Investigados pela Justiça espanhola por atos racistas contra Vini Jr , dois torcedores do Valencia admitem ofensas ao jogador do Real Madrid , mas negam racismo.
Essa linha de defesa foi apontada pelos advogados dos dois, em entrevista à imprensa espanhola na porta do Tribunal de Justiça de Valencia.
"Os gestos que eles podem ter feito não tem nenhuma intenção de violência racista ou de ódio a essa jogador ou a qualquer pessoa negra", garantiu a advogada Juana Blázquez, de um dos jovens.
Ainda segundo ela, a manifestação ocorreu após uma provocação de Vini Jr. "Tudo aconteceu no contexto de uma partida de futebol em que é evidente que o jogador provoca o estádio e os torcedores".
Advogado de outra vítima, Manuel Izquierdo afirmou que as ofensas foram tiradas de contexto:
"Foi um problema pontual. São três garotos que acabaram de completar 18 anos, não fazem parte de nenhum grupo radical, não são da Yomus [torcida organizada de extrema-direita], não são de grupos latinos, não tem tatuagens. São pessoas completamente normais".
Ao todo, três jovens foram denunciados pelo Ministério Público da Espanha por crime de ódio contra Vini Jr. O terceiro deles não compareceu ao Tribunal de Justiça da Espanha, nesta segunda-feira (19), para prestar depoimento.
Os ataques racistas ao jogador do Real Madrid durante a partida com o Valencia, com muitos do estádio Mestalla chamando-o de macaco em coro, teve grande repercussão mundial, o que fez as autoridades espanholas agirem.
Após outros casos de ataques racistas terem sido ignorados, os três jovens chegaram a ser detidos no dia seguinte, mas foram liberados e respondem em liberdade.
Eles podem pegar até seis anos de prisão se forem considerados culpados das acusações.