
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por suposta participação em um esquema de manipulação de apostas esportivas ( Leia a nota do MP abaixo).
A informação publicada no portal Léo Dias e confirmada pelo Portal iG. A acusação, apresentada nesta quarta-feira (11), aponta que o jogador teria combinado receber um cartão amarelo para beneficiar apostadores — entre eles, seu próprio irmão, Wander Nunes Pinto Júnior.
A denúncia foi feita pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com base em um relatório da Polícia Federal (PF). O documento indica que Bruno Henrique e outras nove pessoas cometeram crimes de estelionato e fraude em competição esportiva.
Além de Bruno Henrique, outras oito pessoas também foram denunciadas pelo MP: Wander Nunes Pinto Junior, Ludymilla Araujo Lima, Poliana Ester Nunes Cardoso, Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Max Evangelista Amorim.
A investigação apontou que o grupo, formado por familiares e amigos do jogador, teria participado do esquema de apostas. O MP afirma que "para assegurar uma eventual reparação por danos morais coletivos" foi requerido à Justiça a fixação de uma fiança no valor de R$ 2 milhões.
As investigações começaram após alerta da International Betting Integrity Association (IBIA) sobre possíveis irregularidades no jogo entre Flamengo e Santos, válido pelo Brasileirão de 2023. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) analisou o caso e enviou relatórios à PF com destaque para apostas atípicas feitas na plataforma Kaizen Gaming — várias delas registradas em Belo Horizonte (MG), cidade natal do atacante.
Conversas comprometedoras
O relatório da PF aponta que Bruno Henrique trocou mensagens com o irmão antes da partida contra o Santos. Nas conversas, ele afirma que receberia um cartão amarelo nesse jogo, e o irmão reage:
“Boa, já vou guardar o dinheiro. Investimento com sucesso.”
Em outro trecho, Bruno Henrique pergunta se Wander conseguiria transferir uma quantia alta via Pix. Quando o irmão questiona o valor, o jogador responde: “10 conto”. As mensagens mostram que Bruno alertou: “Negócio de aposta aqui”, e se recusou a envolvê-lo diretamente por terem o mesmo sobrenome.
A PF destaca ainda que, na véspera da partida contra o Santos, Bruno ligou para o irmão — o que, segundo os investigadores, reforça a suspeita de que ele confirmava que tomaria o cartão.
Durante o jogo, o atacante realmente recebeu dois cartões: um amarelo por falta e um vermelho por ofensa ao árbitro. A CBF considerou o comportamento estranho, o que reforçou o alerta da IBIA.
Além do jogo contra o Santos, mensagens analisadas mostram outras tentativas de envolvimento do irmão em apostas, inclusive relacionadas a corridas de cavalo, com Bruno dizendo que era um “esquema pesado”. Em uma das mensagens, Wander chega a perguntar se o irmão poderia “tomar um amarelo hoje” — e o jogador responde: “Dá não, tenho 1 já”.
Próximos passos na Justiça
Com a denúncia apresentada, caberá agora à Justiça decidir se aceita ou não o processo. Caso aceite, Bruno Henrique se tornará réu e passará a responder criminalmente. Mesmo que o caso seja arquivado na esfera penal, o jogador ainda segue sob investigação na Justiça Desportiva.
Leia a nota completa do MP
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia, na quarta-feira, 11 de junho, contra o jogador de futebol Bruno Henrique Pinto e outras oito pessoas pelos crimes de fraude a evento esportivo e estelionato.
Além do atleta, também foram denunciados Wander Nunes Pinto Junior, Ludymilla Araujo Lima, Poliana Ester Nunes Cardoso, Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Max Evangelista Amorim. A investigação aponta que o grupo, formado por familiares e amigos do jogador, teria participado do esquema de apostas.
Segundo a denúncia, o atleta, atuando pelo Flamengo, teria agido de forma deliberada para receber uma punição desportiva (cartão amarelo) durante uma partida contra o Santos, realizada em 1º de novembro de 2023, em Brasília. A ação teria como objetivo beneficiar as apostas realizadas pelo grupo em plataformas online.
Como medida cautelar e para assegurar uma eventual reparação por danos morais coletivos, o Ministério Público requereu à Justiça a fixação de uma fiança no valor de R$ 2 milhões. O pedido se justifica pelo risco de o denunciado não comparecer aos atos processuais, dada a sua capacidade de deslocamento internacional. A denúncia foi distribuída para a 7ª Vara Criminal de Brasília .