Crespo se espelha em Ancelotti para liderar o São Paulo
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Crespo se espelha em Ancelotti para liderar o São Paulo

Hernán Crespo  foi apresentado oficialmente como novo técnico do São Paulo, na manhã desta terça-feira (24), no Morumbis.

O contrato do treinador foi firmado até 31 de dezembro de 2026. Em 2021, Crespo conquistou o Campeonato Paulista daquela temporada ao superar o Palmeiras na grande final.

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Ao longo de oito meses, ele dirigiu a equipe em 53 partidas, com 24 vitórias, 19 empates e dez derrotas, resultando em um aproveitamento de 57% dos pontos.

Na coletiva de apresentação, o argentino relembrou ensinamentos do técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, para sua formação como líder. Crespo foi treinado pelo italiano no Milan e auxiliar técnico no PSG. 

"No aspecto técnico cada um tem a sua forma. Mas sempre gostou de se relacionar com o jogador. Carlo me ensinou que, no final, os jogadores são pessoas como todos. O importante é o caminho, entender a personalidade de cada um. E sempre liderando de um lugar que lhe pertence. Eu não vou ser Carlo, ou Bielsa. Não imitando ninguém. Cada um é como é. Com erros e virtudes. Tem que ter serenidade de fazer o melhor possível para o bem comum. Isso Carlo é exemplar. Dificilmente, um jogador fala mal dele. Já ficamos chateados com ele, por ficar no banco, e, mesmo assim, o respeito por ele não se perdeu. Estava além do cargo. Havia pessoas. Isso me ajudou a entender que se pode ser amigo, ter uma boa relação, sem perder quem lidera e quem não". 

Confira o que mais disse Crespo no seu retorno ao Tricolor:

"Confiar da diretoria (sobre problemas extra campo). São coisas que não cabem a mim. É importante saber dividir até onde chega cada um. Sempre tiver uma relação de muito respeito com essa diretoria. Eles confiaram em mim para resolver problemas técnicos e eu confio na diretoria. A coisa mais importante é que vamos tentar o melhor possível". 

"Quando tenho jogadores (Oscar e Lucas) com essa qualidade é um prazer treiná-los. Vamos conversando para saber em que situação estão. Não tem certeza, mas talvez temos que administrar a sequência de partidas. Temos que questionar certas coisa. Para mim, não há problema". 

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"O Campeonato Brasileiro está entre os melhores (do mundo). É um prazer jogá-lo. E os times também demonstraram agora no Mundial de Clubes. Se havia necessidade de mostrar algo, está aí. Para mim, não precisava. Não me surpreende a qualidade do futebol brasileiro".

"Vamos ser tranquilos (com a janela de transferência). E ver o que se pode fazer e o que não se pode fazer. Sabemos que temos que conviver com as necessidade. Vamos ver o que acontece". 

"Se você me permitir sonhar, eu gostaria de estar ao lado de Telê, Muricy. Se vamos sonhar, vamos sonhar grande. É difícil, mas vamos tentar. 

"É um lugar mágico e com muita história. A primeira partida que vou jogar no Morumbi é contra o Corinthians. Eu quero desfrutar do espetáculo, da emoção. Outra parte de mim, focado em resolver a partida. Eu me sinto muito orgulhoso de pertencer a isso. É espetacular, o Morumbi estará cheio". 

"Conheço Luan, Arboleda, Luciano. Sei do que podem fazer. Dentro de campo e como pessoas. Pra mim, é importante isso. Conhecer as pessoas. É importante já conhecê-los, para ter tempo de conhecer os demais. 

"Foi sentimento, quando os diretores me chamaram eu disse: É São Paulo, ponto. Depois vemos os problemas, como melhorar. Se está melhor que antes. Está melhor após 4 anos. Eu estou melhor também. O futebol é dinâmico e sempre é preciso melhorar". 

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"Bem vindo ao Campeonato Brasileiro. Todos os jogos são muito difíceis. Fora, dentro de casa. Mas se você tem uma identidade, é mais fácil resolver. Se problema é enfrentar o Flamengo, no Maracanã, Bragantino fora, Corinthians, é pra isso que estou aqui". 

"Se vem um treinador é para solucionar problemas. Se não há problemas, não há porque mudar. Mas pensar que o treinador chegará num lugar e tudo funcionar perfeitamente? Temos que perguntar ao Guardiola ou ao Luis Henrique, do PSG. São problemas que temos que tentar rapidamente solucionar". 

"São Paulo é grande. Tem que merecer estar aqui. São Paulo é exigência. É um momento difícil, mas temos que saber afrontá-lo. É preciso de equilíbrio emocional. Temos material para jogar bem". 

"Para mim, no futebol não tem documentos. Se tem 38 anos, ou 18... quem merece jogar, vai jogar. Não tem problema. Se me perguntam quantos anos tinham Luan, Gabriel Sara, Nestor, eu não sei? Não há diferença. Me importa quem joga bem e quem merece jogar". 

"Vamos viver o dia-a-dia. A urgência é o Brasileirão. E depois, Copa Libertadores e Copa do Brasil é mata-mata. Tudo pode acontecer. Eu vim para ganhar. Construir uma oportunidade para poder ganhar". 

"Está falando de mundos paralelos. Jogar pragmático garante pontos. Jogar bonito? Não sei. Nós queremos jogar bem. Jogar bem é os jogadores entenderem as necessidades da partida. Para mim, não são coisas separadas. Joguei com Drogba, Shevchenko, Vieri. Eram estilos diferentes, precisava me adaptar. Mas uma coisa que não mudava é minha fome para fazer gols".  

"Sou melhor treinador hoje. Porque o tempo passou, mas a pessoa não muda. Sigo tendo a mesma personalidade, mas adquiri mais ferramentas para trabalhar. O mais importante é que nenhum treinador tem uma fórmula mágica. Tem que trabalhar para que a equipe seja muito competitiva. Quero tentar dar uma identidade. Tenho muito respeito pelo trabalho de Zubeldía."

"O passado foi algo atípico. Peguei Covid-19. Não havia tempo para trabalhar. Eram muito jogos. 48h depois de ganhar o Paulistão enfrentamos um jogo de Libertadores. Sempre entendo que é preciso tempo, paciência e dinheiro. Tenho muito respeito por esse passado. Agora, é outra história"

"Uma certa pressão é a coletiva toda lotada. Hoje é um dia especial para mim". 

O presidente Júlio Casares foi o responsável por recebê-lo e apresentar o novo treinador. "É um treinador inteligente, tem a nossa cara, nosso DNA. Queríamos a volta dele. Era o plano A, B e o C. 

Desembarque

O argentino desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, nesta segunda-feira (23), e retornou para iniciar sua segunda passagem pelo Tricolor.

No aeroporto, Crespo falou sobre sua chegada ao São Paulo e revelou que tinha a possibilidade de ir para a Europa: "Sim, seguramente, e foi a vontade da diretoria em me chamar. Eu estava vendo a possibilidade de ir para a Europa. Mas, quando chamou o São Paulo, chamou". 

Acompanhe a apresentação




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