
Histórico técnico do Internacional, Abel Braga assumiu o Colorado a duas rodadas do fim do Brasileirão com a missão de impedir o segundo rebaixamento do clube, e conseguiu o objetivo.
Em entrevista coletiva após a vitória por 3 a 1 sobre o Red Bull Bragantino, Abel foi sincero ao ser questionado sobre a possibilidade de seguir no Inter com algum cargo diretivo no próximo ano.
"Claro, vai ter conversa. Treinador, acabou... não faz mais parte de mim. Foi emocionante estar vivendo aquilo tudo, no departamento de scouts, e faz aqueles vídeos. Conversa, repete, põe de novo, vem aqui... 'o Allan tá matando o time deles, tá sempre livre porque ta flutuando dentro de campo nas costas do volante'. Nós obrigamos um volante a sair por causa do Thiago Maia. Então ele vindo para dentro ficou praticamente livre, aí se viesse o Gabriel para cima dele largava o Patrick. Nós tentamos bater por etapa, e eu viver isso aí de novo foi fantástico, mas para mim deu", iniciou Abel.
"Tomei dois calmantes hoje antes de vir para o jogo, porque eu acreditava e confiava, mas tinha que me prevenir para caso não conseguisse. Ia sentir a mesma dor que o torcedor tem, que a direção tem, que o staff tem. Foi incrível viver isso novamente, mas desse lado deu", completou.
Clima ruim?
Comentando sobre o clima nos bastidores do Internacional, Abel Braga afirmou que não encontrou "vestiário ruim", mas sim pesado pela situação.
"A gente pensa, escuta aí... não tem vestiário ruim, não tem ambiente ruim, o ambiente estava pesado o que é normal. Chegar numa situação dessa que chegamos, um clube desse tamanho, estava pesado. Tipo a confiança estava longe. Mas muita coisa do que foi dito, falado, realmente é totalmente mentira. Condições de trabalho muito boas, um staff muito bom, uma direção que esteve sempre presente. Estou falando de dois jogos, mas conheço o Inter desde 88, conheço o Inter de fora para dentro e de dentro para fora", afirmou.
"Então vamos ver, acho que a primeira 'providência' que tem que ter é que é um campeonato difícil. A uma rodada não sabíamos quem seria o campeão, e na última rodada não sabíamos quem cairia... e você vê quem caiu né, quem vinha de oito ou nove jogos sem perder que era o Fortaleza. Nós vimos um Vitória mentalmente desfigurado e foi lá e conseguiu se salvar. Isso nós tivemos que pensar, falo nós porque hoje eu faço parte. Apesar que sem contrato, não queria contrato... isso não pode acontecer mais", pontuou.
"Não podemos deixar chegar onde chegou, porque é um campeonato traiçoeiro, quando vai chegando naquelas (últimas) oito rodadas é fatídico, é ali ó. Na 30ª rodada os que estão caindo começam a jogar, tu não sabe de onde eles tiraram bola, futebol, porque vinham sendo horríveis e... tem um ou dois que não conseguem sair de onde estavam, que foi o caso do Sport e do Juventude, agora vê ali o resto, é surreal. Então como é esse futebol perigoso não se pode lá atrás quando perde o jogo, aceitar com naturalidade, porque vai pagar na frente. Graças a Deus, o preço foi alto mas nós saímos gratificados", finalizou.