Bruno Rodrigues sofreu nova lesão quando participou de jogo-treino
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Bruno Rodrigues sofreu nova lesão quando participou de jogo-treino

Após lesionar-se durante jogo-treino realizado contra o São Caetano, na Academia de Futebol, o atacante Bruno Rodrigues, do Palmeiras, foi diagnosticado com uma ruptura do tendão patelar no joelho esquerdo, e precisou passar por cirurgia. Com isso, o atleta, que havia acabado de se recuperar de outro problema no joelho direito, provavelmente não retornará aos gramados nesta temporada.

Segundo o fisioterapeuta esportivo associado à Sonafe - Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física - e professor da UFRN, Rodrigo Scattone, a ruptura do tendão patelar é uma lesão relativamente rara, mas que impossibilita os atletas de realizarem atividades básicas como correr e chutar. “O machucado caracteriza-se pelo rompimento do tendão que liga o músculo do quadríceps ao osso da perna, passando pela patela. Como o quadríceps é o principal responsável por estender o joelho em movimentos como o chute, acaba sendo uma contusão bastante significativa para os jogadores”, explica o especialista.

A lesão ocorreu após uma disputa de bola no meio de campo, em que o jogador subiu para cabecear e, com o choque, caiu de modo que levou ao rompimento. “Se observarmos o vídeo, é possível identificar que o Bruno aterrissou do salto com a ponta do pé para baixo e o tronco foi se movendo para uma posição de hiperextensão enquanto ele caía. Isso gera um grande e rápido alongamento do quadríceps, que contrai tentando desacelerar o movimento. Quando isso acontece, é gerada uma carga muito grande no tendão patelar, o que pode resultar em uma ruptura”, detalha o fisioterapeuta.

De acordo com o profissional, o tempo para retorno aos gramados é variado, dependendo de fatores como procedimento cirúrgico, condições prévias, idade do atleta, entre outros. No entanto, a estimativa é que leve aproximadamente 8 meses para a recuperação de jogadores profissionais. O período é importante para construir força, resistência e potência em toda a musculatura do indivíduo e também para que o tecido tendíneo esteja em condições de tolerar as cargas que ocorrem no esporte.

“O tratamento das rupturas de tendão em atletas tipicamente envolve um procedimento cirúrgico para juntar novamente as partes que foram rompidas. A reabilitação pós-operatória depende da cirurgia, mas, de forma geral, um dos principais objetivos no tratamento fisioterapêutico é realizar adequadamente exercícios progressivos para o quadríceps, com o objetivo de fortalecer o tendão patelar. No retorno aos gramados, o atleta precisa fazer uma progressão gradual de exposição às atividades do futebol, para recuperar a forma física e a performance. A taxa de reincidência de contusões no tendão patelar é muito baixa e, com uma boa reabilitação, o jogador tem ótimas chances de voltar atuando em alto rendimento”, complementa Rodrigo.

De acordo com a Dra. Flávia Magalhães, médica do esporte e que atua com futebol há 20 anos, a primeira lesão do atleta, mesmo sendo em outro joelho, pode ter contribuído para que essa nova contusão surgisse. “As lesões são multifatoriais no esporte. Aspectos como simetria muscular, parte psíquica, capacidades físicas, nutricionais e repouso influenciam. Mesmo sendo membros distintos, parte dessa cascata multifatorial foi comprometida e pode ter gerado essa nova lesão. Até o tempo de reação, gestos técnicos de salto, de aterrissagem fazem parte desse retorno à prática esportiva e estão mais sujeitos a alterações pós-lesão”, explica.

“A idade influencia no tempo de recuperação. Um atleta jovem apresenta, em geral, com um bom trabalho multidisciplinar, um menor tempo de recuperação. Porém, isso depende muito de cada atleta. Uma lesão similar ocorreu com Berrío, por exemplo. Pude trabalhar diretamente com ele, vi que o colombiano é um exímio jogador, envolvido seriamente com seu retorno ao esporte, mas que teve fatores associados, como a idade e lesões prévias, que impactaram no tempo de recuperação. Ou seja, depende muito do indivíduo e do seu envolvimento com a alta performance, além de toda assistência que recebe do clube e da família”, complementa a médica.

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