John Textor
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John Textor

Como o time só volta a jogar no próximo sábado, contra o Ceará, às 16h30, no Nilton Santos, a expectativa era de que fosse uma semana tranquila no Botafogo.

No entanto, uma entrevista de John Textor, dono da SAF alvinegra, para o jornal L'Équipe, da França, deixou os ânimos agitados. Além de analisar os feitos nesse início de trajetória no clube, Textor falou majoritariamente sobre os planos no Lyon, tradicional equipe francesa que o empresário americano está próximo de adquirir 66% das ações.

Entre as respostas, uma deixou os botafoguenses aflitos com a possibilidade de que o alvinegro tenha sido dado como garantia de pagamento a Bill Foley, investidor da Eagle Football e parceiro de Textor na compra do clube francês.  

— Para vencer a licitação, tivemos que mostrar que tínhamos dinheiro disponível. A maneira mais rápida de fazer isso era obter uma linha de crédito de um grupo chamado Cannae Holding Company, ligado ao Senhor Foley. Comprometi todos os meus bens através do Botafogo, Crystal Palace e Molenbeek, bem como outros bens pessoais, para garantir este empréstimo — disse.

Em contato com a reportagem do GLOBO, Textor explicou que, para vencer a licitação (processo onde os candidatos a compra eram avaliados para que se chegasse ao melhor comprador), era necessário apresentar comprovantes de que tinha o dinheiro necessário para o investimento de forma rápida. Dessa forma, conseguiu a linha de crédito temporária de até 523 milhões de euros (cerca de R$ 2,8 bilhões) com a Cannae Holding, de Bill Foley, utilizando a Eagle Football, que é a empresa que Textor utiliza para fazer investimentos no futebol.

No entanto, o americano explanou que este não era um empréstimo real, apenas uma forma de conseguir comprovar os fundos para o fechamento inicial do negócio com o Lyon. Ou seja, ele ainda não foi consumido de fato. Não existe uma dívida entre John Textor e Bill Foley — e caso ela venha a existir, não será em cima da SAF Botafogo, mas sim da Eagle Football. Até porque, a transação entre Textor e o Lyon ainda não foi concluída — a previsão é de que o desfecho seja entre agosto e setembro.

Mesmo assim, caso essa parceria aconteça, Textor explicou que o desenho final da negociação será mais em cima de uma "equity", ou seja, participação nas ações, do que em dívidas. Dessa forma, a Cannae seria sócia da Eagle Football ou de algum clube da holding — não necessariamente o Botafogo. Há a possibilidade, inclusive, de ser o próprio Lyon. Não há um acordo fechado em relação a isso. 

Outra possibilidade é de que Textor consiga, através de outros investidores, o dinheiro necessário para comprar as ações do Lyon. Com isso, o americano não precisaria do dinheiro da linha de crédito da Cannae. Dentro desse universo, a ideia da participação em ações também poderia ser utilizado. Além disso, também existe um mundo em que John Textor utilize apenas parte da linha de crédito de Bill Foley e junte a quantia a um valor que pode chegar de outros investidores.
Dentro dessas possibilidades, não há como confirmar que o Botafogo faria parte de algum tipo de negociação. 

Por outro lado, também há um universo em que Textor utilize a linha de crédito adquirida junto da Cannae e, em vez do sistema de participação em ações, coloque seus bens ativos como garantia de pagamento. Dessa forma, a SAF Botafogo, como ativo da Eagle Football, faria parte do negócio. No entanto, esse formato de negócio é considerado difícil tanto pela questão do uso da linha de crédito completa, o que ainda não aconteceu, como com os ativos da Eagle Football sendo colocados como garantia em vez de participações em ações.

Com todos os cenários e possibilidades, não há como afirmar, no momento, como foi a transação entre a Eagle Football, de John Textor, e o Lyon, porque ele ainda não foi fechado. Mudanças e outras negociações ainda podem acontecer.

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