Com carreira consolidada no Brasil, incluindo passagens por Atlético-MG e Sport , o lateral-direito Patric é um dos destaques do Amazonas na impressionante crescente da equipe.
O defensor chegou ao time amazonense em agosto de 2023, para a reta final da disputa da Série C do Brasileirão. Em entrevista exclusiva ao iG Esporte , o defensor falou sobre a motivação para aceitar o projeto da Onça Pintada após uma curta passagem no Itabirito, da região metropolitana de Belo Horizonte.
Veja abaixo galeria de fotos de Patric:
- O primeiro contato com o presidente aconteceu em 2023, logo após o jogo do Vasco contra o Athletic, onde ganhamos por 2 a 0. Depois da partida, eu recebi um convite para conhecer a estrutura do Amazonas. Naquele momento, eu agradeci o convite do presidente, mas recusei a proposta, porque queria ficar perto de casa naquele momento, e acabei assinando com o Itabirito.
- Quando meu projeto com o Itabirito terminou, conseguimos o título do Módulo 2 e o acesso para a primeira divisão do Mineiro, o presidente do Amazonas me ligou novamente. Então posso dizer que o principal motivo foi conhecer bem o presidente, saber que as ideias são boas, que a visão de futuro também é boa, isso me motivou a acertar com a equipe, e a renovar meu contrato.
O início de Patric no Amazonas foi muito bom, e com ele, a equipe conseguiu o título da Série C de 2023, quando bateu o Brusque na decisão. O jogador comentou a expectativa do elenco para a disputa da Série B em 2024.
- A Série B é uma grande oportunidade para nós marcarmos nosso nome na história, então temos um compromisso aqui, acreditamos no acesso para a Série A. Temos algumas peças interessantes chegando no elenco, e acreditamos muito no processo. Nosso maior desafio no torneio sempre vai ser a logística, pegando voos muito longos, mas dentro das quatro linhas, vejo que temos total condição, então creio no acesso, e quem sabe não podemos brigar pelo título.
Além da busca pelo acesso para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, o Amazonas joga a Copa do Brasil. Na primeira fase, o clube avançou ao bater o Independente, do Piauí, por 1 a 0. O lateral falou sobre o momento histórico do time.
- Conseguimos a primeira classificação na história do clube, vivemos um momento maravilhoso aqui, em um clube tão jovem que é o Amazonas, já performando e já avançando dentro das suas ideias. A gente tem uma torcida muito grande aqui, e isso sempre é bacana. Lógico, sempre tem a rivalidade entre os clubes daqui, mas estamos conseguindo representar bem o povo amazonense, e isso é muito importante. No jogo, tinham vários telões espalhados por Manaus transmitindo, então realmente conseguimos sentir o apoio da torcida e o carinho que o povo amazonense tem pela equipe.
Em sua carreira, Patric se destacou por alguns clubes do futebol nacional, mas a passagem de maior reconhecimento em sua carreira foi no Atlético-MG, onde jogou 181 partidas entre 2011 e 2020. O atleta abriu o coração ao falar sobre os momentos vividos no Galo.
- Sou atleticano, fico muito feliz com o carinho da torcida, vivi momentos maravilhosos no Atlético, com muitos momentos de oscilação e crescimento, com isso ganhei meu apelido de ‘Patricão da Massa’, por superar as dificuldades. Sempre mantive contato com o Victor (ex-goleiro e atual executivo de futebol atleticano), então que sabe no futuro eu possa contribuir com o Galo, nas categorias de base, seria um prazer imenso.
Futuro no Atlético?
- Não consigo afirmar que vou trabalhar no Atlético de novo, acredito que tem muita coisa em que eu poderia contribuir. Ainda não sei qual caminho pós-carreira eu vou seguir, uma função que me agrada muito é representar atletas, eu gosto bastante. Já tem três anos em que eu ajudo diversos jogadores, inclusive o Sassá (companheiro de Patric no Amazonas).
O lateral exemplificou sua função auxiliando outros atletas na gestão de carreira.
- Muitas vezes o jogador precisa de um advogado, mas não quer pagar R$ 1,5 mil por mês para o profissional resolver todo o extracampo (contabilidade, advocacia), mas chega um problema e a pessoa tem que pagar R$ 15, 20 mil, ter que dar 20, 25% do que recebeu no mês. São essas coisas que eu tento antecipar e mostrar para o atleta. Até mesmo para evitar o que aconteceu, por exemplo, com o Scarpa, Mayke e William Bigode.
Apesar de se ver no futebol após o término de sua carreira, Patric não tem interesse em se tornar treinador.
- Não me vejo na função. É um cargo diferenciado, mas muito difícil. O Fábio Santos falou uma coisa pra mim que é verdade, o jogador vai contar ‘duas groselhas’ na minha frente, chorar e eu vou acabar colocando. Não me vejo como treinador por isso. Sou muito franco também, muitos jogadores não entendem isso.
Críticas da massa atleticana
- Muitas coisas me ajudaram nesses momentos, primeiramente tenho que citar o cuidado de Deus. A família também ajudou muito, minha esposa, meu filho, meus pais, eles sempre contribuíram muito para o meu bem-estar. A leitura foi importante, leio muitos livros. Além disso, trabalho com coaches, psicólogos, foi muito bacana, me ajudou demais para conseguir traçar metas, objetivos, mesmo em momentos ruins, isso foi essencial para o processo. Mas acima de tudo, acredito que o sorriso foi o principal, até quando tudo estava ruim, eu estava sorrindo, isso me tornou um pouco mais forte.
Patric também falou sobre a relação do atleta com psicólogos do clube, citando um sentimento de desconfiança com o profissional.
- O jogador fica com o pé atrás de se abrir para o psicólogo do clube, porque ele desconfia do profissional, é algo como o sigilo entre advogado e cliente. Eu percebo que a maioria dos atletas confia mais em quem está fora do ambiente. Como eu tive ajuda de profissionais de dentro da equipe também, posso dizer que muitos possuem uma visão errada no assunto, mas faz parte. Tive diversos profissionais de dentro do clube que me ajudaram muito, não me importava se ele iria comunicar sobre as conversas com o treinador, se me tiraria do jogo.
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