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Mario Gobbi, ex-presidente do Corinthians
Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians
Mario Gobbi, ex-presidente do Corinthians

A corrida eleitoral do Corinthians deu um importante passo neste sábado, quando o ex-presidente Mário Gobbi lançou sua candidatura para tentar voltar ao cargo por meio das eleições que acontecem no fim de novembro deste ano. Em coletiva de imprensa em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo YouTube, ele expôs seus planos para uma possível futura presidência baseado em equacionar finanças, tornar o clube viável e protagonista do futebol mundial.

Candidato da oposição à gestão Andrés Sanchez , que faz parte do grupo Renovação e Transparência, do qual foi fundador, Gobbi explicou os motivos de sua saída da chapa e o ingresso em outra, para a consequente candidatura. Para ele, conflitos já durante seu mandato, entre 2012 e 2015, foram essenciais para o rompimento, mas mesmo assim conseguiu gerenciar a crise.

- Em 2013 eu era presidente, houve um rompimento, eu rompi com o grupo Renovação, que já era o grupo do Andrés. Antes disso, já tinham rompido com o grupo, aqueles que hoje são o Movimento Corinthians Grande. Os princípios traçados no Renovação, que eu redigi, desviaram a rota, não estavam sendo seguidos. Eu, presidente, não poderia criar uma crise ainda maior do que o rompimento tácito que foi feito. Eu administrei um fogo amigo interno muito pesado, foi uma cisão, eu passei a ter uma oposição dentro da situação. Eu presidia o clube e isso ia causar um tumulto e quem perderia era o Corinthians. Administrei cirurgicamente a crise, preservei o Corinthians e segui adiante na gestão. Terminado o meu mandato, sai e fiquei seis anos sem fazer nada, me ausentei por completo do clube - explicou o ex-presidente.


Campeão invicto da Copa Libertadores, do Mundial de Clubes e da Recopa Sul-Americana como mandatário do Timão, Gobbi acredita que o momento seja outro em relação àquele quando assumiu o clube. Os pedidos eram por títulos, hoje a necessidade é de sanear as contas, de medidas emergenciais. Para o candidato, trata-se do maior desafio de sua vida e da história corintiana.

- Será uma gestão de emergência, profissional, não é a gestão de vaidades, é para dizer não, para dizer que tem que cortar. Nenhum presidente quer fazer isso, ele quer ganhar títulos, escrever o nome na história, mas não é isso, é a gestão de cortes, essa ninguém quer. Eu saí com 83% de aprovação, vou pôr em jogo tudo isso? É uma gestão perigosíssima. Não deixei de ser convidado para outros cargos, eu não aceitei. Essa gestão é o maior desafio da história do Corinthians, é o maior desafio da minha vida. Já temos uma equipe pronta, contratada do mercado, chega de amadores para lidar com questões técnicas. Queremos resgatar a credibilidade do clube - comentou.

Gobbi também falou de seu objetivo de tornar o Corinthians um protagonista permanente, não só no futebol brasileiro, mas também em âmbito mundial, algo que não será possível no curto prazo. Isso, segundo ele vai requerer paciência e o entendimento de que para colocar as contas do clube em ordem, alguns sacrifícios serão feitos e não será possível cobrar títulos.

- Nós temos que equacionar as finanças, prioridade número um, nós queremos que o Corinthians seja um protagonista do futebol mundial. Quanto demora? Não é a cruto prazo. O Corinthians ganhou tudo nos últimos dez ano, o time que mais ganhou título. Tenho sentido no discurso da torcida que é hora de parar e priorizar as finanças, esse é o discurso certo. Nós não vamos abandonar, nós vamos montar o time mais forte possível, só não dá para ficar cobrando títulos, isso é incompatível. Tudo o que temos que fazer não é fácil e todos tem que abraçar, comprar essa causa e dar apoio. Não dá para fugir, ficar brincando de gestão, porque a conta quem paga somos nós - concluiu.

As eleições do Corinthians estão marcadas para o fim de novembro deste ano. Por enquanto, apenas outros dois candidatos foram lançados para o pleito do fim de novembro: Augusto Melo , que já foi diretor da base entre 2015 e 2018, e Paulo Garcia, um dos donos da Kalunga, e que já concorreu ao cargo em outras duas eleições. A chapa Renovação e Transparência, que está no poder há 13 anos, ainda não escolheu um nome para candidatura.

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