Deyverson falou sobre seu amor ao Palmeiras em entrevista ao iG Esporte
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Deyverson falou sobre seu amor ao Palmeiras em entrevista ao iG Esporte

Criticado por alguns, amado por outros. Deyverson carrega esses dois pesos em sua trajetória de quatro anos vestindo a camisa do Palmeiras. Em entrevista exclusiva ao iG Esporte, o 'ex-menino maluquinho' do Verdão deu detalhes sobre essa fase mais focada na carreira, o que tem lhe gerado bons frutos.

"As pessoas tinham essa imagem minha de 'menino maluquinho', me olhando de uma forma diferente. Outros jogadores e pessoas da minha própria família falaram que eu amadureci bastante, porque aquilo não estava fazendo mal só para mim, mas ainda mais para minha família, que estava me vendo nos jogos e na televisão. Eu também ouvia muitos comentaristas falarem mal, e quando uma mãe e um pai escutam coisas ruins do filho, eles ficam tristes. Então acredito que o passo maior foi eu olhar para mim mesmo e ver que aquilo não estava trazendo coisas que pudessem me agregar. As pessoas me olhavam e já pensavam: 'O Deyverson não leva à sério, é só brincadeira'. Mas as minhas três filhas me fizeram amadurecer muito e por saber também que muitas crianças me seguem nas redes sociais, isso tem que nos fazer amadurecer. E o Palmeiras, por ter me dado essa oportunidade e abraçado, eu não poderia retribuí-los com as mesmas coisas que eu fiz anteriormente", disse o atacante (veja fotos na galeria abaixo).


Por seu jeito explosivo, Deyverson já viveu altos e baixos com a torcida palmeirense, mas o atacante revela que nunca deixou de amá-los, e citou o carinho e importância deles em sua trajetória no clube.

"Cada jogador tem uma forma de ser, uma raiz, caráter e sensibilidade de formas diferente. Eu já sou esse cara extrovertido, que me dou bem com todo mundo independente da decisão das pessoas, brinco e me divirto demais. Eu já falei diversas vezes, o torcedor sabe que se me cobrar habilidade vai ficar na cobrança, mas se me exigir vontade e eu não a depositar, aí sim terão razão. Vontade eu tenho e isso todo mundo sabe, de vencer, ajudar o Palmeiras, meus companheiros e todos que estão todos os dias no CT. Sempre que eu saio treino falo com todo mundo, desço do carro, tenho um prazer imenso por isso porque sempre falei que somos seres humanos iguais, não há diferença [...] tenho um amor muito grande pela torcida palmeirense, não sei até quando vai durar, estou em fim de contrato, mas eles sabem que se eu estiver aqui e por aonde eu for sempre vou levar o Palmeiras no meu coração, meu sangue é verde e eu tenho um amor imenso por aqui."

Confira outros pontos da entrevista do iG Esporte com o atacante Deyverson:

IG ESPORTE: Você tem uma forte ligação com o futebol europeu por já ter atuado alguns anos por lá, e constantemente seu nome é especulado em times do velho continente. Seu contrato com o Palmeiras é válido até o meio de 2022. Já houveram conversas com a diretoria sobre sua permanência?

Deyverson: Tenho muita vontade de viver aqui, estou perto da minha família, minhas filhas e meu país. Então a gente fica meio receoso. Eu que já estive fora sei que a despedida é sempre dolorida, então é uma coisa que me abala um pouco e faz o coração balançar, mas eu sei que, para minhas filhas viverem bem, tenho que batalhar e correr atrás. Eu não sei o que será decidido daqui para frente, tem o meu empresário, as pessoas do clube, mas eu, enquanto estiver aqui, pode ter certeza que vou dar minha vida pelo Palmeiras e, quando sair, serei mais um torcedor palmeirense. Todo mundo sabe que sou vascaíno, nunca deixei de mentir para ninguém, era aquele amor de criança, mas o Palmeiras abriu a porta para mim milhões de vezes (sic), não tem como você não amar o clube, a forma que ele te trata, te recebe, então aprendi a amar o Palmeiras. Espero poder ficar por aqui por muitos anos e, se não for da vontade do Senhor eu não permanecer aqui, pode ter certeza que levarei esse carinho eternamente no meu coração.

