
O empresário Bruno Lopez de Moura, delator da CPI das apostas, que busca investigar casos de manipulação de resultados no futebol, relatou que um dos cartões que o meia Lucas Paquetá, do West Ham, recebeu durante uma partida da Premier League, teria sido forçado para "dar um presente" de aniversário ao irmão do jogador.
O cartão amarelo em questão foi dado a Paquetá no jogo entre West Ham e Aston Villa, no dia 12 de março de 2023. Bruno Lopez, que ficou conhecido por participar de diversas apostas corruptas relacionadas a jogos no Brasil, as quais originaram a "Operação Penalidade Máxima", afirmou ter recebido a informação (sobre Paquetá) de Marlon Bruno Nascimento da Silva.
"Bruno Lopez descreveu a participação dos dois jogadores em possível manipulação de evento esportivo no dia 12/03/2023. Seu contato, conhecido como 'Marlon', informou que Paquetá comunicou que daria 'um presente de aniversário' ao seu irmão, Matheus Paquetá, qual seja, um cartão amarelo na partida do dia 12 de março. Marlon não deu detalhes sobre a cooptação de Luiz Henrique, mas informou que também receberia cartão amarelo na mesma rodada", diz parte do relatório final da CPI das apostas, que está disponível no site do Senado Federal.
Após receber a informação vinda de Marlon, Bruno então fez uma aposta dupla, na qual Lucas Paquetá e Luiz Henrique, atacante brasileiro que na época defendia as cores do Real Betis, da Espanha, tomariam um cartão amarelo, o que acabou se concretizando.
Um dos fatos que acaba 'amarrando' ainda mais a situação do informante Marlon com Bruno Lopez e Lucas Paquetá, é que Bruno Tolentino, tio de Paquetá, fez diversas transferências financeiras para Marlon, que chegaram a somar R$ 97 mil, segundo o relatório da CPI.
Relembre o caso
Lucas Paquetá está sendo acusado de forçar cartões amarelos para favorecer apostas que teriam sido feitas por seus colegas no Brasil. Nas quatro partidas em que Paquetá tomou os cartões amarelos que estão sendo investigados, cerca de 60 pessoas apostaram na advertência ao jogador e todas estavam localizadas na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde o meia nasceu.
As empresas de apostas esportivas começaram a investigar o caso após um 'número incomum' de apostas serem feitas para o jogador tomar cartão amarelo, e todas estarem vindo da cidade-natal de Paquetá.
Quanto aos valores das apostas, os jogos feitos variam de 7 libras até 400 libras. Ao todo, os ganhos dos apostadores chegaram a 100 mil libras com todos os cartões tomados pelo brasileiro.
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