
Técnicos e professores da Ubuntu Nation School, escolinha de futebol voltada para crianças refugiadas em Dzaleka, no Malawi, participaram da YDS Pre-Season Cup, competição que ocorreu na cidade de Blandtyre, no sul do país. Apesar de disputado no continente africano, o torneio contou com um toque brasileiro: os representantes de Dzaleka, que terminaram o campeonato em terceiro lugar, fizeram todas as partidas com uniformes doados pelo Santos.
No início do ano, o Peixe, em parceria com a ONG Fraternidade sem Fronteiras, que presta assistência às crianças refugiadas no continente africano, doou 30 camisas para os jovens do projeto. A iniciativa partiu de Gilberto e Selma Afonso, santistas e voluntários da organização, que, ao visitar o campo em Dzaleka, conheceu o técnico Bahati Isalimya Malaki, ex-jogador de futebol africano e torcedor declarado do Santos. Ao saber de sua história, o casal comunicou o presidente Marcelo Teixeira, que, imediatamente, decidiu ajudar.
"Agradecemos muito pelas camisas. Temos muitos talentos por aqui, mas, infelizmente, ainda precisamos de equipamentos como bolas, camisas e chuteiras. O Santos está nos ajudando demais, nossas crianças estão aproveitando. Isso é importante, pois traz também uma repercussão mundial para o nosso projeto. Levaremos o clube para sempre em nossos corações", celebra Malaki.
“É um projeto muito bonito, que atende cerca de 940 crianças no campo de refugiados, além de gerar diversos empregos aos adultos. Nós sentimos as dificuldades que eles enfrentam, por isso, é importante termos campanhas humanitárias voltadas para o desenvolvimento desses jovens. A iniciativa do Santos, que se tornou o primeiro clube do Brasil a colocar uma ação oficial dentro de uma escolinha de refugiados em um país da África Subsaariana, mostra o quanto o esporte é transformador na vida das pessoas”, destaca Gilberto.

O modelo das camisas doadas homenageia um dos momentos mais importantes do futebol, quando o Peixe viajou à Nigéria, em 1969, para disputar uma partida amistosa com a seleção do Meio-Oeste do país africano. O local, que estava em meio a um conflito armado, parou para ver o Rei do Futebol, o que consagrou o Santos como o único clube capaz de parar uma guerra.
"O Santos é uma marca mundial. Temos muito orgulho da nossa história, da qual o continente africano ocupa um capítulo importante. Por isso, além de ajudarmos um projeto tão essencial, estamos resgatando uma grande memória do futebol. Queremos oferecer novas oportunidades a essas crianças por meio do esporte", ressalta Marcelo Teixeira, presidente do Santos.
Em julho, o Santos fará uma nova doação para as crianças do Ubuntu Nation School. Serão entregues 110 uniformes completos (camisas, shorts e meias), totalizando 440 itens. Além disso, a Fraternidade sem Fronteiras arrecadou fundos para distribuir chuteiras às crianças, somando mais de 550 peças, no total, para serem levadas.
A ONG Fraternidade sem Fronteiras foi fundada em Campo Grande, no ano de 2009, com o objetivo de amparar crianças e jovens em situação de vulnerabilidade ou risco social. A organização atua na África Subsaariana e no Brasil, com a presença de Núcleos Internacionais na Suíça, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. O trabalho abrange a abertura de centros de acolhimentos nos locais, oferecendo alimentação, cuidados com higiene e saúde, atividades pedagógicas, culturais e formação profissionalizante.
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