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iG: Quando você retornou de empréstimo do Alavés muitos diziam que seu ciclo no clube havia se encerrado, cogitando uma nova transferência, mas o Abel bancou sua permanência e o vem utilizando bastante, te elogiando, e acabou ganhando sua confiança. Qual é o papel do português em seu retorno ao Verdão ?

D: É muito bom quando um treinador te resgata novamente para um grupo vitorioso como esse, que conquistou o paulista, Copa do Brasil e Libertadores. Então isso ficou marcado não só no meu coração, mas no da minha família também. O treinador apostar em você, mesmo ele ouvindo: ‘o Deyverson é isso, ele é aquilo’, ele acreditar e dar uma oportunidade. Sou muito grato ao Abel e a todo o staff. Para dar um avanço ele perguntou como eu era aos jogadores, então para eu estar aqui todo mundo aceitou. Eles estão vendo que no dia a dia estou demonstrando ser uma pessoa diferente, por conta dessa minha mudança. Sou grato a ele, meus companheiros e torcedores. Sei que existe essa relação de amor e ódio da torcida, mas as críticas me fazem melhorar cada dia mais, então isso levo como aprendizado, para aprender com os erros e acertos.

iG: Quando aconteceu toda aquela repercussão sobre a invasão no gol do Palmeiras contra o Atlético-MG, onde se especulou a chance do jogo ser anulado, bateu um certo desespero por conta da situação?

D: O que me fez ter essa euforia, essa emoção, foi quando entramos para aquecer e o torcedor (Atlético) começou a xingar, e eu fiquei calado, se fosse antigamente já teria feito gracinha, mas não. Eu sabia que Deus tinha um propósito e, em cima dele, você não pode afrontar o inimigo, enquanto a benção não chega temos que ficar calados (risos). Aí na hora que o Veron entrou, eu senti aquela euforia e me tornei um torcedor. Era muita gente contra, comentaristas, porque nós vemos TV também, tirei ‘print’ de muita coisa para guardar para mim, mas meus amigos me disseram: ‘não vale a pena, sabe por que? Você vai estar sendo igual a eles, faça diferente e deixa eles falarem’. Sabe o que é mais bonito? Foi o que nós fizemos, ganhar. O Luan Garcia (zagueiro do Palmeiras) falou comigo, me disse para não fazer essa provocação, para ir comemorar e não ligar para as provocações, então eu o ouvi e ele tinha razão. Depois no dia seguinte veio essa suposta punição, mas todo mundo falou que não iria cancelar porque eu não interferi em nada, nem para gente e nem para eles.

iG: No dia 27 de novembro, você estará na final da Libertadores contra o Flamengo. Em conversa com um colega jornalista e palmeirense, ele me disse que vê você marcando o gol da vitória contra o Rubro-Negro. Já imaginou esse momento?

D: Vou te falar, do fundo do meu coração, muita gente está falando isso. Pegaram uma foto de um gol meu em 2018 que eu levantei a camisa e fizeram uma montagem: ‘Palmeiras x Flamengo: 105 da prorrogação e gol do Deyverson’, então eu fico muito feliz das pessoas estarem acreditando, vai ser uma alegria que você não tem noção, acho que não vou conseguir parar de chorar. Se for um companheiro meu também vou ficar feliz, porque num todo, eu posso fazer o gol, mas o nome que estará escrito como campeão será o do Palmeiras, então não é só eu ou o meu companheiro, são todos. E isso que é bonito, comemorarmos juntos, chegar em São Paulo, felizes, sabendo que do outro lado está uma equipe que quer ganhar também, mas no futebol, e em uma final, sempre deve haver um time que tem que ser derrotado, e creio que não será nós, e sim eles, com todo respeito. Como o Abel disse uma vez: ‘Quem manda na minha casa sou eu’, então assim que vai ser. Espero que não tenham confusões e que Deus proteja todos os familiares e seja uma final maravilhosa.

Confira, abaixo, a entrevista com o atacante Deyverson, do Palmeiras:


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