Renato Paiva
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Renato Paiva

Rival do Atlético-MG pela Libertadores, às 21h30 desta terça-feira, o Independiente del Valle conta com um técnico português.

Renato Paiva, que trocou as categorias de base do Benfica pelo clube equatoriano no ano passado, não estará à beira do campo na partida por falta de licença exigida pela Conmebol, mas conversou com a confederação sobre o confronto e outros assuntos relativos ao futebol no continente.

Perguntado sobre os trabalhos de seus compatriotas no Brasil, o técnico campeão equatoriano não fugir da comparação. Ele elogiou Jorge Jesus e Abel Ferreira, mas exaltou os feitos do treinador do Palmeiras, time que enfrentou na fase de grupos da edição passada do continental (acabou goleado por 5 a 0 no segundo jogo).

— O Abel tem feito um trabalho… destaco ainda mais o do Abel do que o do Jorge (Jesus). É uma realidade, na teoria e na prática, inferior à do Flamengo. Acreditaria mais num "bi" do Flamengo do que num do Palmeiras. O Abel fez algo mais difícil que foi ganhar duas Libertadores, o que não é fácil — avaliou.

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Paiva, que será substituído por Miguel Bravo, técnico do sub-20 do clube, aproveitou o exemplo de Abel para falar sobre a pressão exagerada sobre os trabalhos dos técnicos. Ele revelou ainda que, durante a pandemia, conversava (via videooconferência) sobre futebol frequentemente com o próprio técnico do Palmeiras (então no PAOK, da Grécia) e com Nuno Campos, hoje técnico do Tondela.

— Custa-me que as pessoas não tenham memória no futebol, pois percebo que se queira muito ganhar, mas não a todo o custo e de forma irracional. O Palmeiras ganha a Libertadores, não entra bem no Estadual e quando vamos jogar contra eles há uma contestação já grande ao Abel. Acabou de ganhar há pouco tempo, o Palmeiras não ganhava a Libertadores há uma data de tempo. Eu percebo que a exigência no futebol está implícita, não tenho dúvida nenhuma. Mas temos de ter os pés na terra e perceber o que podemos exigir de forma racional. O Abel até acaba por ganhar 5 a 0 e aquilo até lhe deu uma lufada de ar fresco a Abel e à sua equipa técnica. Mas imaginemos que o Independiente del Valle ganha 1 a 0 em São Paulo. Despedem o Abel e ele não ganharia uma segunda Libertadores — avaliou, valorizando a diretoria do alviverde em manter a confiança no treinador nos momentos de pressão. 

Por fim, o técnico falou sobre o início de trabalho de Paulo Sousa no Flamengo. Ele pediu paciência e observou que para que o trabalho funcione, é preciso levar em conta o lado humano dos profissionais envolvidos, no que chama de simbiose entre o elenco e a comissão técnica.

— O lado de (ganhar) competência técnico-tática, não há dúvidas. Agora é o encaixe do Paulo com este conjunto de jogadores. O Paulo ter sido um grande jogador, algo de que eu não beneficio e tenho de trabalhar de outra forma, vai ajudar na identificação com os jogadores, como o Zidane (no Real Madrid).

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