gostar de ficar com a bola, cansar o adversário, ter jogadas de lado, pelo meio, jogadas aéreas, é o mesmo trabalho, mas com resultado. Acreditamos que o Corinthians pode crescer ainda mais dentro da competição.
O Corinthians de Jô volta a campo no próximo domingo, às 16h, para receber o Mirassol, em sua Arena, com portões fechados, para disputar uma das semifinais do Paulistão-2020. O confronto será definido em jogo único, ou seja, em caso de empate no tempo normal, a decisão do finalista será nos pênaltis.