Volt pode entrar na Justiça contra o Botafogo
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Volt pode entrar na Justiça contra o Botafogo

Enquanto tenta estruturar a situação do clube dentro e fora de campo, a nova gestão do  Botafogo também pode acabar por ter que enfrentar alguns problemas no âmbito jurídico. A Volt, empresa que produziria o material esportivo e lançaria a loja oficial do alvinegro, prepara uma investigação policial contra o clube para, posteriormente, entregar o resultado do inquérito a justiça cabível.

— A Volt busca compreender o que realmente aconteceu nos bastidores da celebração do contrato. A ruptura se deu pouco tempo depois da contratação e quase no mesmo momento de recebimento de parcela paga pela Volt ao Botafogo. Daremos início a um pedido de investigação antes de acionarmos a justiça — afirmou o advogado da empresa, Michel Assef.

A Volt pagou R$2,5 milhões de forma antecipada ao Botafogo, ainda no formato de associação, pela assinatura do contrato — estava previsto que o acordo iria para a SAF automaticamente. O valor foi utilizado pelo clube, ainda em 2021, para o pagamento de folhas salariais, luvas e premiações pelas vitórias na reta final da Série B.

Além disso, a empresa também tenta o pagamento da multa pela quebra unilateral do contrato e do prejuízo pelos investimentos que foram feitos para a compra de materiais e produção de uniformes que já estavam prontos quando foi feita a rescisão. Por outro lado, há valores que a empresa contava e não terá como ganhar. Só em pedidos feitos por lojistas, por exemplo, seriam mais de R$ 10 milhões em vendas.

Junto dos materiais esportivos, a Volt também lançaria quatro novas lojas oficiais do Botafogo, sendo uma em General Severiano, sede do clube, e outra no estádio Nilton Santos. No dia 11 de fevereiro, a diretoria da empresa, em reunião com dirigentes do alvinegro, acertou os últimos detalhes para o lançamento do uniforme e a reforma das lojas, que aconteceriam dias depois. Mas o anúncio da rescisão foi feito por Textor (veja galeria de fotos abaixo) na madrugada do dia 13 para 14. Assim como os torcedores, a empresa diz que ficou sabendo da quebra contratual pelas redes sociais, antes mesmo de tudo ser anunciado.


Desde então, a Volt afirma que foram marcadas sete reuniões, que foram posteriormente canceladas pelo Botafogo. De acordo com a empresa, a gota d'água foi quando uma conversa foi marcada pelo próprio John Textor, a fim de que as partes pudessem resolver a questão, e depois desmarcada pelo empresário americano.

— A Volt notificou o clube e tentou iniciar uma negociação, fazendo contatos com a administração do Botafogo e seus respectivos advogados. É difícil compreender, a atitude do Botafogo é inexplicável. Exatamente em razão dessa dificuldade, é necessário que se faça uma investigação e que seus dirigentes e gestores deem uma explicação sobre o que de fato ocorreu, já que suspenderam o contrato logo após receberem os valores antecipados pela Volt — disse Assef.

Com o Botafogo ainda sem um fornecedor de material esportivo, John Textor revelou, em entrevista para o "Canal do TF", que o clube negocia com a Reebok e outra empresa mantida em sigilo.

— Acredito que em uma semana vamos decidir nosso fornecedor para o próximo ano. A vantagem da Reebok é porque conhecemos eles muito bem (empresa foi comprada pela Authentic Brands Group, de Jamie Salter, sócio de Textor), então se você quiser customizar, teríamos mais flexibilidade do que com Adidas, Puma. Se você não é o Manchester City, não tem essa mesma flexibilidade. Estão desenvolvendo estratégias para voltar ao futebol em uma grande forma. A questão é em relação ao tempo. Não vamos entrar na próxima temporada com um uniforme provisório — afirmou o empresário.

Procurado, o Botafogo não se pronunciou até a publicação desta reportagem.

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