Ricardo Agostinho fala sobre suas principais propostas caso assuma o Santos
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Ricardo Agostinho fala sobre suas principais propostas caso assuma o Santos

Após ser rebaixado para a segunda divisão do campeonato brasileiro , o Santos agora tem um passo importante para sua reconstrução nesta reta final de 2023: as eleições para presidente, que acontecerão neste sábado (09), na Vila Belmiro, e irão definir o mandatário para os próximos três anos. Segundo balanço do clube, mais de 16 mil sócios estão aptos a votar.

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Ricardo Agostinho
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O iG Esporte entrevistou Ricardo Agostinho , um dos principais candidatos. O concorrente falou sobre as suas propostas mais importantes, como a reforma da Vila Belmiro, o futuro de Marcos Leonardo e seu 'substituto', uso do Pacaembu e muito mais. A seguir, confira a entrevista completa:

Muito se fala sobre uma eventual saída de Marcos Leonardo para a Europa em janeiro. Caso eleito, você teria algum planejamento em busca de uma peça de reposição para o jogador?
"O Marcos Leonardo, eu entendo a vontade dele, de querer ser negociado, porque o futebol é momento. Mas, temos visões diferentes. Eu ainda quero sentar para conversar com ele depois das eleições, e fazer uma proposta, com gatilhos salariais, um salário melhor, para que ele fique 2 ou 3 anos e faça muito pelo clube ainda.

Mas, se ele não quiser ficar, porque ele já vem com uma promessa (de ser negociado), a gente tem um planejamento. O valor que vem dele, os 18 milhões de euros (cerca de R$ 94 milhões), que está acordado para sacramentar a sua saída, a gente tem que investir na base e se reforçar.

A gente tem um centroavante muito bom, que é o Furch, eu gosto muito dele. A gente tem alguns meninos da base também, mas que ainda tá cedo para subir. Então, a gente tem que trazer reforços, sim, não só pra essa área. O Santos precisa de reforços também para a parte da criação, para as laterais. Então, se não der certo (de Marcos Leonardo ficar), se a gente não conseguir segurar ele, beleza, seria um dinheiro muito bem-vindo". 

Caso você vença as eleições, Marcelo Fernandes segue como treinador do Santos em 2024?
"O Marcelo Fernandes vai continuar. Talvez não na mesma função. Tenho um respeito muito grande, uma amizade, um carinho inclusive pela família. Eu acho que ele fez milagre, por todo o trabalho que ele fez, com um elenco que ele não participou da montagem. Ele foi muito importante para o clube e a gente tem que reconhecer o mérito deles.

Mas, a gente pensa o futebol de outra maneira. Tanto o Marcelo, quanto o Gallo (dirigente do Peixe), tem que continuar no clube, mas a gente quer um pouco mais. A gente quer melhorar as peças do futebol, a gente quer um clube mais pesado. Para bater de frente, chegar entre os quatro no paulista. Então, talvez o Marcelo não seja o treinador do principal, mas ele continuará no clube porque tem muito a contribuir ainda".

Sobre a reforma da Vila Belmiro, que está encaminhada com a WTorre, você pretende dar continuidade no processo? Qual seria a previsão para o início das obras e o gasto total para construir o novo estádio?
"Sem dúvidas (vamos dar continuidade na reforma). Nós temos falado com o pessoal da WTorre, sem comprometer o clube porque afinal não somos presidentes ainda, mas temos interesse sim. É importantíssimo a gente ter um estádio de excelência, para atender bem o torcedor, a cidade e todo o litoral, sendo um grande lugar pra eventos. Santos e toda a baixada santista não tem um lugar como esse.

A gente vê em São Paulo como que o Allianz (estádio do Palmeiras) tem evento. Nada mais natural e justo que o Santos tenha no mínimo um igual e acredito que até mais por conta do turismo. O Santos vai ter 100% das bilheterias, que é o acordo inicial e de 10 a 20% dos eventos.

