Uma confusão generalizada tomou conta dos vestiários do Morumbis, na noite do último domingo (03), após o empate em 1 a 1 no clássico entre São Paulo e Palmeiras, pelo Paulistão. Dirigentes e jogadores do Tricolor ficaram inconformados com a atuação do árbitro Matheus Delgado Candançan, o xingaram e precisaram ser contidos pela polícia.
Em meio ao tumulto, Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo, se dirigiu a Candançan com insultos, e também acabou ofendendo o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras: “Safado do c***! O Abel apitou para vocês, este português de merda! (assista abaixo).
A bronca por parte dos são-paulinos foi motivada em função de alguns lances polêmicos do clássico. O Tricolor reclama que uma entrada do volante palmeirense Richard Ríos sobre Pablo Maia merecia cartão vermelho, contesta a marcação do pênalti que gerou o gol de empate do Verdão e também entende que houve uma penalidade sobre o atacante Luciano, não marcada pela arbitragem.
Veja abaixo galeria de fotos de Carlos Belmonte, diretor do São Paulo:
O Palmeiras emitiu um comunicado sobre o insulto proferido por Carlos Belmonte contra Abel Ferreira, e disse que está estudando “as medidas legais” contra o dirigente do São Paulo (leia abaixo a nota).
A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos.
O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.
Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio.
Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater.
Reiteramos que estamos analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger o nosso treinador e o próprio Palmeiras.
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