
A Justiça do Rio de Janeiro deferiu nesta quarta-feira (26) o pedido de recuperação judicial feito pelo Vasco da Gama. Com isso, o clube agora terá 60 dias para se organizar e apresentar um planejamento em busca de sanar suas dívidas.
Quem assinou a decisão foi Caroline Rossy Brandão Fonseca, juíza da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital. Como benefício da aprovação do pedido, o clube carioca agora não sofrerá cobranças, execuções, penhoras e qualquer medida restritiva enquanto o regime estiver em vigor.
A decisão de Caroline Rossy foi baseada nos argumentos de que o clube passa por uma situação financeira insustentável, citando até mesmo o regime da 777 Partners, empresa que perdeu o domínio sobre a SAF do Vasco, como algo que agravou a questão econômica do time.
Agora, o Vasco terá de se organizar em dois meses e apresentar aos seus credores uma estratégia para conseguir pagar as suas dívidas, que hoje chegam, aproximadamente, ao R$ 1,4 bilhão. O recurso da recuperação judicial existe para evitar que uma empresa ou instituição vá à falência.
Confira um trecho da publicação feita pela juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca, no qual a autoridade cita o impacto negativo da 777 Partners nas finanças do clube:
"No que tange ao mérito, a petição inicial expõe com clareza as causas da crise econômicofinanceira, sendo esta essencialmente econômica e decorrente do acúmulo de passivos das últimas décadas do CRVG, ora agravado pelo mau desempenho da 777 Partners no período que administrou o Vasco SAF.
Tal fato é evidenciado por meio de relatório interno demonstrando que em 1 (um) ano e 9 (nove) meses de gestão à frente do Vasco SAF, a 777 Carioca LLC efetuou 35 (trinta e cinco) contratações de jogadores e pagou, apenas, 18% dos valores referentes às referidas operações.Além disso, mesmo após 310 milhões de aporte financeiro pela 777 Carioca LLC no Vasco SAF, constata-se que, na contramão do que se esperava, o Vasco SAF não adimpliu com suas obrigações e, por decorrência lógica, aumentou a dívida do CRVG na importância de 350 milhões de reais
Nessa cadência, as dívidas pretéritas do CRVG, sem a existência de um instrumento jurídico concreto que estabeleça o Vasco SAF como único devedor, corre risco de serem aumentadas ou ficarem estagnadas pelas condutas adotadas pelo Vasco SAF".
Entre em nosso site e fique por dentro de tudo que acontece nos esportes ao redor do mundo.