O custo da obra, dentro desse modelo que a gente quer, é esse de 380 a 400 milhões. Tem um detalhe que temos que lembrar também: a Vila Belmiro custa ao Santos cerca de R$ 12 milhões. Com a Wtorre, esses 12 milhões vão pra base, para o futebol feminino, porque a empresa vai cuidar da manutenção da nova arena, então a ideia é aproveitar desse valor, fazer reforma no CT e investir na base.

Eu acredito que em três, quatro meses a gente comece a obra. Aí, é de dois anos e meio a três. Espero até o final do meu mandato estar entregando a Vila. Mas se não tiver, e ela tiver quase pronta, vou estar muito feliz. Enquanto isso, a gente vai ganhar títulos jogando no Pacaembu, Morumbi, como a gente ganhou a vida inteira e depois vai ter uma Vila completa e nova. Vamos ter renda como os outros três (times de São Paulo) estão tendo hoje".

Com a Vila Belmiro eventualmente em reformas, você vê o Pacaembu como uma alternativa para o Santos mandar seus jogos?
"Sem dúvidas, o Pacaembu é uma ótima pedida. Após a reforma, serão 27 mil lugares, o que não é ideal para o Santos, que é um clube de massa, mas é um começo. Mas, jogo grande, nós vamos jogar no Morumbi! Inclusive, o Santos tem um jogo contra o Corinthians, no dia 25 ou 26 de fevereiro e para mim, a gente vai jogar no Morumbi. Até porque a gente tem uma reciprocidade com o São Paulo, que usou a Vila recentemente". 

Como você vê a questão das SAFs no Brasil? Transformar o Santos em SAF é algo que você consideraria?
"O Santos vai ter a sua SAF. A SAF que chega aos 49% é o modelo que melhor se adapta ao Santos, é o modelo alemão. O Santos pertence a oito milhões de torcedores, o Santos não pode ter um dono, um sheik, um grupo de investimentos tomando conta. Porque depois de dois, três anos eles mudam de ideia e aí, como que fica o Santos? Ou pior, eles transformam o Santos em um satélite. Todo menino bom da base, eles levam pra outro clube. A gente vê isso acontecer no Botafogo. Isso não vai acontecer no Santos.

Já temos uma empresa fazendo avaliação e o valor deve sair agora. Uma SAF no Santos não vai valer menos do que 2, ou 2,5 bilhões de reais. Com uma SAF dessa, o mercado começa a te ver com seriedade, coisa que o Santos não tem hoje. Vender 49% para uma SAF eu já acho muito. 25%, 28%, até 30% é um número realista. Pq aí vc consegue trazer grandes parceiros, e ter realmente investimento alto".

Quais são suas ideias em relação aos investimentos e melhorias de estruturas/elenco para dar ainda mais suporte ao time feminino do Santos?
"O ano do Santos feminino foi muito ruim. Não vou falar esportivamente porque chegou em semifinais e etc, mas é o mínimo que a gente espera. Mas, a qualidade precisa melhorar, o investimento, inclusive em salários e condições, tem que mudar muito. Conversamos e questionamos a prefeitura de Cubatão sobre uma área que foi doada, para a gente fazer um CT e um mini estádio para as sereias usarem durante a reforma da Vila Belmiro.

Vamos ter uma categoria de base, que o Santos está deixando de lado ha muito tempo, da mesma forma com o masculino. O ano do feminino tem muitos campeonatos, então vamos reforçar esse elenco. Vamos renovar alguns contratos e trazer reforços. O time do Santos feminino tem que ter um ano de excelência. Quando nenhum time grande se preocupava com o futebol feminino, o Santos já era campeão da Libertadores. Vamos voltar a essa realidade". 

O Santos é conhecido por constantemente revelar grandes promessas do futebol brasileiro. Quais são seus projetos para as categorias de base do Peixe?
"O Santos sempre revelou muito, só que antigamente se revelava muito mais, e agora cada vez menos, porque cada vez menos se preocupa com o futebol. A nossa ideia é mudar, voltar a ser um grande revelador. Para isso, precisamos profissionalizar, e isso passa por ter uma base linear. Do sub-11 ao sub-23, o atleta terá todo o apoio que precisa, (psicológico, nutricionista e mais) para começar a desenvolver de novo e criar cidadãos, que é um papel do clube". 

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