Há seis anos, o futebol feminino brasileiro tem dona: as brabas corintianas. Neste sábado, elas confirmaram o domínio ao conquistar o tetracampeonato brasileiro na vitória sobre o Internacional por 4 a 1, na Neo Química Arena. Para ter noção do tamanho da equipe comandada pelo técnico Arthur Elias, foi o 12º título em seis anos, sendo o terceiro nacional consecutivo. Ao todo, a equipe disputou 13 finais das 14 competições que participou desde 2016.
No estádio lotado, com o recorde de público da América do Sul (41.070 torcedores), e tendo em mãos a hegemonia do futebol feminino no Brasil, o Corinthians entrou em campo com todo o favoritismo. Apesar de ter feito um primeiro turno irregular, terminando apenas em quarto lugar, as brabas cresceram na fase final.
Não demorou muito para confirmar quem daria as cartas na Neo Química Arena. Em menos de três minutos, Gabi Zanotti, sem qualquer marcação na área, cabeceou a bola cruzada por Jaqueline para abrir o placar. Tudo dentro do script não fosse a intervenção do VAR, que verificou falta na origem da jogada.
Não à toa o banco do Internacional comemorou como se tivesse feito o gol. Com o placar inalterado, as gurias coloradas colocaram a cabeça no lugar, equilibraram o jogo e foram eficientes em sua principal jogada: a bola parada. Aos 13 minutos, a cobrança de escanteio ensaiada deixou Sorriso livre para tocar no canto esquerdo de Lelê.
As brabas, no entanto, mostraram que a hegemonia corintiana não será derrubada facilmente. O Corinthians recuperou o meio-campo e concentrou o jogo pela direita. Aos 22 minutos, em jogada rápida, Zanotti tocou para Yasmin, que cruzou com perfeição para Jaqueline, recém-convocada para a seleção brasileira, arrematar de primeira na segunda trave e empatar o jogo.
O gol deixou o jogo à feição do Corinthians. O Inter buscou o contra-ataque, mas faltou velocidade diante da rápida recomposição da defesa corintiana. Sob os olhares de membros da comissão técnica da seleção brasileira e do treinador do time masculino Vitor Pereira, as corintianas desfilaram entrosamento e o arsenal de jogadas ensaiadas.
O time de Arthur Elias mostrou também que a entrega em campo vale em cada minuto jogado. Nos acréscimos, Tamires, já tinha feito a goleira colorada a salvar um gol com a ponta dos dedos, cruzou na cabeça de Diany. A bola ainda desviou em Rafa Benitez antes de entrar e confirmou a esperada virada corintiana.
A fome do Corinthians realmente não tem hora. A bola mal rolou no segundo tempo, e o time praticamente definiu a partida com o gol de Vic Albuquerque em chute da entrada da grande área. Com 3 a 1 no placar, Arthur Elias mexeu ainda mais no time, deu mais fôlego e ainda deu tempo de mais um nos acréscimos, com Jheniffer. Apesar do excelente trabalho do Inter, as gurias coloradas não tiveram forças para fazer frente ao consolidado trabalho corintiano.